Capítulo 16

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Mun sentiu a tensão crescente e decidiu que era melhor descer do cavalo antes que a situação ficasse mais complicada. Ele desceu primeiro e, com um movimento rápido, segurou Hana pelos quadris e a colocou suavemente no chão. Hana foi pega de surpresa pela ação, sentindo as mãos firmes de Mun sobre ela.

Antes que pudesse reagir, Do-whi apareceu, seu rosto contorcido de fúria.

— O que você pensa que está fazendo? — Do-whi disparou, sua voz gélida. — É completamente inapropriado estar aqui sozinho com a princesa, e ainda mais tocá-la dessa maneira.

Mun, ainda recuperando o fôlego, olhou para Hana e depois para Do-whi, percebendo a gravidade da situação.

—Você está certo — Mun admitiu, sua voz firme. — Não deveria ter feito isso. Peço desculpas.

Mun então deu um passo para trás, tentando não piorar a situação. A realidade do que ele estava fazendo caiu sobre ele como um peso, e ele percebeu que tinha cruzado uma linha perigosa. Ele fez uma leve reverência para Hana, evitando o olhar de Do-whi, e se afastou rapidamente.

Do-whi se aproximou de Hana, a tensão ainda evidente em seu rosto.

— Seus pais propuseram um passeio de carruagem no parque — Do-whi disse, sua voz um pouco mais calma, mas ainda carregada de autoridade. — Eu vim te convidar. Você não pode recusar.

Hana, percebendo a seriedade no tom de Do-whi e sabendo que era um pedido dos pais, assentiu relutantemente.

— Está bem — ela respondeu, sua voz suave, mas resignada. — Vamos ao passeio de carruagem.

Mun caminhava rapidamente, deixando o campo para trás, a mente tumultuada pelos eventos recentes. Ele estava tão perdido em seus pensamentos que quase colidiu com Jade, que estava vindo na direção oposta. Ela o encarou com um olhar severo, cruzando os braços.

— Você está fora de controle, Mun — Jade começou, sua voz afiada como uma faca. — Uma coisa é se aproximar da princesa para descobrir segredos do palácio, mas se apaixonar por ela? Isso é inaceitável.

Mun franziu a testa, tentando manter a calma.

— Eu não sei do que está falando, Jade — ele disse, embora soubesse que estava mentindo.

Jade deu um passo à frente, sua expressão dura e desafiadora.

— Não se faça de desentendido, Mun — ela continuou, o tom ainda mais cortante. — O que você acha que vai acontecer quando ela descobrir que você é um espírito maligno? E que seu objetivo é matar o pai dela? Está enganando-a, e isso pode arruinar tudo. O plano é o foco superior.

Mun sentiu um nó se formar em seu estômago. Ele sabia que Jade estava certa, mas a dor em seu peito era real e difícil de ignorar.

— Eu sei — ele admitiu, a voz quebrada. — Mas...

— Não há "mas", Mun — Jade interrompeu, a raiva evidente em seus olhos. — Você não pode permitir que seus sentimentos interfiram. Lembre-se do que está em jogo. Leonardo confiou em você para essa missão, e você não pode falhar.

Mun abaixou a cabeça, sentindo a pressão crescente de suas responsabilidades e emoções conflitantes.

— Você está certa — ele disse, finalmente. — Eu não posso deixar meus sentimentos atrapalharem.

Jade deu um último olhar duro para Mun antes de se afastar, deixando-o sozinho com seus pensamentos tumultuados. Mun respirou fundo, tentando se recompor. Ele sabia que tinha que manter o foco, mas a imagem de Hana continuava a pairar em sua mente, complicando tudo.

Hana estava sentada na luxuosa carruagem, vestida com um elegante vestido rosa e luvas de seda que iam até os cotovelos. Ela mantinha uma expressão neutra, mas por dentro, estava completamente chateada com a situação. Do-whi, sentado ao seu lado, parecia satisfeito, sem perceber o desconforto da princesa.

A carruagem começou a se mover, os cavalos troteando suavemente enquanto seguiam em direção ao parque. Do-whi olhou para Hana, tentando iniciar uma conversa.

— É um belo dia, não acha, Hana? — disse ele, tentando soar casual.

Hana apenas assentiu, oferecendo um sorriso fraco. Seu pensamento estava longe dali, focado em algo muito mais importante. Enquanto Do-whi continuava a falar sobre trivialidades, ela discretamente começou a concentrar suas energias, tentando mais uma vez ver o fio vermelho do destino.

Fechando os olhos por um momento, Hana se concentrou intensamente, sentindo a energia fluir através de seu corpo. Ela visualizou o fio vermelho que conectava almas gêmeas, esperando desesperadamente ver uma ligação entre ela e Do-whi. Quando abriu os olhos e não viu nenhum fio conectando-os, uma onda de alívio e felicidade percorreu seu corpo.

Ela abriu os olhos, sentindo um sorriso sincero formar-se em seus lábios. Do-whi notou sua mudança de expressão e tentou captar sua atenção.

— Hana, você está bem? — perguntou ele, preocupado.

— Sim, estou bem, apenas um pouco cansada — ela mentiu, mas desta vez seu sorriso era verdadeiro.

Do-whi pareceu aceitar a explicação e voltou a falar sobre o parque e as atividades que poderiam fazer. Hana continuou a fingir interesse, mas sua mente estava a mil. Saber que seu fio do destino não estava conectado a Do-whi trouxe-lhe uma sensação de esperança e renovação. Ela sabia que seu verdadeiro amor estava em algum lugar por aí, e isso lhe dava forças para continuar.

Enquanto a carruagem continuava seu passeio, Hana olhou para fora, observando a paisagem passar, com o coração mais leve. Ela sabia que teria que enfrentar a verdade sobre seus sentimentos e seu destino, mas por agora, estava feliz em saber que seu coração não pertencia a Do-whi.




Oii, ia postar um pouco mais tarde, ou nem postar, porém esse é menor e os capítulos que mais gosto estão chegando. Espero que mesmo assim tenham gostado deste. Até breve!

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