High School Return of a Gangster-Novel

Capítulo 105 - A Besta Interior

  

       Enquanto jogava, Se-kyung cuspiu palavras que lhe vieram à mente, como quando discutia com Song Yi-heon. O sorriso que sempre estava lá como pano de fundo desapareceu. Sem o sorriso, Se-kyung estava longe de ser gentil. Quando as feições de seus olhos e lábios, que formavam principalmente curvas, endureceram, seu rosto lindamente bonito virou friamente invertido.O sorriso foi um ato que Se-kyung fez para se comportar bem sob a vigilância de Choi Myeong-hyun. Então, cego pelo ciúme, Se-kyung esqueceu completamente de Choi Myeong-hyun e removeu a opressão que havia sido imposta a ele.
    Com a opressão acabada, Se-kyung não conspirou, não piscou os olhos ou pregou peças. Ele não considerou a outra pessoa, nem sorriu gentilmente. Não havia nada. Tudo o que ele tinha eram seus sentimentos em relação a Song Yi-heon.
    Esse sentimento era algo que nem mesmo Choi Myeong-hyun conseguia controlar. Choi Myeong-hyun não conseguiu construir uma represa para deter o ciúme de Se-kyung, como um mar incontrolável. Não era uma área que ele pudesse controlar como pai.
   Desejo e sede, inveja e ciúme, dominação e possessividade. A natureza que dominava Se-kyung, livre da opressão, era áspera e indisciplinada, desse tipo. Em suas feições contidas, mas claramente definidas, uma forte obsessão era evidente.
Os dois se encararam por um tempo.
      As folhas secas e retorcidas na borda farfalharam. O cheiro de Song Yi-heon permaneceu na brisa que passava. O suor derramado da corrida no campo, misturado ao suor manchado de terra encharcado no uniforme escolar, era mofado e úmido, longe do cheiro quente e perfumado. No entanto, havia um estímulo que despertava instintos primitivos. No suor derramado de se mover vigorosamente para recuperar o fôlego, até mesmo o cheiro secreto que só podia ser sentido enterrando o nariz na pele estava presente. Se-kyung respirou fundo. O cheiro forte fluiu quente por suas veias e se acumulou abaixo de seu umbigo com um calor estranho.

—"Você terminou?"

    Enquanto Song Yi-heon perguntava. Se-kyung estava fervendo de desejo por seu cheiro, sem saber que desejo estava borbulhando dentro dele, até mesmo suas palavras ásperas pareciam inflar o calor que Se-kyung mantinha abaixo de seu umbigo.

—"Você disse tudo o que queria dizer?"

     No mar noturno de Gangneung, onde o luar refletia nas ondas, Song Yi-heon disse palavras semelhantes. Era o fim da primavera. Naquele lugar onde as ondas quebravam e o cheiro de decomposição flutuava pelas rachaduras no cimento do aterro quebrado, Song Yi-heon dissera para não se conter. Ele dissera a Se-kyung para fazer o que quisesse, prometendo suportar tudo, e Se-kyung nunca se esquecera disso.
   Quando me lembro, havia sinais antes mesmo de embarcar no ônibus expresso para Gangneung. Se-kyung afugentou os estudantes homens que apareceram entre as palmeiras para estudar juntos e Yi-heon acalmou Song Min-seo que teve uma convulsão, o que foi um novo choque para Se-kyung. Ele gostou do olhar maduro. Yi-heon habilmente fez o que Se-kyung queria. Como ele conseguiu fazer isso, chamou sua atenção e segurou seu olhar. Ele não sabia se queria se parecer com ele ou confiar nele. Ele pensou que era admiração, mas era amor.
   Poderia ter sido admiração. No entanto, no momento em que Se-kyung ouviu as palavras "não se contenha", no momento em que foi reconhecido sem ser reprimido ou coagido, esse apoio foi inexplicável além do amor. Ele disse para não se conter. Se for esse o caso, a pessoa que o suportará não é ele, mas Yi-heon.

—"... Não. Não acabou."

    Se-kyung terminou seus pensamentos e ergueu os cílios. As pupilas escuras, densamente preenchidas com ganância sem um pingo de lacuna, eram arbitrárias. Como uma fera recém-amadurecida, ele era rude e ameaçador. O jovem azul fresco era tão perigoso quanto as longas presas de uma fera, feroz em sua ganância, mas desajeitado. A briga infantil era irritante, mas agora Yi-heon parecia interessado enquanto levantava o queixo.