Perdão e Vingança

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Tom olhou para a porta à sua frente e moveu os pés, os dedos flexionando em volta do recipiente com a planta em vaso em suas mãos.

Tom: Por que tenho que fazer isso? - perguntou a Luna.

Luna suspirou. Tinha sido uma luta trazer seu amigo até ali, e ele vinha fazendo a mesma pergunta há dias.

Luna: Porque é a coisa certa a se fazer, Tom.

Tom: Mas isso não vai consertar nada.

Luna: Você pelo menos precisa se desculpar.

Tom: E por que preciso do gerânio?

Luna: É sempre bom incluir um presente quando se pede desculpas a alguém.

A ideia ainda parecia ridícula para a horcrux, mas pela expressão no rosto de Luna, ele sabia que havia protelado o máximo que ela estava disposta a tolerar.

Tom cerrou os dentes e empurrou a porta, ainda frustrado por ter que fazer aquilo. O banheiro estava ainda mais sombrio e decadente do que ele se lembrava, provavelmente porque não era mais usado por ninguém, graças ao fantasma residente.

O fantasma em questão flutuava dentro e fora das baias quando eles entraram e imediatamente voou para cumprimentá-los.

Murta: Luna, que bom te ver de novo. Quem é esse garoto? Ele é seu amigo? Você nunca trouxe um amigo aqui antes. Por que trouxe ele? Você sabe que meninos não são permitidos aqui. Este é um banheiro de meninas, sabia? Nada de meninos!

Luna: Olá, Murta - cumprimentou animadamente. - Este é Tom. Eu o trouxe para conhecê-la. Ele tem algo muito importante para dizer. Não tem, Tom?

Uma cotovelada afiada nas suas costelas fez Tom se mexer.

Tom: Oi, Murta. Hum... Você provavelmente não se lembra de mim, mas... - O jovem parou um momento para pensar na melhor forma de dizer isso - É uma história longa, na verdade. Eu estava na escola com você. Eu... Bem... É complicado, mas eu fiquei preso dentro de um diário por muito tempo e recentemente saí... Por isso ainda sou jovem.

Ele olhou para o fantasma para confirmar se ela estava acompanhando, mas a garota transparente o encarava como se ele tivesse enlouquecido. Ela olhou para Luna em busca de confirmação, e a jovem assegurou que era verdade, então o fantasma se aproximou mais para olhá-lo de perto.

Tom permaneceu firme, sem recuar, enquanto ela pressionava seu rosto espectral perto do dele.

Murta: Tudo bem, tudo bem, se você diz. É uma história estranha, mas eu aceito. Então você estava na escola quando eu estava viva? Bem, eu não me lembro de você. Nós não éramos amigos. Eu nem tinha amigos naquela época. Então, por que está aqui?

Tom cerrou os dentes, um pouco inseguro sobre como o fantasma reagiria à notícia.

Tom: Bem, o problema é que, no dia em que você morreu, aqui neste banheiro, eu... Eu estava aqui... Com você.

A revelação provocou uma reação na garota morta, que se aproximou ainda mais, seu nariz quase afundando no dele enquanto o encarava nos olhos.

Murta: Foi você quem fez os ruídos sibilantes?

Tom: Sim. Eu estava falando em língua de cobra. Para abrir a Câmara Secreta.

Murta: O quê?

Tom: A Câmara Secreta. Há uma câmara secreta debaixo da escola. Lá embaixo tem uma porta... - Ele apontou em direção às pias - ...que eu estava tentando abrir. Não percebi que você estava aqui até sair do box.

Murta: Então foi você quem me matou? - perguntou bruscamente, inclinando a cabeça para o lado, intrigada, e se aproximando ainda mais dele.

Tom: Não... Hum... Sim... Hum... Tecnicamente, foi a basilisco que te matou.

Luna Lovegood e o Diário do Lorde das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora