Na manhã seguinte, Joo-yeon entrou rapidamente no quarto de Ji-woo, ofegante e claramente ansiosa. Ji-woo, que estava se preparando para o dia, levantou o olhar surpresa com a entrada abrupta.
— Ji-woo, sei que ficará zangada, mas preciso te dizer algo — disse Joo-yeon, com a voz trêmula.
Ji-woo franziu a testa, sentindo uma mistura de preocupação e curiosidade.
—Céus! Fale logo. O que houve?
Joo-yeon hesitou por um momento, tentando encontrar as palavras certas.
— Mesmo sendo um espírito maligno, uma pequena parte de nós jovens consegue agir por domínio próprio.
Ji-woo ergueu uma sobrancelha, incerta do que isso significava.
— Sim... e?
Joo-yeon respirou fundo, reunindo coragem.
— Tenho sentimentos por Woong-min. Ontem tive a certeza.
O rosto de Ji-woo endureceu por um momento, oscilando entre a raiva e a compreensão. Ela virou o rosto e suspirou, sentindo a influência do espírito maligno, mas também uma parte de si que ainda entendia e se importava.
— Ouça, Joo-yeon — continuou Ji-woo, a voz mais firme. — Estamos nisso há anos... fazendo isso pelos seus pais... pela minha tia. Leonardo escolheu a gente porque confia muito em nós. E mesmo assim, somos espíritos malignos. Woong-min ficaria desapontado de qualquer forma.
Joo-yeon fechou os olhos por um momento, lutando contra as emoções conflitantes dentro de si.
— É, você tem razão... fazemos isso por nossas famílias que morreram injustamente... Eu sou um espírito maligno, já estou condenada há muito tempo.
A dor na voz de Joo-yeon era palpável, e Ji-woo se aproximou, colocando uma mão reconfortante no ombro da amiga.
— Eu sei que é difícil, Joo-yeon. Mas precisamos manter o foco. Não podemos nos deixar levar pelos sentimentos.
Joo-yeon abriu os olhos, encontrando o olhar de Ji-woo.
— Você está certa. Precisamos ser fortes. Por nossas famílias.
Ji-woo assentiu, um brilho de determinação em seus olhos.
— Sim, por nossas famílias.
As duas se encararam por um momento, compartilhando uma compreensão silenciosa do peso que carregavam. Apesar dos sentimentos complicados, sabiam que tinham um objetivo maior a alcançar.
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Do-whi bateu na porta do quarto de Ha-na, acordando-a de um sono inquieto. Ela abriu a porta, ainda sonolenta e um pouco irritada.— O que faz aqui tão cedo? — perguntou ela, esfregando os olhos.
— Ha-na... depois de ontem, acho que posso te perdoar — disse Do-whi com um tom condescendente.
— Ah, isso. Claro. Obrigada pela consideração... — respondeu ela, tentando esconder a indiferença.
— Porém, princesa Ha-na, trate de esquecer So Mun. Se eu os ver próximos outra vez, falarei com seu pai sobre isso. E as coisas não ficarão boas para vocês dois.
— Está me ameaçando? — ela perguntou, estreitando os olhos.
— Entenda como quiser — disse Do-whi, dando um passo para trás.
— Ele vai embora daqui uns dias... então vê se não enche minha paciência logo de manhã — retrucou ela, irritada.
Com um movimento brusco, Ha-na fechou a porta do quarto na cara de Do-whi. Ela se jogou na cama, ainda com raiva da ameaça velada. Mas essa raiva logo se dissipou ao se lembrar da noite passada, quando Mun esteve em seu quarto, fazendo-a sentir-se segura e amada, mesmo que por um breve momento.
Deitada na cama, Ha-na suspirou profundamente, tentando acalmar seu coração. A lembrança da presença de Mun ao seu lado era a única coisa que conseguia aliviar sua frustração naquele momento.
