Assim que pisei na torre tirei aqueles saltos e os fiz irem para o quarto através da magia pois estava com tanta raiva que poderia quebrar aqueles sapatos caros.

Bati a porta do quarto e comecei a tirar aquele vestido e o jogar de qualquer jeito no armário.

Caminhei até o banheiro e liguei aquela maldita banheira, enchendo de sais e tirando minhas peças íntimas.

Mergulhei na água quente para tentar relaxar e fechei os olhos, desfiz aquele penteado idiota e aquela maquiagem, deixei com que apenas a minha verdadeira aparência permanecesse.

Eu gostaria de não ter demonstrado minha raiva, mas a verdade é que aquilo foi libertador, eu poderia fazer ela sofrer mil vezes mais que não teria um pingo de piedade.

Fiquei cerca de dez minutos e vesti minhas roupas, sem secar os cabelos e caminhei até a sala de estar decidida a me distrair.

Usei meus poderes para pegar o sorvete da geladeira e ele pousou no travesseiro do meu colo, coloquei Harry Potter para dar play e assisti á abertura com uma bela colherada de sorvete.

Não chegou nem na metade do filme e ouvi o elevador e depois passos apressados, podia sentir a presença dele ali perto.

Não me dei ao trabalho de virar a cabeça, eu sabia que ele estava vindo em minha direção.

-Por que fez aquilo?

-Ela é chata pra caralho.

-Rachel, você literalmente jogou bebida quente nela.

-E daí?

Ele suspirou e logo depois se encostou no sofá, eu tinha certeza que ele estava olhando pra mim.

-Eu não entendi nada, tudo bem que ás vezes ela provoca mas...

-Ela tem a intenção de fazer isso, eu não vou admitir que ela espalhe mais fofocas minhas.

-E que tipo de fofocas? Podemos resolver isso quando ela chegar com os outros.

-Sobre mim e o Aqualed.

-E não é verdade? -notei ironia na voz dele e me levantei, já sem paciência.

-Não!

-Então por que ele estava entrando e saindo do seu quarto toda hora nos últimos dois dias?

Parecia que ele queria saber disso fazia tempo.

-Ele só estava querendo conversar, não é como se fôssemos completos estranhos.

-Claro, vocês já tiveram um passado.

-E você e a Terra?

-O que?

Me aproximei dele ainda com que o sofá nos separasse, me ajoelhei no estofado e fiquei de frente pra ele.

O vi engolir em seco e confesso que isso me afetou, mas ver o batom ainda na boca dele me deixava com raiva.

Passei o indicador pelos seus lábios, ignorando o efeito que isso causou em mim e mostrei pra ele.

De início ele não entendeu, logo depois passou a mão na boca e viu o batom.

Ele fechou os olhos por um momento com as sobrancelhas comprimidas, como se lembrasse de algo não muito agradável.

Ele os abriu novamente.

-Ela me beijou.

-Isso eu percebi. -voltei a me sentar e tentar focar no filme, mas sentindo meu rosto arder.

-Mas eu não esperava por isso, ela me pegou de surpresa e eu não sabia como reagir, mas me afastei.

-Não precisa me dar explicação da sua vida amorosa, Gar.

-Vida amorosa? Rachel, você sabe muito bem que eu e a Terra não temos nada!

-Eu já disse que não precisa explicar, agora se não se importa eu quero assistir meu Harry Potter em paz.

-Eu não vou sair daqui até que eu me explique e agora é sério Rachel, eu e ela não temos nada.

-E como quer que eu acredite com as provas bem na minha frente? -me levanto novamente e encaro seus lábios. -não me deve satisfação, dá pra ver que ela gosta de você.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora