Capítulo 3

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Ha-na viu sua mãe saindo do quarto e suspirou profundamente antes de dizer:

—Senhora Chu, vou ao jardim. Traga minha capa, por favor.

Senhora Chu se curvou rapidamente, pegou a capa branca no guarda-roupa e a entregou a Ha-na. Ela vestiu a capa com movimentos rápidos e decididos, saindo do quarto e caminhando pelos corredores até chegar ao jardim.

Ao chegar, sentou-se no balanço e segurou as cordas com força, deixando marcas levemente vermelhas em suas mãos. Sua mente estava tumultuada, cheia de pensamentos confusos e sentimentos contraditórios.

Logo, ouviu o farfalhar de passos na grama e uma voz masculina interrompeu seu momento de reflexão.

— Princesa... Ha-na, está tudo bem? — a voz de Park Do-Whi era suave, mas cheia de preocupação.

Ela não se mexeu, respondendo baixinho, quase sem vontade:

— Sim, claro.

Park Do-Whi posicionou-se à sua frente, tentando capturar seu olhar.

— Sei que isso pode ser repentino, o nosso casamento, mas prometo tratar você muito bem, senhorita. Posso cuidar de você, seremos um casal incrível!

— Eu não vou me casar com você... — Ha-na declarou, sua voz carregada de firmeza e resignação.

Park Do-Whi pigarreou, visivelmente confuso e desconcertado.

— Bem, mas você já está prometida a mim... então vamos tentar nos dar bem — ele disse, tentando encontrar um caminho para a reconciliação.

Ha-na manteve o olhar distante, a mente ainda presa às suas próprias convicções e sonhos, resistindo à ideia de um destino que não escolheu.

— Olha só, se eu disse que não vou, não vou. Não importa o que faça, sempre sonhei que me casaria por amor, e eu não sinto nada por você — Ha-na afirmou com determinação, seu olhar firme e desafiador.

— Princesa, estou tentando ser gentil. Aja conforme seu status. Nesse período de noivado, vou dar o meu máximo... — Park Do-Whi disse, tentando manter a compostura e a gentileza.

Ha-na levantou-se abruptamente do balanço, sua voz cortante.

— Só, se você desaparecesse.

Park Do-Whi engoliu seco, forçando um sorriso enquanto mantinha uma distância respeitosa.

— Um dia você vai se acostumar. Te verei mais vezes, Princesa.

Ele se virou e saiu do jardim, deixando Ha-na sozinha com seus pensamentos. Um ódio crescente subia dentro dela, fazendo-a querer gritar, mas ela respirou fundo, tentando controlar suas emoções. Voltou a se sentar no balanço e começou a se balançar mais alto, sentindo o vento frio da noite bater em seu rosto, como se tentasse acalmar a tempestade que rugia em seu coração.

👑♠️

Leonardo, com o tempo, construiu sua fortaleza no canto mais escondido da Coreia. No início, quando perdeu seu status oficial na Itália, de príncipe para soldados sul-coreano, foi difícil lidar com a situação. Mas sua mente sempre foi aberta, mesmo quando era apenas um garotinho.

Agora, como um homem, cuidando de pessoas mais jovens e lhes prometendo um futuro, liderando espíritos malignos, ele se tornara um deles, mas com um poder especial. Leonardo era um nível 4, sabia se esconder do território e, o melhor de tudo, conseguia esconder suas memórias dos caçadores.

Passou anos treinando os jovens, não só na arte da espada, mas também a esconder suas memórias, suas emoções, a se esconder do território e a conhecer os pontos fracos dos caçadores.

Hoje era um dia especial, finalmente o começo do plano que ele havia esperado anos para iniciar. Leonardo entrou no quarto improvisado dos mais jovens e entregou um saco de roupas a eles. So Mun perguntou, com uma mistura de curiosidade e desconfiança.

— Matou para consegui-las?

Leonardo riu, um som frio e sem alegria.

— Bem, sim, mas é para uma boa causa. Vistam-se. Vamos entrar no palácio deles, vamos nos infiltrar. Soube que esta é a época com mais bailes, festas... será perfeito. Precisam usar roupas convincentes.

Jade pegou as roupas femininas e começou a distribuí-las para Ji-woo e Joo-yeon, as mais próximas. Joo-yeon era a irmã mais nova de So Mun.

Leo continuou seu discurso, a intensidade de suas palavras crescendo.

— Vamos nos infiltrar, descobrir as armas deles, quantos caçadores, e por fim, derrubar o reinado do Rei Jung-hyun e de sua preciosa família.

Mun, já colocando a camisa preta, perguntou com uma voz sombria.

— Eles têm uma filha, não é? Ela também vai morrer?

Leonardo olhou para Mun, seu olhar frio e calculista.

— Se for necessário, sim. Ninguém deve ficar em nosso caminho.

Mun não podia discordar, mas ele não era um espírito maligno comum. Ele sabia se controlar. Sua motivação era a própria vingança, e quando isso acabasse, ele planejava pegar um rumo diferente com sua irmã, bem distante da Coreia.

Jade, enquanto terminava de fazer um rabo de cavalo, perguntou:

— E como faremos para entrar? Como convencer que somos da realeza?

Leo respondeu com simplicidade:

— No fim, eu realmente já fui um príncipe. Vou dizer que estive em missões como caçador nos últimos anos e só depois recuperei o trono. E vocês são jovens que eu adotei. Têm status também.

Todos confirmaram com a cabeça, e Mun saiu para respirar um pouco de ar fresco. Logo sua irmã o seguiu.

— Irmão, a gente vai conseguir finalmente — Joo-yeon disse, sua voz cheia de esperança.

Ele se virou e se encostou em uma árvore, respondendo com um tom melancólico:

— Sim, parece tão fácil...

— Mas não é... Já sabe para onde vamos depois de tudo? — ela perguntou, preocupada.

Mun sorriu para ela e tocou nos seus cabelos escuros.

— Pensei em ir para o Brasil, talvez seja legal. É bem distante.

— Brasil — Joo-yeon repetiu, maravilhada. — Parece incrível.

— Também espero que seja. Agora vamos, até chegarmos na cidade levará horas. Também temos que arrumar um carro.

Joo-yeon assentiu, mas antes fez um comentário brincalhão:

— Ei, agora que pintou o cabelo de ruivo, não parecemos gêmeos.

Mun sorriu e começou a andar, com ela logo o seguindo.

— Mas ainda somos irmãos, e eu tô lindo assim.

Joo-yeon gargalhou do ego dele, mas fez questão de aumentá-lo um pouco mais ao dizer:

— Sim, seus longos cachos ruivos o deixam muito lindo.

Ele sorriu outra vez, e os dois entraram na academia, prontos para iniciarem o plano.


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