Ha-na se levantou e começou a fazer sua higiene matinal. Logo, a senhora Chu entrou no quarto para ajudá-la a terminar de se arrumar. Após o café da manhã em seu próprio quarto, Ha-na pegou sua espada e, com cuidado para que ninguém a visse, se esgueirou pelos corredores. Alguns guardas que faziam a ronda a notaram, mas nunca ousariam dizer qualquer coisa contra a princesa.
Ela chegou finalmente ao salão de treino e escolheu uma sala mais reservada, onde seu treinador secreto, Motak, estava treinando com Mun. Ao vê-lo ali, Ha-na sorriu.
— Motak, pode deixar eu e ele treinarmos? — pediu ela.
Mun notou a presença dela, sentindo uma mistura de felicidade e culpa.
Motak saiu do tatame, assentindo com a cabeça.
— Fiquem à vontade.
Ha-na subiu no tatame e disse:
— Vamos lá, So Mun. Fizemos isso da última vez, mas havia raiva. Quero tentar de novo, e acredito que vou ganhar outra vez.
So Mun riu de canto e respirou fundo, respondendo:
— Ok, vamos ver se minha safira irá ganhar. Da última vez, eu nem estava lutando para valer — ele provocou.
Ha-na também sorriu de canto, aceitando o desafio.
Os dois começaram a lutar, o tilintar das espadas ecoando pelo salão, golpes precisos e certeiros trocados a cada movimento. Ha-na percebeu que Mun estava falando sério quando disse que no duelo anterior não lutou para valer, pois agora ela sentia que seria uma perdedora nas mãos dele.
Entretanto, Ha-na não iria facilitar. Depois de longos minutos de intensa luta, ela conseguiu desarmá-lo, apontando a espada para o peito dele enquanto sorria amplamente. Ambos estavam ofegantes.
— Pelo visto, eu não tenho chance alguma contra a minha safira — disse Mun, rindo.
Ela sorriu, adorando quando ele dizia "minha" e a chamava de "safira", significando que ela era uma joia preciosa, linda e só dele.
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Faltava uma semana para a véspera de Ano Novo, mas o dia seguinte já era a véspera de Natal. O palácio estava em alvoroço, com vários servos indo de um lado para o outro, ocupados com as decorações natalinas. As luzes piscavam nas árvores, e guirlandas enfeitavam as portas, trazendo um clima festivo ao ambiente.
Hana observava a movimentação com um olhar distante, sabendo que em poucos dias, Mun voltaria para a Itália com Leonardo. O pensamento a deixava com um aperto no coração, pois a presença dele tinha se tornado algo precioso para ela.
Enquanto isso, Mun tinha acabado de sair de uma discussão acalorada com Leonardo e Jade. Ambos haviam reiterado que sua aproximação com a princesa estava prejudicando a missão. Mun não se esforçava em buscar segredos ou informações valiosas como esperado, mas garantiu que seria fiel ao plano, o que trouxe algum alívio a Leonardo.
Entretanto, a cada dia, a paixão de Mun por Hana crescia mais. Ele sabia que tinha pouco tempo para demonstrar seus sentimentos antes que a situação se tornasse irreversível. Ele se sentia como sua irmã, Joo-yeon, carregando a culpa de ser um espírito maligno, sabendo que já estava condenado, mesmo que se arrependesse.
Mun caminhava pelo centro da cidade, imerso em seus pensamentos. As ruas estavam enfeitadas com luzes brilhantes e vitrines decoradas para o Natal. Ele procurava algo especial, algo que pudesse expressar seus sentimentos por Hana, mesmo que por um breve momento. Finalmente, ele encontrou o que procurava.
Oii este capítulo está maior que o outro, e o ano novo na história já está chegando em...
Até breve!
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Destino Impossível
FanfictionNum mundo onde reis ainda governam, a princesa Do Hana anseia por ser mais do que uma figura decorativa. Determinada a ser uma caçadora em campo de batalha, ela se vê presa por um destino cruel: foi prometida a Park Do-whi, um príncipe distante e in...