High School Return of a Gangster-Novel

Capítulo 2 - Uma Verdade Inconfessável

   Para ser honesto, Kim Deuk-pal não ansiava pela "faculdade" em si, mas pela "vida de um graduado". Ele ansiava pela vida comum de frequentar um campus universitário, se formar, conseguir um emprego, se casar, ter filhos e envelhecer. Mas com sua única habilidade sendo brigar, ele duvidava que pudesse conseguir um emprego, muito menos se casar.

Alguns de seus colegas e subordinados encontraram boas mulheres, deixaram a organização e se casaram, mas Kim Deuk-pal não teve tanta sorte. Mesmo que ele conhecesse uma mulher louca, havia poucos empregos que ele poderia fazer depois de deixar a organização, dada sua falta de educação. Ficar na organização era a escolha prática se ele quisesse ser um membro funcional da sociedade.
   A faculdade era apenas uma pequena parte dos arrependimentos de Kim Deuk-pal. Era a única parte que ele conseguia alcançar sozinho, mesmo com sua idade, mais de quarenta anos.
   Ele queria ir para a faculdade, mesmo que por um ano, mesmo que por um mês, para experimentar a vida que ele havia desistido. Então, mesmo que ele morresse, ele não teria arrependimentos.
   De que adiantavam os arrependimentos quando você estava morto?
   Kim Deuk-pal tinha certeza de sua morte. Ser esfaqueado ou gravemente ferido em uma briga por território era comum.
   Ele havia perdido a consciência, sangrando profusamente, sem uma imagem clara do que havia acontecido. Ele sabia por experiência que era improvável que sobrevivesse.

E o menino que caiu da ponte?

   Ele parecia tão jovem, como um estudante do ensino médio. Se Kim Deuk-pal tivesse se casado e tido filhos na idade apropriada, o garoto teria aproximadamente a mesma idade do filho. Um garoto da idade do filho dele estava tentando pular de uma ponte. Kim Deuk-pal teria desviado o volante na mesma situação.

Qual era o sentido de tudo isso se ele estava morto?

   O murmúrio fraco ao redor dele parecia o ressentimento dos mortos, e seu corpo estranhamente leve parecia o peso de sua alma. Kim Deuk-pal, apesar de sua aparência rude, era sentimental e facilmente influenciado pela superstição.

   Ele não tinha pensado muito na morte, mas se era assim, não era tão ruim. Ele não queria morrer, mas também estava ansioso por isso. Ele pensou: "Na próxima vida, irei para a escola e viverei uma vida normal, uma vida adequada."
    Ele havia presumido que iria para o inferno por suas atividades de gangster nesta vida, mas parecia que não era o caso. Kim Deuk-pal sentiu-se deitado envolto em um lençol branco.
    A luz brilhante que geralmente era retratada como o céu nos dramas penetrava em suas pálpebras.
    Era isso? Ele estava esperando os degraus para o céu descerem? Kim Deuk-pal estava perdido na estranha sensação de desapego que veio com o fim de sua vida, esperando sua vez. Ele estava esperando a grande escadaria que se desdobraria diante dele.
Mas a vida nunca foi fácil.
O murmúrio, que antes era fraco, ficou mais alto, quebrando a paz de sua expectativa celestial.

—"Seu pequeno bastardo! Você matou alguém e nem mostrou o rosto! Seu filho da puta! Saia daqui e implore!"

—"Droga, arrastem-no para fora! Não o deixem escapar! Arrastem-no para fora e levem-no ao chefe!"

    Kim Deuk-pal sentiu uma sensação de déjà vu com as vozes familiares. Era a linguagem áspera e grosseira que ele tinha ouvido tantas vezes. Ele conseguia imaginar os homens, seus rostos contorcidos de raiva, seus corpos enormes empurrando para frente. Hoje em dia, os gangsters fingiam ser respeitáveis, tentando evitar chamar a atenção para si mesmos. Eles usavam ternos e, quando recebiam uma intimação, balançavam um taco de beisebol que tinham comprado de presente para o sobrinho, usando-o em uma briga. Se as coisas dessem errado ou a polícia fosse chamada, eles se misturavam à multidão e desapareciam. Eles até se envolviam em crimes inteligentes, fingindo ser pessoas comuns, para explorar os outros.
   É por isso que Kim Deuk-pal os alertou repetidamente para evitar causar problemas e lidar com as coisas silenciosamente, tanto quanto possível. Ele disse a eles que a intervenção policial era a coisa mais irritante, e que todos os seus esforços para se disfarçarem de pessoas comuns seriam em vão se eles chamassem a atenção para si mesmos. No entanto, seus subordinados cabeça quente não conseguiam controlar seus temperamentos e frequentemente causavam problemas.
   Kim Deuk-pal, que estava sempre em apuros, não conseguia abandonar seus subordinados que tinham sido pegos pela polícia. Ele os tirava escondidos do centro de detenção, mesmo que estivessem apodrecendo na prisão e não pudessem seguir suas ordens. Tofu era a segunda coisa que ele mais amava, depois dos cigarros.