Rachel Roth

Entramos naquela maldita igreja.

Dick tinha procurado por outra abertura para surpreender todos, como sempre.

Kory entrou pela porta de trás a explodindo e a fazendo voar, esmagando três deles.

Garfield está ao meu lado e dessa vez sem o cajado, pois segundo ele o Irmão Sangue não é ninguém sem a intervenção de Trigon.

Vejo Rose sentada no altar encaixando suas mãos aos pulsos, afinal sua habilidade de regeneração pode ser bastante útil.

Mas ela estava chorando e com os pés ainda presos.

-Liberte a Rose, eu distraio eles. -ele falou e começou a se transformar em um tigre, como nos velhos tempos.

Corro até o altar onde Rose estava chorando, enquanto tentava libertar as pernas.

Usando minha magia eu fiz com que ela se libertasse, mas ela logo caiu no chão e abraçou alguém com as vestes negras.

O rosto de Terra se revelou, tão pálido quanto nunca e com uma agulha fincada no pescoço.

-O que...

-Rachel, você tem que curar ela! -ela olhou para mim com seu único olho lacrimejando enquanto segurava o rosto da garota entre suas mãos.

Me ajoelhei ao lado delas abaixando o meu capuz e encarando o rosto de Terra.

-Eu sei que ela fez muita coisa errada, mas ela só queria impressionar nosso pai!

-Como assim nosso pai? Vocês são...

-Eu te explico depois, mas por favor cura ela!

Me aproximo e retiro a agulha que ainda continha um líquido verde.

-É veneno. -falei, reconhecendo aquele líquido e me aproximei ainda mais da garota desacordada -proteja minhas costas, isso aqui pode demorar um pouco.

Rose pousou o rosto de Terra e se levantou, pegando um candelabro longo sem velas.

Não presto muita atenção na movimentação ao meu redor, mas tenho certeza de que Dick já entrou pelos barulhos de gente sendo esfaqueada.

Pela claridade e o calor intenso, Kory também estava usando seus poderes contra seus oponentes, ou pelo menos parte dele por ser noite.

Pelos rugidos e gritos, Garfield também executava bem o seu trabalho de metamorfo e pude ver um homem sendo lançado contra a parede sujo de sangue.

Coloco minha mão no pescoço e no coração de Terra, que agora batia fracamente, eu podia sentir seu sangue coagulado passar com dificuldade por sua corrente sanguínea.

Decidi ignorar meu ódio por ela apenas para poder salvar sua vida miserável, eu estava fazendo isso pela Rose.

Vejo o rosto de Terra extremamente pálido e por um momento seu coração deu leves batidas e depois parou.

Fechei meus olhos e concentrei meus poderes para reanimar ela, fazendo com que contrações de choque da magia branca transpassasse a palma da minha mão e fosse para dentro da pele dela.

Rose percebeu aquilo tudo e se descuidou um pouco, mas golpeou o homem com um chute nos países baixos e derrubou ele do altar com um golpe de candelabro na cabeça.

Mesmo com os olhos fechados eu pude ver o interior de Terra, suas memórias mais conflitantes e sua busca pela aceitação.

Mais uma vez tento reanimar ela e sinto seu coração bater novamente, pouco depois ela abre os olhos e me encara.

Ela não falou nada, talvez sua boca estivesse muito seca ou só não quisesse falar nada.

Mas quando ia me afastar ela puxou minha capa.

-Obrigada. -ela falou com dificuldade, sem tirar os olhos de mim.

Aceno com a cabeça e me levanto indo até Rose.

-Eu consegui tirar o veneno dela, mas o sangue precisa descoagular sozinho, enquanto isso se protejam.

Não espero ela falar mais nada, apenas vou até meus amigos e os ajudo na batalha, que tinha ficado mais complicado pois ainda mais membros da irmandade desceram as escadas.

Eu posso sentir o poder demoníaco dentro da maioria deles.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora