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Any Gabrielly

Escuto o carro da minha mãe chegar, me deixando nervosa.

— Merda.

— O quê houve?

— Minha mãe chegou. - Afirmo.

— Any!- Escuto sua voz do começo das escadas.

— Merda, ela já entrou em casa. Se esconde.

— Onde? No seu armário? - Questiona rindo.

— Exatamente.

No mesmo instante seu sorriso some.

— Porra Any, eu estava brincando.

— Eu não, entra logo. - Ordeno, o empurrando pra dentro do guarda-roupa.

Assim que Josh entra, afasto alguns casacos e entro também.

— Preciso te falar que esse é seu quarto e único intruso sou eu? - Questiona rindo.

— Eu não quero que ela me veja.

— Ah, entendi.

No mesmo instante ouço a porta ser aberta e logo sinto a mão de Josh pousar na minha cintura.

O quê você fazendo? - Questiono ao tentar afastar sua mão.

Relaxa Any, não consegue ficar em um lugar fechado comigo?

Estou começando a achar que não.

Isso não vem ao caso, não podemos fazer barulho.

— Por que se escondendo da sua mãe, na sua casa?

— Eu não quero brigar com ela novamente. Em um estante estamos bem, no outro volto a ser escrava aos seus olhos.

— Quer ir pra minha casa?

— Por que eu iria?

— Sua mãe não vai poder te perturbar lá.

— Eu quero que tudo isso acabe. - Suspiro cansada, deixando minhas frustrações saírem junto do oxigênio que solto.

Vamos ficar aqui até o dia de Ação de Graças?

Eu quero ver o que ela faz quando não estou no meu quarto.- Infirmo ao olhar pelo pequeno espaço que me permite ver seus movimentos.

A mesma olha sobre a minha mesa, analizando o quê há em cima dela, olhando as minhas fotos presas em alguns arames com pequenas flores que decorei.

— Mãe! Eu tô com fome! - Minha irma exclama, me deixando aliviada.

Nunca pensei que ficaria feliz em ouvir Isabela falar que está com fome.

— Já estou indo. - Minha mãe diz, deixando as coisas sobre a mesa, saindo do quarto às pressas.

— Viu, pra minha irmã ela só falta se jogar do segundo andar pra chegar mais rápido e preparar algo pra ela comer. Já eu, sou esquecida no jantar, no almoço e também no café da manhã.

— Eu no seu lugar não aguentaria...- Informa quando abro a porta do guarda-roupa.

— Nem eu aguento, eu me torturo por compaixão. Me sinto na obrigação de cuidar da minha irmã, mas esqueço que também preciso cuidar de mim.

IntentionsOnde histórias criam vida. Descubra agora