Capítulo 13 - O menino que sabia demais

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   Se-kyung disse a Kim Deuk-pal para escolher um café para onde pudessem ir, e o lugar que ele escolheu foi um pequeno café privado perto da escola. O interior era pesado com móveis e decorações antigas, uma mistura de estilos ocidentais e tradicionais. Depois de pagar pelo pedido, Kim Deuk-pal caiu em um canto isolado, cobrindo os olhos com a mão. Ele já estava lutando para acompanhar o trabalho escolar, e agora tinha que lidar com a bagunça que Yi-heon havia criado. A coisa toda era exaustiva.
   Ele não tinha percebido o quão difícil seria confrontar os alunos que estavam incomodando Yi-heon. Hong Jaemin parecia estar se divertindo, mas Se-kyung, que geralmente era tão despreocupado, tinha olheiras. Kim Deuk-pal se perguntou o quanto Se-kyung realmente sabia. Ele estava apenas supondo ou tinha alguma ideia do que havia acontecido? Tentando ler a mente de Se-kyung, Kim Deuk-pal não conseguia se concentrar na aula.
   Ele finalmente abriu os olhos. Se-kyung havia retornado com o pedido deles, uma bebida e uma fatia de bolo, e estava colocando sua bolsa no assento em frente a ele. Kim Deuk-pal havia solicitado um turno noturno na escola, então ele estava de mãos vazias, mas Se-kyung, que estava indo para casa, tinha sua mochila com ele.

—"Coma bastante", disse Se-kyung. "Notei que você pagou por nós no café mais cedo."

—"Você também deveria comer", respondeu Kim Deuk-pal.

   Os adultos deveriam pagar as crianças para comer, então Kim Deuk-pal pegou o garfo, fingindo oferecer uma mordida a Se-kyung. O bolo, decorado com frutas em conserva, parecia fofo e aguçou seu apetite, mas o pensamento do custo de um pedaço tão pequeno o fez estalar a língua.
   Ele havia se tornado economicamente bem-sucedido como o braço direito do chefe da organização, mas havia começado do zero sem nada, então ainda tinha o hábito de buscar valor pelo dinheiro. Este pequeno pedaço de bolo, que nem sequer enchia sua palma, tinha o preço de uma tigela de arroz, o que não lhe agradou.

—"Por que alguém pagaria e comeria esse tipo de coisa? Eu prefiro uma tigela de arroz quente", ele resmungou.

   Depois de um momento, Kim Deuk-pal se viu raspando as migalhas de pão no prato vazio com seu garfo.

—"Você quer um pouco?" Se-kyung perguntou, empurrando o bolo intocado em sua direção.

   Kim Deuk-pal tossiu sem jeito. Por algum motivo, a comida doce que ele normalmente nem olhava parecia atraente para ele. Ele relutantemente aceitou o cheesecake e cortou um pedaço com seu garfo. Engolindo saliva ao ver a superfície pegajosa do bolo, ele deu uma mordida.
   Ele queria evitar trazer à tona a confissão que Yi-heon tinha feito, mas ele sabia que teria que lidar com isso eventualmente.

—"Ahem, ei, sobre aquela confissão..." ele começou.

 
   Kim Deuk-pal era heterossexual, mas não tinha aversão a homossexuais. Ele trabalhou em boates por anos e viu todo tipo de pessoa, desde aquelas obcecadas por sexo até aquelas que eram gays, aquelas que gostavam de seios ou genitais e tudo mais. Ele tinha a mente aberta sexualmente.
   Desde que Yi-heon foi exposto, Kim Deuk-pal assumiu que sua confissão era uma confissão de amor.

—"Eu me machuquei no inverno. Bati minha cabeça naquela época", ele disse, tentando explicar.

   Se-kyung levantou os olhos, ainda segurando seu canudo. Kim Deuk-pal se sentiu culpado por mentir e nervosamente pegou o bolo.
   Ele acreditava que Se-kyung gostava de mulheres, pois o viu borrifando perfume em seu lenço. Ele também sabia que muitos de seus subordinados que gostavam de mulheres desprezavam homossexuais, então ele assumiu que Se-kyung era o mesmo. Ele estava preocupado que Se-kyung ficaria chateado com a confissão, então ele inventou essa mentira.

High School Return of a Gangster-NovelOnde histórias criam vida. Descubra agora