Rachel Roth

Bati meus anéis no copo de cerâmica enquanto olhava para a cidade de San Francisco.

-Eu não gosto dela. -falei, Dick que estava ao meu lado logo parou de beber seu café.

-Bobagem, deve ser porque ela é novata.

-Não. Dick, eu sinto as coisas, é melhor ficarmos de olhos abertos.

-Tudo isso é ciúmes por ela ter se aproximado do Gar? -Kory se aproximou com os habituais braços cruzados.

-O quê? Não! Isso não tem nada haver, eu estou falando da aura dela. Rose não costuma ter amigas santinhas, né?

-Olha Rachel, vamos só dar uma chance pra ela, demos uma chance para a Rose e ela se provou ser uma boa pessoa. -Dick tentou novamente.

-Estamos falando sobre a Terra.

-Por isso mesmo, Rachel, nunca iremos saber do verdadeiro potencial de luta dela se não dermos uma chance. Vamos só aceitar ela como parte da equipe, ok?

-Ok.

"Mas eu ainda vou manter meus olhos naquela garota"

Sempre tive essas coisas de desconfiar das pessoas, afinal podemos ser apunhalados pelas costas por quem menos esperamos.

Ou mais esperamos.

Terra não me cheirou bem desde que a vi apertando a mão de Kory com um sorriso falso.

Vou manter meus olhos abertos, vou provar que ela pode não ser a pessoa que eles pensam que são e vou fazer isso na surdina.

Não posso deixar minha única família ser vítima de traição, simplesmente não posso.

Gar aparece na sala de estar um pouco anormal, eu diria que um pouco tenso demais e vai direto para a cozinha.

Sigo ele e o vejo se servir de chá, coisa que eu nunca vi pois Gar odeia chá e isso serve como um calmante.

-Aconteceu alguma coisa? -digo me aproximado.

Gar me encarou e depois suspirou aliviado por ser eu, depois tomou um gole do chá.

-Terra gosta de demonstrar as coisas com toque físico.

-Como assim? -não pude disfarçar o tom de questionamento da minha voz.

-Ela literalmente me pediu pra ver meu quarto, ficou mexendo nas minhas coisas e você sabe que eu odeio isso, depois quando eu mostrei pra ela o quarto dela, ela me abraçou.

Ok, essa última parte me fez sentir uma coisa estranha.

-Você gosta de abraços.

-Da Kory e do Dick, sim, mas eu nem conheço ela direito. E do seu também. -acrescentou.

A única vez que eu o abracei foi na despedida quando ele foi para o Red, mas fora isso nunca fui de demonstrar afeto.

-Recomendo trancar a porta do seu quarto quando for dormir.

-Mas e quando você tiver pesadelos?

-Hm?

-Lembra quando éramos adolescentes e quando você tinha pesadelos você ia no meu quarto e jogávamos videogame pra passar o tempo?

-É, mas você não dormia também e isso afetava o treino.

-Honestamente, eu não me importava e além do mais, como metamorfo tenho muita energia física por mais que eu esteja cansado.

-Vejo que aprendeu muitas coisas.

-É...-ele inspirou antes de tomar mais um gole de chá -isso aqui é horrível, poderiam legalizar alguma bebida calmante com gás.

-Monster tem uma bebida feita de chá.

-Ugh, deve ser horrível!

-Mas você acabou de dizer.

-Retiro o que disse, prefiro a boa e velha coca. -jogou o resto do chá na pia. -mas é sério Rach, quanto aos seus pesadelos não hesite em me chamar.

-E eu digo pra você trancar a porta. Eu posso abrir ela de outro jeito.

-Certo.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora