Capítulo 23 - O preço de um jogo

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—“Na verdade, eu tenho um toque de recolher.”

—“Você?”

   As orelhas de Se-kyung ficaram vermelhas, e ele as cobriu desajeitadamente com as costas da mão, desviando o olhar.

—“… 22h. Tenho me esquecido disso ultimamente por causa do estudo noturno. Não é um dia de estudo noturno, mas acho que ligaram porque eu ainda não estava em casa.”

—“Bem, mesmo que você tenha crescido, você ainda é uma criança aos olhos dos seus pais.”

   Embora ele tenha dito isso, Kim Deuk-pal entendeu que o toque de recolher foi definido para evitar que Se-kyung se metesse em problemas. Ele inadvertidamente percebeu a intenção do pai de Choi Se-kyung.

   Kim Deuk-pal esticou o pescoço para olhar o relógio digital pendurado na entrada do teatro. Os ingressos eram para o show das 21h55, e já eram 21h40. Kim Deuk-pal pulou do banco.

—“Vamos. Eu te levo para casa.”

   Ele deveria levar a preciosa criança de outra família para casa em segurança depois de tirá-la de lá, mesmo com um toque de recolher. Kim Deuk-pal estava prestes a sair do teatro sem esperar por uma resposta, mas seu capuz foi agarrado. Choi Se-kyung estava bastante ansioso. Ele não soltava o capuz, tentando impedir que o falso Song Yi-heon saísse.

—"Espere."

—"Você disse que tem um toque de recolher."

—"Eu não vou ter problemas. Está tudo bem. É apenas uma formalidade. Eu só preciso dizer a eles onde estou."

   Então, era verdade que eles estabeleceram um toque de recolher para ele porque estavam preocupados que ele tivesse problemas. Kim Deuk-pal riu. Se-kyung, sentindo o significado por trás de sua risada, pegou o balde de pipoca e caminhou em direção à entrada do teatro. Ele não queria estragar o passeio de Kim Deuk-pal por causa dele.

—"Ei, me devolva a pipoca."

   A pipoca, que inicialmente era deliciosa, mas agora parecia sem graça depois de comer tanto, foi tomada como refém por Se-kyung. Kim Deuk-pal o seguiu com um sorriso malicioso, achando as ações de Se-kyung cativantes.

 ***

   Depois que o filme terminou e eles saíram do cinema, já passava da meia-noite. Kim Deuk-pal encostou a cabeça na janela do táxi e observou a paisagem urbana lá fora. Parecia familiar, e ele percebeu que tinha estado naquela área algumas vezes durante seus dias de gangster. Tendo vivido como gangster, ele estava mais acostumado com o cenário noturno do que com o diurno. A tranquila rua principal, onde os postes de luz não alcançavam, já foi seu domínio.

   Ele não ansiava por aquela vida, embora o tivesse feito porque não havia outra maneira de ganhar a vida como ser humano. Mas ele frequentemente pensava nos subordinados que havia recrutado pessoalmente. Eles eram todos almas feridas. Ele não podia ignorá-los quando estavam frustrados e vagando por causa de suas famílias infelizes ou dos muros da realidade, então ele começou a recrutar pessoalmente seus subordinados.

   Ele os pegou como gatos de rua. Ele relembrou a bronca que recebeu de seus subordinados, que lhe disseram para não pegar pessoas como gatos de rua. Ele nem teve a chance de se despedir deles adequadamente. Eu me pergunto como eles estão...

   De lado, ele ouviu Se-kyung atendendo uma ligação de casa.

—"Estou indo para casa. Peguei um táxi. Não, ele é um colega de classe. ... Moramos no mesmo bairro. Sim. Boa noite."

High School Return of a Gangster-NovelOnde histórias criam vida. Descubra agora