Capítulo 46

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— De ler minhas memórias! Terminou? — diz, com uma mistura de tristeza e raiva.

Hana sente seu coração parar, a voz falha e triste ao responder:

— Como você sabe?

Ele fica cético e diz, aumentando o tom de voz:

—Hana, eu te amo. Eu sei quando você está triste, quando está feliz, quando pensa no seu pai. Memorizei cada detalhe do seu rosto para poder saber o que te dizer ou ao menos tentar! Desde que leu minhas memórias no Ano Novo para acreditar se eu falava a verdade sobre meus sentimentos, eu entendi, mas porque eu te enganei... então sei quando você lê as memórias...

Ele faz uma pausa, os olhos já cheios de lágrimas. Hana sente um arrependimento profundo no coração, culpando-se por deixar o ciúme falar mais alto.

Mun continua:

— Mas agora, você disse olhando no fundo dos meus olhos que confia em mim, mas não confia! Hana, isso me faz questionar tudo! Porque eu te enganei e nunca me perdoei por isso. Vou perguntar outra vez... você confia em mim?

Hana já está chorando, a voz embargada:

— Eu não confio em ninguém... desde que você partiu, nesses meses que esteve fora, eu não confio. Mas agora foi um erro meu, eu deixei que o ciúme me dominasse, Mun. Não é você...

— Não sou eu? Eu destruí algo importante. Se você não confia nas pessoas, isso é minha culpa, Hana. Me destrói saber que não quis compartilhar isso comigo.

— Para de se culpar, So Mun. Eu já disse que deixei isso de lado. Até mesmo minha mãe te perdoou.

Ele grita:

— Mas a confiança é um pilar importante, e você não a tem por minha causa. Dói, Hana. Me dói ver o que fiz com você. Me dói ver que você acha mesmo que eu a beijei.

— Já disse que foi ciúme e insegurança... — ela sussurra.

— É melhor você dormir, Hana. Estava chorando por causa do seu pai, descanse.

Ela fica perplexa, era exatamente isso. A saudade a dominou desde o pedido de casamento, e pela tarde começou a chorar pela saudade do pai, junto com seus pensamentos inseguros sobre o que Sofia disse: "ele não resistiu aos meus olhos azuis."

— Mun, espere, temos que conversar — ela pede, tentando pegar a mão dele, mas ele recua, sentindo a culpa.

— Não há mais o que falar... só descanse — Mun fala, saindo do quarto.

Hana fica sozinha, passando a mão nos cabelos, estressada, pensando que talvez estejam indo rápido demais. São noivos, mas agora há conflitos em seus corações, principalmente sobre a confiança.

Não confiar em ninguém é algo que ela adquiriu depois que Mun partiu, mas ela não culpa Mun por isso, já o perdoou há tanto tempo. Mun se culpa por ela não confiar nele, mas não é que ela não confie, ela está confusa, triste, e o ciúme a dominou por um momento.

A confiança é algo que se conquista, e enquanto Mun volta para o seu quarto, ele fecha a porta e cai no chão. Suas mãos começam a tremer, e o ar falta. Sua respiração acelerada é o único som ouvido. As memórias do passado, de quando era um espírito maligno, voltam para atormentá-lo, fazendo-o se debater de raiva.

As lágrimas começam a cair de forma avassaladora, pensando que tudo pode mudar de forma drástica.

👑♠️

Hana acorda no dia seguinte e é recebida com uma notícia urgente de um de seus guardas sobre Leonardo. Automaticamente, ela convoca uma reunião com os demais representantes.

Mun aparece na reunião tão desanimado quanto ela, mas ambos sabem que este não é o momento para deixar as emoções tristes dominarem. Eles têm um dever a cumprir.

Hana começa:

— Olá a todos. Leonardo finalmente entrou na Ásia. Soubemos pela China que ele deve estar aqui em dois dias.

— Ótimo! — exclama Amara, visivelmente animada.

— Qual é o plano para encontrarmos quando ele chegar? — pergunta Sofia, com um sorriso no rosto, sem mostrar nenhum arrependimento por suas ações passadas.

Hana engole seco antes de responder, tentando manter a postura profissional.

— O território vai nos mostrar a localização dele, será um jogo de sorte. Mas há outro detalhe que... — ela hesita por um momento antes de continuar — ...que Mun preparou.

Todos olham para ele, e So Mun começa a explicar:

— A guarda da fronteira será composta por caçadores. Normalmente, essa tarefa é realizada por pessoas comuns. Também colocaremos caçadores como espiões em lugares possíveis onde Leonardo pode se infiltrar.

— Parece bom — diz Mateo. — Mas e se ele conseguir passar da fronteira?

— É provável e de propósito! — Mun responde com um sorriso confiante. — Esses caçadores não serão capazes de detê-lo, e assim saberemos que ele está na Coreia. Leonardo só pode ser detido por nós aqui e por alguns caçadores que selecionei durante o treino. Escolhi os melhores.

Hana, mesmo sentindo que a tensão entre ela e Mun está insuportável, não pode deixar de sentir orgulho dele. Ela percebe que, apesar dos problemas pessoais, Mun continua comprometido com a causa e com a segurança de todos.

A reunião continua com debates e ajustes no plano, mas Hana e Mun mantêm o foco. Eles sabem que precisam trabalhar juntos, independentemente dos conflitos internos, para enfrentar a ameaça que Leonardo representa.

👑♠️

Mun está na escola, mas seus pensamentos estão longe. Ele não se arrepende do pedido de casamento, mas se arrepende profundamente do seu passado. A pequena briga com Hana o afastou emocionalmente, revelando as muitas questões que ainda precisam ser resolvidas no relacionamento deles.

Hana quer com todas as suas forças aliviar a culpa que So Mun carrega, uma culpa que ele só confessou sentir na noite anterior. Por outro lado, Mun deseja desesperadamente restaurar a confiança e a segurança de Hana. Se ela está insegura, ele precisa saber o motivo e encontrar uma maneira de evitar que isso aconteça novamente. No entanto, muitos deveres e treinos ocupam o seu tempo. Ele tem a confiança da rainha como futuro rei da Coreia e não quer decepcioná-la.

Nos próximos dois dias, ele se manteve trancado em seu quarto todas as noites, revisando quase todas as matérias. Durante as manhãs, ele se submetia a treinos longos, tentando mostrar que era capaz de continuar liderando os caçadores.

Hana sentia falta dele, sentia-se ignorada. Ela tinha seus próprios deveres como princesa e se preparava para ser a futura rainha, mas o desânimo a dominava. A presença constante de Sofia, depois da mentira que ela contou, a chateava ainda mais.

A rainha percebeu que ambos pareciam afastados, mas não se atreveu a perguntar o que havia acontecido. Ela pensou que seus deveres estavam simplesmente sobrecarregando-os.

Oii, publicando agora porque a noite estarei em prova, que chato... enfim espero que tenham gostado deste capítulo, qualquer coisa quando eu sair da prova posto outro, que esse não parece muito feliz. Até breve!

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