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Any Gabrielly

Entro em casa segurando minhas botas, na intenção de não acordar ninguém, mas me assusto quando vejo minha mãe na cozinha, bebendo uma xícara de café.

— Não se deve beber café a noite. - Informo ao parar atrás da ilha.

— Eu sei, mas eu estava extressada, e só café resolve. - A mesma responde seca.

— Tudo bem. Dessa vez é compreensível.

— Como foi lá?

— Bom.

— Se divertiu? - Assinto. — Beijou?

— Onde quer chegar? - Questiono cansada, me encostando no mármore da pia.

— Eu não pude sair pois sua irmã não tinha com quem ficar.

— A sua paranoia está privando você de ser livre mãe. Isabela já tem idade o suficiente pra se virar sozinha.

— Ela ainda é uma criança.

— Mãe, você tá estragando a minha irmã. Ela vai se virar como quando for mais velha?

— Eu vou estar do lado dela, só preciso equilibrar a balança.

— Mãe, você fala isso desde que ela nasceu. Você nunca consegue se equilibrar entre trabalho e família, pois o trabalho sempre vem em primeiro lugar.

— Eu estou trabalhando pra dar um futuro melhor pra vocês.

— Pra Isabela.- A corrijo.

— Pra você também Any.

— Não mãe, você deixa estampado que você se dedica pra Isabela não ter a mesma infância que a minha.

— As condições são diferentes minha filha...

— As condições são diferentes, mas as prioridades são as mesmas. Eu até entendia, pois a minha irmã era um bebê, precisava de cuidado e atenção, mas agora ela já pode se virar sozinha. Não tô falando pra deixar ela morar sozinha nessa casa, mas quando ela chega da escola ela pode muito bem esquentar seu almoço, lavar as loucas que usou, fazer seu dever e ir brincar, ler um livro, assistir TV, tanto faz. Mas você colocou ela em uma redoma de titânio que deixou ela vulnerável da vida!

— Isso é exagero.

— Não é mãe. Vamos tirar a prova daqui alguns meses então, quando eu for pra faculdade e ela tiver que se virar sozinha, vamos ver como ela se comporta.

— Não vou discutir com você há essa hora, sua irmã está dormindo lá em cima e não quero que ela acorde.

— Tudo bem, conversar com você é desgastante pra mim mesmo...

Pego meu telefone que deixei sobre a ilha da cozinha e subo pro meu quarto, me jogando na cama.

Meu telefone vibra, de começo acho que é uma das minhas amigas, mas na realidade é Joshua.

Polly Pocket

Probelmas com a sua mãe?

Rolo na cama até chega nos pés da mesma, vendo Josh sentado na sua cadeira, com o celular em mãos.

You

O de sempre.

Encaro o mesmo que interpreta um coração se partido no meio, o ato me faz rir.

You

Idiota.

Polly Pocket

IntentionsOnde histórias criam vida. Descubra agora