Dreykov

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— Como assim? — perguntou Yelena, confusa.

— Sabe, eu também tenho uma família adotiva, que não é fácil de conviver. Tenho cinco irmãos adotivos, três irmãs adotivas, uma tia, um mordomo e um "pai", mesmo que eu seja mais velha do que ele. Enfim, o que eu quero dizer é que eu te entendo — disse Sarah, sendo sincera.

— Você está falando da Batfamília? — perguntou Yelena.

— Tô, sim. A mesma família que me escondeu que meu melhor amigo havia sido torturado e morto por um palhaço que já deveria estar morto e não preso em um asilo — disse Sarah, visivelmente abalada. Nesse momento, Alexei apareceu na varanda.

— Eu vim pra cá porque não queria conversar com nenhum de vocês quatro — disse Yelena, olhando para Alexei.

— Okay, então eu só vou sentar — disse Alexei, sentando-se junto a elas.

Enquanto isso, Natasha estava de frente para Melina, ainda na mesa. De repente, a ruiva se levantou e começou a andar, deixando Melina confusa.

— Aonde você vai? — perguntou Melina, confusa.

— Resolver isso sozinha — respondeu Natasha.

— Não, você não vai sobreviver — disse Melina, levantando-se da mesa.

— Eu queria acreditar que você se importa, mas você não foi nem a primeira mãe que me abandonou — disparou Natasha.

— Não, você não foi abandonada. Você foi selecionada por um programa que avalia o potencial genético de crianças — respondeu Melina, enquanto Natasha se aproximava dela.

— Me tiraram dela? — perguntou Natasha, incrédula.

— O que parece é que houve uma negociação; sua família foi paga — disse Melina. Sarah apareceu nesse momento. — Mas sua mãe nunca deixou de procurar você. Ela era igual a você nesse sentido, era incansável.

— O que aconteceu com ela? — perguntou Natasha.

— Dreykov a executou — respondeu Melina. — A resistência dela ameaçava os planos da Sala Vermelha. Normalmente, as ações de uma civil curiosa não garantiriam uma execução, mas como eu disse, ela era incansável.

— Pensei nela a cada dia da minha vida — disse Natasha, visivelmente abalada. — Embora eu nunca tenha conseguido admitir isso.

— Eu sempre achei melhor não olhar para o passado — disse Melina.

— Você fala isso porque seu passado não bate toda noite na sua porta quando você vai dormir — disse Sarah, abrindo a boca pela primeira vez naquela conversa. — Não é você que sonha toda noite com a morte dos seus melhores amigos e fica pensando se poderia ter feito algo para evitar.

A sala ficou em silêncio por um momento até Natasha ver um antigo álbum de fotos. Ela olhou as fotos com lágrimas nos olhos, e as duas continuaram conversando um pouco mais.

— Eu lamento, eu já alertei a Sala Vermelha. Eles chegaram a qualquer momento — disse Melina.

— Você fez o quê? — disse Sarah, surpresa.

Então uma luz clara se acendeu lá fora, e o barulho de naves foi ouvido. Três naves pousaram ao redor da casa, cheias de viúvas negras armadas com dardos tranquilizantes. Sarah e Natasha caíram no chão, apagadas. Melina surgiu atrás de Yelena, usando uma roupa de viúva negra.

— Eu lamento — disse Melina, atirando em Yelena com um ferrão da viúva negra, dando um choque nela.

Os quatro foram levados para a Sala Vermelha. Na nave, Alexei acordou aos poucos, meio desorientado, mas conseguiu ver as três mulheres deitadas no chão, desacordadas.

— Melina — disse Alexei, desiludido.

— Vamos aterrissar em um minuto — disse Melina.

— Mas ainda estamos indo para cima — respondeu Alexei. Então uma nave parecida com um porta-aviões da S.H.I.E.L.D. surgiu entre as nuvens.

— Agora você vai entender como Dreykov ficou fora do radar todos esses anos — disse Melina. Nesse momento, o Treinador injetou algo no pescoço de Alexei, que apagou novamente.

