Dementadores

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Luna: Estou com medo.

Tom: Medo de quê?... Achei que você estivesse no trem.

Luna: Estou, mas o trem simplesmente parou. Está tão frio, Tom. Sinto medo e tristeza e não sei o que está acontecendo.

Tom: Eu também estou sentindo isso. Como uma espécie de desesperança.

Luna: Sim. O que está acontecendo?

Tom: Luna, pegue sua varinha.

Luna: Por quê?... O que está acontecendo?

Tom: Dementadores. Há dementadores por perto.

Luna: Por quê?

Tom: Não sei. Você está com sua varinha em mãos?

Luna: Sim.

Tom: Pense em algo feliz. O pensamento mais feliz que você tem.

Luna: Não posso. Estou tão triste, Tom. Não consigo parar de tremer.

Tom: Pense em sua mãe.

Luna: Estou pensando. Lembro-me dela morrendo. Ela estava ali na minha frente e então desapareceu. Eu nem consegui dizer adeus.

Tom: Pense em coisas felizes, Luna.

Luna: Papai estava tão triste. Ele chorava o tempo todo. Ele achava que eu não via, mas eu via. Eu sabia que ele estava chorando.

Tom: Não pense nisso. Pense mais no passado. Pense nela quando ela estava viva. Ensinando você sobre todas essas criaturas. Pense nela ensinando você a cantar.

Luna: Sinto muita falta dela, Tom.

Tom: Eu sei, Luna, mas você tem que lutar contra isso. Pense nela. Pensamentos felizes.

Luna: Ela me levou para procurar ninfas musgosas na floresta quando eu tinha cinco anos. Eu escorreguei em uma pedra e caí no rio. Ela pulou atrás de mim e transformou esse acidente em um simples mergulho. Nós rimos muito.

Tom: Sim, é isso. Pense nisso. Deixe isso abafar todo o resto. Não pense em nada além dessa memória. Aquele sentimento. Empurre-o para baixo em seus dedos e através de sua varinha e então grite "Expecto Patronum", Luna. Grite com toda a sua energia.

Luna: Não posso. Estou com tanto medo.

Tom: Pense em sua mãe, Luna. Pense nas ninfas. O rio. Pense na risada de sua mãe, então canalize tudo para sua varinha e grite por mim. Eu sei que já lhe dei conselhos falsos sobre feitiços antes, mas desta vez você precisa confiar em mim. Você pode fazer isso?

Luna: Eu acho que sim.

Tom: Então faça isso, Luna. Encontre esse sentimento feliz e grite. Agora.

...

Tom: Luna?

Luna: Funcionou. Eles estão se indo embora. Eu... Eu sinto que o frio está se dissipando.

Tom: Eu também. Muito bem, Luna.

Luna: Ouço vozes fora da minha cabine. As pessoas estão chorando.

Tom: O que está acontecendo agora?... Eles ainda estão no trem?... Luna?

...

Luna: Tom?

Tom: Luna, o que aconteceu?... Você simplesmente parou de responder.

Luna: Alguns estudantes se esconderam na minha cabine depois que lancei aquele feitiço. Acho que eles podiam sentir que era mais seguro aqui.

Tom: Faz sentido.

Luna: As pessoas têm perguntado onde eu aprendi aquele feitiço.

Tom: O que você disse a eles?

Luna: Que eu aprendi em um livro.

Tom: Não é mentira.

Luna: Mas não é exatamente verdade.

Tom: Acho que, nesta ocasião, você pode ser perdoada por mentir um pouco.

Luna: Não consegui agradecer antes.

Tom: Bem, estava ficando angustiante ter essas coisas perto de mim. Eu não poderia repeli-los sozinho, então tive que contar com você para fazer isso.

Luna: Claro. Não é como se você tivesse ficado preocupado comigo.

Tom: De jeito nenhum.

Luna: Por que você é apenas um diário sem coração?

Tom: Exatamente.

Luna: Obrigada, Tom.

Tom: De nada, criança.

Luna: Acho que posso ir para a cama agora, ainda estou me sentindo muito angustiada.

Tom: Coma um pouco de chocolate. Isso vai ajudar.

Luna: Não que você se importe ou algo assim, não é?

Tom: Vá dormir, Luna.

Luna: Boa noite, Tom. Bons sonhos.

Tom: Boa noite.

Luna Lovegood e o Diário do Lorde das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora