Capítulo 69 - O Eco

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—"Aquele, aquele insolente..."

    Lee Mi-kyung e o secretário, de pé atrás do Presidente, engasgaram. O Presidente, no entanto, pareceu surpreso com a acusação inesperada e examinou Song Yi-heon. Ele não via seu filho ilegítimo há quase meio ano, e ele havia mudado muito.
    O Presidente frequentemente repreendia Yi-heon, achando seus modos fracos patéticos, e Yi-heon geralmente desabava em uma pilha, sobrecarregado. É por isso que ele evitou ver Song Min-seo.
    A última vez que o viu, ele o repreendeu por sua maneira desleixada de comer, e Yi-heon não tocou em sua comida desde então, apenas sentado ali tremendo. Ele não conseguia acreditar que um fracote assim fosse seu sangue. O Presidente ficaria furioso quando Yi-heon se encolhesse, tentando bajular com ele. Quando ele viu seu filho do governo pela primeira vez, Yi-heon foi um baluarte para o Presidente, que foi reduzido a um tigre sem dentes.
Ele pretendia usar Yi-heon para influenciar o conselho e recuperar as ações da empresa que havia perdido, mas ele era um filho pior do que todas as suas três filhas juntas. Suas três filhas, nascidas de sua esposa, tinham os olhos de um tigre, nunca recuando de ninguém, mas Yi-heon, a que ele havia conseguido de lado, era um fracasso completo.
    O presidente o observou por 18 anos e concluiu que Yi-heon era inútil. Ele parou de visitá-lo, incapaz de suportar a visão de Song Min-seo enlouquecendo. Mas agora, Yi-heon parecia ter finalmente recuperado o juízo. Seus olhos estavam diferentes. Não era o olhar brincalhão e calculista de um jogador, mas um olhar feroz e confiante, e o presidente ficou intrigado.
    Mas não era o suficiente para ele aceitar Yi-heon ainda. Ele fingiu raiva, tentando deliberadamente esmagar o espírito de Yi-heon.

—"Você é tão arrogante que nem sente vergonha do que aconteceu com você. Quão patético você deve ter parecido para eles te subestimarem."

    O presidente tinha ouvido falar sobre o bullying. O incidente em que Yi-heon pulou do viaduto foi mantido em segredo, mas Jeong Eun-chae não ficou em silêncio dessa vez. Ela ficou surpresa ao saber que o pai de Yi-heon estava vivo e bem, mas ela decidiu proteger Yi-heon. Para ela, o presidente era apenas mais um pai, e um péssimo pai. Negligência também era uma forma de abuso. Depois de ouvir os detalhes do bullying, o presidente foi pessoalmente à escola. Ele não foi para verificar Yi-heon ou protegê-lo, mas para avisá-lo para resolver as coisas em silêncio, sem fazer barulho. O presidente presumiu que Yi-heon tinha sido intimidado porque era fraco.

   Mas Yi-heon, com seu corte de cabelo curto, parecia pensar diferente.

—"Ah, isso. Não me sinto arrogante. Também não estou envergonhado."

Seus lábios se curvaram e sua bochecha lisa se ergueu.

—"Meu valor não diminui só porque sofri bullying."

    Não era algo que ele estava dizendo porque sua alma havia mudado. Yi-heon não mudou só porque foi intimidado. A violência pode machucar, mas não pode diminuir seu valor.

—"Que valor esses perdedores patéticos têm para dar sentido a algo?"

   Ele podia dizer isso tão indiferentemente porque era a alma de Kim Deuk-pal, mas quer ele expressasse ou não, o valor de uma pessoa não mudava. Yi-heon não precisava se curvar ao Presidente.

—"Se estamos falando de vergonha, você é quem deveria ter vergonha, tentando conciliar duas famílias e falhando em cuidar de nenhuma delas."

—"Huh?"

Finalmente, o Presidente estava interessado.

   Yi-heon estendeu o dedo indicador, envolveu sua xícara de chá e apontou para Lee Mi-kyung, parada atrás do Presidente. Mi-kyung estremeceu, mas balançou a cabeça, fingindo não notar quando o Presidente se virou para ela. Yi-heon, sabendo de seu segredo, achou isso ridículo.

High School Return of a Gangster-NovelOnde histórias criam vida. Descubra agora