Capítulo 38 - Uma toca familiar

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   Choi Se-kyung olhou para a placa amarela desbotada no beco estreito onde o asfalto estava rachado. O prédio era tão velho que não seria surpreendente se a placa lascada de tinta caísse a qualquer momento. Era a primeira vez que ele via uma pousada de verdade, algo que ele só via em filmes.
   Kim Deuk-pal estava prestes a entrar, mas Se-kyung agarrou seu moletom e o impediu. Ele não queria reclamar sobre os arranjos para dormir, mas era difícil ignorar a parede de cimento rachada.

—"Vamos ficar aqui?"

—"Estamos sozinhos, então se não tivermos sorte, talvez nem consigamos dormir aqui."

   Existem condições rígidas para menores ficarem em instalações de hospedagem. Choi Se-kyung, que havia fugido de casa, era menor de idade, e nenhum dos dois tinha o consentimento dos responsáveis, então se eles fizessem alguma besteira, estariam dormindo nas ruas. Se-kyung não conseguiu mais impedi-lo.

—"Será que o dono mudou?"

   Kim Deuk-pal murmurou preocupado. Ele próprio havia visitado a pousada há mais de uma década, mas só ouvira relatos de seus subordinados. Ele não recebera nenhuma notícia da morte do proprietário, então o proprietário provavelmente não havia mudado, mas ele era um homem muito velho, então não seria surpreendente se ele tivesse falecido durante a noite.
  Mas, ao contrário de seus medos, a pousada era exatamente a mesma de quando Kim Deuk-pal a visitara há mais de uma década. O banco longo com impressões brilhantes em forma de bunda, o bambu da sorte que nunca teve folhas frescas, o vidro opaco cobrindo o balcão, tudo permanecia o mesmo no pequeno espaço, como se o tempo tivesse sido preservado. Kim Deuk-pal se curvou, encostando-se na pequena janela que servia de recepção. "Ahem, ahem." Ele limpou a garganta e forçou uma voz profunda e séria que não combinava com seu rosto jovem.

—"Tem alguém aí?"

   A janela se abriu e um velho com cabelo branco raspado colocou a cabeça para fora. O velho, com rugas por todo o rosto, parecia ter problemas de visão, e demorou um pouco para reagir depois de olhar para os convidados.

—"Quantos anos você tem?"

—"...Eu sou menor de idade, mas ele é adulto."

   Até Kim Deuk-pal, que estava fingindo ser um adulto com o rosto de Song Yi-heon, sabia que era muito exagero, então ele puxou Choi Se-kyung para mais perto. O velho, vendo um garoto mais novo apresentando um mais velho, olhou para os dois. Se-kyung, sentindo a situação, rapidamente se apresentou.

—"Ele é meu irmão mais velho."

   Kim Deuk-pal gemeu. Se-kyung se abaixou para cobrir o balcão, bloqueando a visão do velho.

—"Se você tem um irmão mais velho, por que o mais novo está falando?"

—"Ele é jovem e cheio de energia."

—"Ele provavelmente causará alguns problemas. Você vai ter dificuldades."

—"Ele é fofo, então eu o aturo."

   Kim Deuk-pal deu um chute na canela dele por trás. Se-kyung, sem pestanejar, explicou a situação suavemente.

—"Viemos visitar parentes, mas não havia espaço suficiente. Vamos dormir aqui e sair cedo amanhã de manhã."

  Se-kyung tirou sua carteira. O velho, depois de olhar para a carteira cheia de dinheiro, desviou o olhar quando Se-kyung estava prestes a tirar seu cartão. Ele apertou os botões de canal na velha TV com uma vassoura, resmungando com seus dentes faltando.

High School Return of a Gangster-NovelOnde histórias criam vida. Descubra agora