(...)

Uma semana, tem uma semana que parece que estou andando em circulos.

Hoje foi um dia estressante, todos estão dizendo que devo dar o caso como inconclusivo, mas algo dentro de mim me diz que não é impossível resolver isso...

-- Oi Billie... Tem uns dias que não te vejo. Ja estava ficando preocupada -- S/n diz, aparentemente chegando do trabalho também.

-- Oi S/n... Eu estou um pouco atolada de trabalho -- Respondo e ela concorda com a cabeça.

-- Entendo... Você ficou sabendo?... Digo, claro que ficou sabendo, você trabalha com isso... Uma colega do meu serviço me disse que mataram um homem no bairro onde ela mora... Acho que é Matias... Não, não é Matias... Mas é um nome parecido. Ela disse que até agora não sabe ao certo o que aconteceu -- Diz parecendo chocada com essa informação

Sinto meu corpo enrijecer ao ouvir S/n mencionar o caso. Tento manter a expressão neutra, mas algo sobre o jeito casual com que ela trouxe o assunto me incomoda.

-- Você quer dizer Martin?-- Pergunto, tentando não demonstrar a tensão que sinto.

-- Isso, Martin!-- Ela responde rapidamente, estalando os dedos como se tivesse acabado de lembrar. -- Ela disse que foi brutal, uma coisa horrível. Eu nem imagino como vocês lidam com esse tipo de coisa todos os dias.

Forço um sorriso, embora a preocupação já esteja martelando na minha cabeça.

-- Faz parte do trabalho, né? Mas sim, foi um caso complicado.-- Tento mudar de assunto, não querendo aprofundar a conversa sobre Martin com ela. -- E como estão as coisas no trabalho? Tudo tranquilo?

S/n dá de ombros, visivelmente aliviada com a mudança de tópico.

-- Nada demais. As coisas na loja estão meio paradas ultimamente... Acho que o pessoal não anda comprando perfumes caros. Mas, tirando isso, tudo está normal.

Eu aceno, tentando focar em qualquer coisa que não fosse o caso. Mas, no fundo, algo sobre o comentário de S/n ainda mexe comigo. Como ela teria ouvido sobre isso com tantos detalhes? É claro que notícias se espalham, mas o jeito despreocupado com que ela mencionou a brutalidade parecia... diferente.

-- Bom, se precisar de alguma coisa, sabe onde me encontrar -- digo, tentando encerrar a conversa antes que ela pudesse voltar ao tema do assassinato. -- Eu vou tentar descansar um pouco. Esse caso está drenando minhas energias.

S/n sorri, mas há algo nos seus olhos que parece curioso, quase investigativo.

-- Claro, Billie. Boa sorte com o trabalho.

Ela segue em direção ao seu apartamento, e eu fico parada por um momento, observando-a.

-- Ah, esqueci de perguntar... Chegou algum envelope para mim? Minha irmã mais nova fez questão de enviar um desenho dela lá da Califórnia... Estou com tanta saudades dela -- S/n pergunta esperançosa

Eu a encaro por um segundo, tentando lembrar se tinha visto algo para ela na caixa de correio recentemente.

-- Não que eu me lembre, mas posso verificar amanhã de manhã, se quiser -- respondo, tentando ser gentil. -- Esses desenhos de criança são sempre um presente especial, né?

S/n sorri, parecendo aliviada.

-- Sim, ela está numa fase criativa... Sempre me mandando desenhos, é adorável. Mas obrigada por olhar, eu realmente estou ansiosa para receber.

Aceno com a cabeça, sentindo uma pontada de empatia.

-- Vou dar uma olhada e te aviso se chegar alguma coisa.

Silent Obsession (Billie/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora