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Any Gabrielly

— Um sorvete de morango e um de... - Olho pra Josh, esperando o mesmo dizer o sabor do seu sorvete.

— Dois de Morango, por favor. - Pede, tirando seu cartão do bolso.

— Nem vem, eu convidei eu pago.- Digo ao baixar sua mão que segura o cartão de crédito.

— Cavalheirismo reverso? - Questiona me fazendo rir.

— Dessa vez eu pago.

— Então haverá outras? - Questiona com um tom malicioso na voz.

— Não enche! - Exclamo, dando um leve tapa no seu braço.

Pego meu cartão e aproximo da maquina, efetuando o pagamento.

— Não sabia que você usava cartão.- O mesmo diz quando pegamos os sorvetes.

— Eu guardo o dinheiro da minha faculdade nele. - Afirmo.

— Sua mãe não vai pagar sua faculdade?

— Ela queria que eu mudasse de área pra pode economizar. - Revelo, levando o sorvete a boca.

— Por que?

— Pois ela acabou de comprar um carro mais espaçoso e está pagando as aulas de Balé da minha irmã, aulas que ela quase não frequenta.

— Isso é sério?

— Infelizmente sim.

— Caramba.

— Pois é, a vida não é fácil pra meros pobres como eu.

— E o quê você vai fazer pra ter o dinheiro?

— Eu tenho uma boa parte, que consigo pagar as primeiras mensalidades, se não conseguir uma bolsa e uma carta de recomendação, terei que trabalhar pra pagar minha faculdade. Mas eu não estou triste com isso, pelo contrário. Isso mostra que estou me tornando uma pessoa independente.

— A carta de recomendação ajudaria você?

— Demais! Seria como o bilhete dourado do filme A Fantástica Fábrica de Chocolate.

— Gostei da comparação. - Diz, me fazendo rir.

— Eu me imagino daqui uns anos, vivendo do que gosto, talvez sendo uma artista reconhecida, talvez expondo minhas artes em galerias por aí. Quem sabe. - Digo, levando o sorvete a boca.

— Você vai conseguir.

— Como você sabe?

— Você é talentosa.

— Você nunca viu uma arte minha, como sabe?

— Eu vi a parede no seu quarto, você é boa no que faz.

— Valeu. E você? Tem em mente o quê quer fazer da sua vida?

— Eu ainda não sei.

— Vai entrar na faculdade sem saber o quê cursar?

— Até o final do ano letivo eu descido. - Informa, mordendo seu sorvete.

— Aí, credo!

— O quê foi? - O mesmo questiona confuso.

— Como você consegue morder o sorvete?

— Mordendo. - Diz simples.

— Acho que tenho sensibilidade nos dentes, só de ver você mordendo o sorvete já me arrepio toda.

— Nunca tive problema com sensibilidade dental. Pra mim morder o sorvete é algo normal.

— Eu detesto fazer isso.

IntentionsOnde histórias criam vida. Descubra agora