Rachel tinha postado um status no WhatsApp, dela assistindo um filme na sala de estar que não reconheci mas com certeza queria estar ali.

A música estava quase me ensurdecendo, eu que sempre fui uma pessoa que gosta do barulho ambiente estava detestando aquilo.

Decidi responder aos seus storys.

Gar: Queria estar aí maratonando tartarugas ninjas.

Rachel não demorou muito para visualizar os status.

Rachel: Você conseguiu perder a última temporada, acontece que o...

Gar: SEM SPOILER!!!

Rachel: A festa tá legal?

Mandei uma foto pra ela do lugar.

Gar: Eu tô adorando essa música super alta e essa multidão cheia de gente se pegando.

Rachel: Então por que ainda tá aí?

Gar: Terra quer ficar até o final da festa e ela tá muito bêbada, não acredito que seja uma boa deixar ela sozinha.

Rachel: Você é muito cavalheiro.

Não sei se foi só impressão, mas senti um tom de ironia naquela mensagem.

Quando ia responder, houve uma movimentação estranha e guardei o celular no bolso.

Terra estava sendo assediada por um homem que estava agarrando seu braço enquanto sorria, aparentemente drogado e muito chapado.

Não hesitei em ir até eles e empurrar o homem para trás, fazendo com que Terra fique atrás de mim.

-Fica longe dela! -falo alto o suficiente para que as pessoas nos encarem.

-E quem é você pra me dizer o que fazer, verdinho? -ele olhou para o meu cabelo.

-Não queira saber quem eu sou, se encostar mais um dedo nela eu quebro a sua cara!

-Eu duvido.

Minha raiva se tornou maior do que meu respeito, por isso com um golpe empurrei sua cabeça pra frente e a acertei com o meu joelho o fazendo cambalear pra trás.

-Vermes como você merecem se foder e muito. -o empurro mais uma vez até que ele cai na bancada de bebidas e quebro uma taça apontando para o pescoço dele.

O homem empalideceu, me dei conta da idiotice que estava fazendo mas antes que eu jogasse a taça fora dois pares de braços me agarraram por trás e me tiraram de cima dele.

-Já chega, vocês dois fora daqui!

Terra e eu fomos tirados da festa com a promessa de que não iriamos nunca mais entrar ali.

Ainda com raiva, liguei para um táxi enquanto Terra tentava se equilibrar na parede.

-Sim, isso mesmo, pode nos buscar agora? Obrigado.

Desliguei o telefone e o guardei novamente no bolso ainda cheio de adrenalina.

Terra apenas me encarou em silêncio e quando chegamos na torre ela não conseguia andar por si mesma.

Quando chegamos na porta do seu quarto, ela se virou para mim.

-Obrigada por ter me tirado das mãos dele.

-Eu faria isso com qualquer pessoa. Não suporto vermes assediadores.

-Mas essa pessoa fui eu, por isso não sei como agradecer.

-Por favor, não repita as coisas que fez hoje.

Ela não concordou e nem negou com a cabeça, apenas me olhou e logo depois entrou no quarto.

Ainda exausto e talvez um pouco bêbado, fui para a sala de estar em tempo de ver Rachel dormindo no sofá com a televisão ligada.

Ela estava enrolada em uma coberta e com a cabeça em uma almofada, seus cabelos cobriam seu rosto.

Cheguei um pouco mais perto e quase retirei os cabelos do seu rosto, mas estava com medo de a acordar e não saberia explicar porque estava tentando a tocar.

Fui até meu quarto e tranquei a porta, em seguida me joguei na cama e retirei os sapatos ainda deitado, exausto e esgotado.

Demorei pouco mais de cinco minutos para finalmente cair em um sono profundo.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora