A família real estava à mesa quando os convidados chegaram: o rei Park Min-Woo e seu único filho, Park Do-Whi.
Ha-na engoliu em seco. Não podia negar que o rapaz era bonito, mas, em sua opinião, ele parecia extremamente sem graça.
Seu pai, radiante, disse:
—Obrigado por aceitarem o convite. A nossa aliança será de grande valor.
Ha-na ergueu os olhos, curiosa para descobrir do que se tratava essa nova aliança.
Park Min-Woo respondeu com firmeza:
— Sim, a cada dia os espíritos malignos aumentam. Devemos erradicá-los de uma vez por todas, e nossa união será de grande valia.
Ha-na engasgou com o suco, mas rapidamente cobriu a boca ao receber um olhar de reprovação da mãe.
Sua mãe, com um sorriso tenso, completou:
— Sim, devemos revelar a eles?
O coração de Ha-na apertou. Tão jovem, ela não pôde conter a vontade crescente de chorar ao ouvir as palavras que se seguiram.
— Você, minha filha, e Park Do-Whi têm um papel crucial nesse plano, será um lindo casamento.
Os olhos de Ha-na marejaram enquanto fitava a mãe. Em um olhar de relance para Do-Whi, viu a felicidade nos olhos dele com a decisão. Incapaz de suportar, levantou-se abruptamente da mesa e correu para fora do salão, seguida pela senhora Chu.
— Princesa! Por favor...
Ha-na entrou em seu quarto e se jogou na cama, o peso da notícia esmagando seu peito.
— Eu me recuso! Não vou me casar com ele... eu nem o conheço direito... e só tenho 18 anos... — Ha-na declarou, sua voz carregada de desespero.
— Mas Princesa, seu casamento só deve ser daqui um ano... quando tiver a idade ideal — respondeu a senhora Chu, tentando acalmá-la.
— Exatamente, um ano só suportando este fato e depois uma longa vida ao lado dele. Não, de maneira nenhuma. Eu prefiro morrer — Ha-na retrucou, sua voz tremendo de emoção.
— Por favor, Princesa, não diga isso — a senhora Chu implorou, sua preocupação evidente.
— Não me casarei, senhora Chu, a não ser que seja por amor. Não vou viver a minha vida como a minha mãe, que só fica aqui dentro deste palácio — Ha-na afirmou com determinação, lágrimas nos olhos.
Senhora Chu a abraçou, como se fosse uma criança pequena, tentando consolar a jovem. Mas logo ouviram a porta se abrir, e a senhora Chu recuou ao ver a rainha entrar.
— Do Ha-na, o que pensa que está fazendo? Como pode sair daquela forma? — a rainha perguntou, sua voz carregada de autoridade.
Ha-na se levantou, os olhos ainda marejados.
— Mãe... estão me prometendo a um qualquer...
— Ele não é um qualquer! É um príncipe, assim como você! Ele tem status e precisamos fazer essa aliança. Não ouviu? Os espíritos malignos estão aumentando e...
— E acha que assim vão acabar? Não, não é assim. Não é a quantidade, é a força de coragem, é o poder de suas próprias habilidades. Sei que não estão interessados só em erradicar os espíritos, isso é bem mais... é poder, é dinheiro — Ha-na interrompeu, sua voz cheia de convicção.
A rainha levantou a mão, como se fosse acertar um tapa, mas logo recuou.
— Poder? Dinheiro? É isso que pensa? Se estivesse estudando o que deveria, em vez de ler livros sobre os caçadores, saberia que o nosso reino, o nosso exército, é pequeno e que precisamos de aliados. Fazemos isso pelo bem da nossa nação.
Ha-na engoliu em seco, arrependida de suas palavras, mas a ideia de casamento ainda lhe repugnava.
— Quando? Quando será o casamento? — ela perguntou, sua voz mais baixa.
A mãe sorriu ao responder:
— Dois anos. Até lá, vocês irão se conhecer, será cortejada por ele e quem sabe o amor floresça?
— Amor? É isso que pensa, mãe... Eu sinto dentro de mim que não é ele, não temos o fio vermelho — Ha-na disse, com a voz suave mas resoluta.
A mãe a olhou confusa:
— Fio vermelho? De que besteira está falando?
— Existe uma história, almas gêmeas, caçadores de demônios têm um fio vermelho os conectando, mostrando com quem é o seu destino — Ha-na explicou, sua voz cheia de esperança.
— Isso está no livro dos caçadores? — a rainha perguntou, com uma sobrancelha levantada.
— Sim, no primeiro livro. O diário é da rainha de Yung, ela conta sobre sua vida... fala sobre isso, relata como ela encontrou o amor verdadeiro, mãe... é lindo — Ha-na respondeu, seus olhos brilhando de emoção.
— Querida... esses livros têm um século já, as coisas mudam... ser caçador é um trabalho incrível, mas não para você. Fio vermelho? Isso não existe mais... E se prepare, Park Do-whi vai passar uma temporada aqui, antes de retornar. Seja gentil — disse a rainha, sua voz suave mas firme.
Ha-na suspirou, sentindo o peso da tradição e do dever esmagando suas esperanças de encontrar o verdadeiro amor.
Oii, gostaram do capítulo? Espero muito que sim. Até breve!
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Destino Impossível
FanfictionNum mundo onde reis ainda governam, a princesa Do Hana anseia por ser mais do que uma figura decorativa. Determinada a ser uma caçadora em campo de batalha, ela se vê presa por um destino cruel: foi prometida a Park Do-whi, um príncipe distante e in...