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Any Gabrielly

Depois de muito, muito tempo mesmo, estamos jantando como uma família. Só seria uma família de verdade se meu pai estivesse aqui.

— Como foi o seu dia? - Minha mãe questiona, acho que é pra minha irmã, mas surpreendentemente é pra mim. — Any! - Minha mãe me chama, batendo levemente as unhas na mesa.

— Foi bom. - Respondo simples.

— Que ótimo, na semana que vem vamos viajar no feriado de 4 de Julho. Estão animadas? - Minha mãe questiona alegre.

— Algumas horas de viagem são cansativas, mas eu estou animada. - Minha irmã diz com empolgação na voz.

— E você Any, está animada?

Ficar o feriado inteiro perto da pessoa que eu quero ficar longe não é o que eu queria pro meu feriado.

— Uhum...- Murmuro afirmando, movendo levemente a cabeça.

— O quê foi? Você vai ficar menstruada nesse dia? - Minha mãe questiona.

Pelo menos ela sabe que as vezes minha menstruação desrregula, ela só não sabe que é por causa do estresse.

— Talvez, eu não sei.- Respondo vagamente.

— Quando é aquela festa que você falou mesmo? - Minha irmã questiona antes de levar o garfo a boca.

— No Sábado.

— Depois de amanhã. - Minha irmã diz simples.

— Você pode ficar na casa da Rebeca filha. - Minha mãe diz a Isabela que me olha no mesmo instante.

— Fica comigo Any, por favor! - Isabela diz ao juntar as mãos em frente ao rosto.

— Não vai rolar, eu vou nessa festa.- Afirmo com um sorriso satisfatório nos lábios.

— Mãe! - Isabela exclama chorosa.

Aqui quem fala é a Sarah, do serviço meteorológico de San Francisco. Informamos que uma tempestade tropical com grandes chances de se tornar um tornado nível 3 esta se aproximando da Califórnia
Áreas litorâneas fiquem em alerta. Volto com mais informações na próxima transmissão.

— Que droga... - Minha mãe diz ainda encarando a TV.

— Mas isso não vai atrapalhar a nossa viagem do feriado, né? - Minha irmã questiona nervosa.

— Claro que não filha, daqui a pouco ela passa e nós vamos poder viajar sem problemas. - Minha mãe tranquiliza Izabela, enquanto a mesma olha curiosa pra TV.

No final do jantar ajudei Isabela a lavar e guardar as louças e subi pro meu quarto, me deitando na cama em seguida.

Fico encarando o teto por alguns minutos até uma fatiga frase vir na minha cabeça.

Que bunda grande em Soares.

De todas as frases que ele poderia ter dito, por que eu tinha que lembrar logo dessa. Me levanto, seguindo até o espelho no canto do quarto, me virando se lado observando minha bunda.

É, ela não tão ruim assim.

Dou de ombros e me sento na minha mesa, diferente dos outros dias em que pego um livro e fico horas lendo, hoje eu quero desenhar.

Pego meu sketchbook e começo a rabiscar um esboço simples de um rosto, vou descendo formando o pescoço e os ombros largos, braços fortes e cintura definida mas paro antes de fazer a bermuda. Olhando de cima, assim de longe, ele parece o meu vizinho.

IntentionsOnde histórias criam vida. Descubra agora