Dentro da Sala Vermelha, havia várias viúvas negras quimicamente subjugadas treinando em uma sala de treinamento. Melina olhou o treinamento delas pela janela da porta, e todas as viúvas da sala olharam para ela. Depois, Melina continuou andando até um elevador, subiu e foi para a sala de Dreykov.

— Meu Deus, olha só você — disse Dreykov enquanto Melina entrava na sala. — Então, como foi a reunião familiar?

— Ah, foi horrível! Eles são cafonas, muito emotivos, carentes, e ainda tive que aguentar aquela Rogers — disse Melina, enquanto Dreykov se aproximava dela.

— Como nos velhos tempos? — perguntou Dreykov.

Melina respondeu apenas com um suspiro.

— E a Yelena Belova? O que aconteceu com ela? Ela foi a única afetada, não foi? — perguntou Dreykov.

— Até onde eu sei, sim — respondeu Melina.

— Esses gases e antídotos são um pé no meu saco. É um problema que preciso resolver — disse Dreykov.

— Hum, tenho nove porcos que necessitam de cuidados na minha ausência... — começou Melina, mas foi interrompida por Dreykov, que a guiou para se sentar.

— Seus porcos — disse Dreykov, segurando o cabelo de Melina. — Arranque o cérebro dela e identifique a fraqueza.

Com Yelena, ela estava amarrada a uma maca enquanto faziam um risco em sua testa.

— Acho que morrer assim não é nada legal — disse Yelena para si mesma. O som de uma serra era audível pela sala toda.

Com Natasha, Sarah e Alexei, as duas mulheres estavam deitadas no chão e Alexei tentava se soltar.

— Alexei — chamou Natasha, e ele a respondeu.

Voltando para Melina e Dreykov.

— E quanto à Romanoff? — perguntou Melina.

— Ela é uma traidora. Virou as costas para seu pessoal, suas irmãs. Ela não tinha nada. Eu dei a ela amor, eu dei a ela um lar. Ponha aquela coisa nela, a sua química. Deixe-a igual aos seus porcos e faça a mesma coisa com a Rogers. Consegue imaginar o que eu faria com duas Vingadoras, sendo uma delas a filha do ex-Capita HYDRA, sob o meu controle? — disse Dreykov.

— Não gostaria de falar com elas primeiro? — perguntou Melina.

— Quando você olha nos olhos de uma criança que criou, nenhuma máscara no mundo pode esconder — disse Dreykov, indo tirar a máscara de Melina. Ela segurou a mão dele, mas depois soltou. Ele desativou a máscara de Melina e retirou a peruca, revelando o rosto de Natasha. — Bem-vinda de volta.

O Treinador sacou sua pistola, pois Natasha havia se levantado.

— Não, não quero que estrague o meu brinquedo — disse Dreykov, impedindo o Treinador.

Com Melina/Natasha, Sarah e Alexei, o homem olhava pelo vidro para as duas mulheres.

— Natasha — chamou Alexei. — Eu não posso nos salvar. Quero que saiba que sinto muito. Dediquei minha vida a uma causa. Pensei que fosse valente, possivelmente o mais valente. Mas eu estava sendo valente. Fui um covarde em Cuba quando vieram tirar vocês de mim. Nenhuma causa vale isso. Você só deve se sacrificar por...

Alexei foi interrompido quando o vidro da cela se abriu e as duas saíram. Sarah estava com os braços cruzados.

— Como vocês fizeram isso? — perguntou Alexei.

— Eu que projetei essas celas — disse Melina, tirando sua máscara junto com a peruca.

— O quê? — perguntou Alexei, confuso.

— Ideia minha, diga-se de passagem — disse Sarah, com um sorriso convencido.








𝓓𝓪𝓾𝓰𝓱𝓽𝓮𝓻 𝓸𝓯 𝓐𝓶é𝓻𝓲𝓬𝓪 - 1º TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora