Rachel Roth

Gar cumpriu sua promessa e acordamos cedo para começarmos nossas buscas, ele trouxe a máquina de café e alguns lanches do burguer king para que não precisássemos sair.

Gar começou seu trabalho mexendo naquela mesa tecnológica que parecia uma tela de celular, movendo sua mão para todos os lados e os dedos teclando no mapa.

-Descreva o cenário.

-Uma igreja abandonada no meio do nada com vitrais gigantes.

Só no Google Earth foram feitas mais de 64 buscas de igrejas abandonadas, mas adicionamos um pouco da tecnologia Wayne e sobraram apenas 30 opções em todo país.

-São muitas igrejas abandonadas no meio do nada, você não se lembra de mais nenhum detalhe?

-Não.

-Então vamos fazer assim, colocaremos pontos de vigia em todos esses lugares e daremos o prazo de uma ou duas semanas pra algo acontecer.

-Duas semanas?? Gar, não temos tanto tempo assim!

-Rach, se acalma, no momento você vai precisar treinar bastante seus chakras espirituais ou qualquer que sejam aquelas coisas para energizar essa coisinha aí na sua testa.

Ele tem razão, eu preciso meditar e achar um jeito de vencer meu pai ou dessa vez irei morrer de vez.

-Vai pro seu quarto e tenta meditar, eu assumo a partir daqui e Dick pode me ajudar quando voltar.

-Mas esse é o nosso trabalho.

-Rach, somos uma equipe, mas além disso somos uma família e seus problemas são nossos problemas. Vai descansar mais um pouquinho, qualquer coisa que eu achar eu te chamo.

-Eu não vou sair daqui, isso tudo se trata de mim e eu tenho que ver quais vão ser os progressos, ou eu uso minha magia de localização.

-Ok, mas por favor deixe a ansiedade de lado.

Eu sei que ele quer me acalmar, mas eu simplesmente não gosto de ficar relaxada em situações como essa.

Me sento na cadeira giratória do lado dele mas não paro de batucar meus dedos na mesa.

Me sinto ansiosa demais pra continuar vendo as coisas acontecerem com tanta lentidão, todas as igrejas estão sendo vigiadas pelos satélites das empresas Wayne e até agora nada.

-Já chega eu vou usar minha magia pra descobrir a localização. -digo me levantando mas a mão de Gar agarra meu pulso e acabo tropeçando na rodinha da cadeira.

Caio em seu colo mas isso não foi o pior, nossos rostos estavam muito próximos e eu podia sentir sua respiração roçar nos meus lábios.

Eu não tinha idéia do quanto meu coração podia acelerar e muito menos desviei o olhar dos olhos dele.

De repente o fato de eu estar no colo dele com nossos rostos a cinco centímetros de distância se tornou um fato bastante relevante.

Tomei consciência e logo me levantei com o rosto ardendo.

Tive que esperar um pouquinho para me recompor e do jeito que Gar estava com o olhar vidrado na tela de forma forçada, eu me senti uma idiota.

-Rachel, não esquece que se você encontrar e decidir ir, você não estará sozinha. Use a magia branca ao seu favor.

-Magia branca?

-Se tem uma coisa que eu aprendi lá naquele lugar é que nunca se pode subestimar o poder do Red e da magia branca.

-O que quer dizer com isso?

-Ignore totalmente seu lado demoníaco e foque na sua ancestralidade bruxa e...eu vou contigo.

-Não, você não pode ir.

-Você me acha fraco? -ele se levantou da cadeira me encarando.

-Não, eu nunca achei que você fosse fraco.

-Então o que foi?

-Eu tenho medo de que você morra denovo e eu não consiga te reviver! -falei já com os olhos lacrimejando me virando pra ele.

-Isso não pode acontecer.

-E quem garante que não pode? Gar, você não sabe como foi horrível te ver morrer...você só está vivo por causa do meu pai, mas dessa vez ele não terá tanta piedade!

-Rachel, eu possuo o poder do Red. Eu sou praticamente imortal.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora