Capítulo 35 - A Sombra da Dúvida

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   O sedan parou em um sinal vermelho. O jovem motorista, que tinha vindo buscar Choi Se-kyung às 23h, batia no volante com o dedo indicador ao som da última música K-pop tocando no rádio. Pelo menos o motorista anterior tinha sido quieto, mas esse novo era um sujeito rude que nem se deu ao trabalho de perguntar se podia ligar o rádio. Estava claro que ele menosprezava Se-kyung, que era mais jovem que ele.

   Se-kyung revirou os olhos, observando o cotovelo do motorista saindo do assento do motorista. O que aconteceria se ele agarrasse o braço que segurava o volante? Ficaria quieto por um tempo. O motorista provavelmente morreria em uma colisão frontal com o caminhão vindo da direção oposta, e outra pessoa estaria sentada no assento do motorista. Se-kyung olhou mais para longe do cotovelo do motorista. Havia um grande caminhão esperando o sinal.
Mas Se-kyung nunca agarrou o cotovelo do motorista. O sinal abriu, e o carro em que Se-kyung estava e o caminhão grande da direção oposta passaram um pelo outro com segurança em suas respectivas faixas.
    Fantasias rudes e impulsivas geralmente terminavam como fantasias. Se-kyung nunca havia realizado suas fantasias. Não era porque ele tinha medo de se envolver em um acidente. Se-kyung estava totalmente ciente da responsabilidade que viria depois que ele fizesse algo. E ele sabia que era errado.
    Ele distinguiu entre fantasia e realidade. Ele também sabia que sua violência incomum era um problema, e ele obedientemente a suprimiu, como seu pai desejava. Mesmo que Choi Myung-hyun não confiasse em seu filho.

   Um carro na faixa ao lado passou pelo sedan em que Se-kyung estava. As janelas eram pretas, então o interior não podia ser visto, mas Song Yi-heon, de quem Se-kyung havia se separado na escola preparatória, estava lá dentro. Como ambos estavam indo para o mesmo bairro, o sedan em que Se-kyung estava seguiu o carro em que Yi-heon estava. O motorista assobiou para o emblema do carro de luxo no para-choque traseiro do carro da frente.

—"Uau, a família desse cara é outra coisa. O nome dele é Song Yi-heon, certo?"

   O jovem motorista demonstrou interesse em Yi-heon. Se-kyung sentiu um tipo diferente de desprazer do que aquele que ele teve de suportar o barulho. No entanto, Se-kyung, que havia crescido reprimido, escondeu suas emoções, especialmente as negativas, por trás de um sorriso.

Quando Se-kyung sorriu suavemente, o motorista, interpretando isso como uma permissão, fez uma pergunta pessoal sobre Yi-heon.

—"Ele é fofo. Ele é popular com as garotas, não é?"

—"Sim, ele é popular."

   Após o roubo das taxas de aula, Yi-heon foi comparado a Hong Jae-min, que tentou bater em uma aluna, e seu relacionamento com as meninas, que já eram próximas, tornou-se ainda mais próximo. A avaliação de Yi-heon também se tornou rapidamente amigável.

—"Mas caras como ele são ainda mais populares entre os homens."

   Se-kyung sorriu ambiguamente e olhou para o espelho retrovisor. O motorista estava distraído, olhando para a estrada para fazer uma curva à direita.

—"Ele é bonito, tem uma boa personalidade e é tranquilo. Eu tinha um amigo assim no ensino médio, e ele era popular com todo mundo. Ele se dava bem com meninos e meninas, mas desde que era menino, ele andava mais com os meninos. Mas ele parecia meio estranho, magro, sabe..."

—"Yi-heon é bonito. Como uma menina."

Se-kyung ecoou as palavras do motorista. O motorista, que havia sido cuidadoso com suas palavras na frente do filho de seu empregador, ficou encantado.

—"Certo? Ah, fiquei surpreso quando o vi pela primeira vez. Ele é um estudante do ensino médio, mas ele tem isso... bem, de qualquer forma, ouvi dizer que ele recebeu muitas confissões de garotos quando se formou."

High School Return of a Gangster-NovelOnde histórias criam vida. Descubra agora