Gar e Rachel - Melodias do Caos

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O encaro.

Vejo a adaga brilhando em sua mão, absorvendo meu sangue para dentro dela.

-Não.

-Como disse?

-Eu não vou entregar meus poderes e o único que vai morrer aqui é você!

O ataco, mas ele logo se desvia e vão até o canto da sala, numa velocidade impressionante, mas arfando logo em seguida.

Ele está ficando enfraquecido.

-Você escolheu, a partir do momento em que ousou me atacar, eu não vou me importar de sujar minhas mãos com o sangue da herdeira do meu senhor!

-Você é um doente! -rebato e logo depois o acerto com um raio de magia branca, quase o fazendo derrubar a adaga.

Meu principal objetivo é não deixar ele me acertar com aquela coisa.

Ele faz menção de vir até mim e eu me levanto acima do chão, me desviando e desço encima da mesa.

Acerto mais um feixe que o faz cambalear de costas, mas logo de recuperou.

De repente suas mãos foram substituídas por garras escuras, que reconheço como trevas.

As trevas tomaram seus braços por inteiro e os olhos dele se tornaram vermelhos.

Ouço mais gritos, dessa vez os gritos de Kory e depois de Dick, logo depois escuto o barulho que vem do cajado do Gar.

Entro em desespero enquanto olho para a porta atrás dele.

-Parece que a lua sangrenta está dispontando...você sabe o que isso significa?

É claro que sei.

-Os demônios fortificam seus poderes.

Me sinto mais poderosa, apesar do grande corte da minha barriga, eu sabia que era questão de tempo até a perda de sangue me afetar, mesmo que minimamente.

-Eu ainda te dou mais uma chance para escolher com cuidado, senhorita, você deve saber os efeitos da Adaga Sagrada.

Merda.

Sinto o corte em minha barriga queimar.

-Você vai sangrar até quase morrer, aí eu vou fincar ela bem no seu coração e o tomar pra mim.

O encaro, minhas pupilas se tornando lentamente avermelhadas.

-Vai ter que me derrotar primeiro.

Dito isso, ele avançou mas saí da mesa e apareci atrás dele, o golpeando nas costas e por pouco não atravesso seu coração, pois ele me golpeia mais uma vez mas no braço.

Mais um ponto aberto.

Fui para o outro lado da sala e fecho os olhos enquanto estou no alto, canalizando meus poderes para todas as partes do meu corpo e para minha capa.

Ela se tornou branca, mas ao mesmo tempo com algumas manchas em roxo.

-Parece que as suas trevas querem sair novamente, criança.

-Eu não tenho mais nada disso em mim.

-Então por que seus olhos e suas roupas estão ficando assim?

"Estar perto de algum canalizador dos poderes do meu pai me afeta"

Mais um ataque e dessa vez nas minhas costelas da direita.

Me curvo com a mão do lado, sentindo meu sangue escorrer por entre meus dedos.

-Você sabe por que eu virei um servo leal e devoto de Trigon?

O encaro com dificuldade para enxergar seu rosto.

-Percebi que devemos nos aliar áquilo que é mais poderoso, para podermos ter algum privilégio e eu tive muitos, mas em troca minha filha se foi.

Houve uma pausa em que pude ouvir passos nas escadas.

-Mas nessa vida temos que fazer sacrifícios e hoje em dia me sinto bem com isso.

De repente ele chegou perto de mim e levantou meu corpo para se nivelar ao seu olhar.

-É uma pena que não compartilhamos da mesma opinião, acredito que vou fazer bom uso do seu coração.