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[...]

Eu estava assistindo o jornal quando Billie entra na sala.

-- A-Amor...-- Ela me chama com a voz assustada. Eu olho para ela, que estava parada no meio da sala, em seus pés tem uma poça

-- Você fez xixi?-- Pergunto e ela nega com a cabeça.

Eu me levantei do sofá rapidamente, sem tirar os olhos de Billie. Ela parecia pálida, os olhos arregalados de puro nervosismo. Quando olhei para baixo novamente, percebi que a poça ao redor dos pés dela não era o que eu tinha pensado inicialmente.

-- Minha bolsa... estourou -- ela disse baixinho, como se estivesse ainda processando o que acabara de acontecer.

Meu coração disparou no mesmo instante. Não era possível que já fosse a hora, certo? Mas vendo a expressão dela e a realidade daquela poça no chão, não havia como negar. Era isso. Théo estava prestes a chegar.

-- Ok... ok... respira -- murmurei para mim mesma, tentando manter a calma, mas por dentro já sentia a adrenalina tomando conta. Eu me aproximei devagar, segurando as mãos dela. -- Amor, a gente tem que ir pro hospital agora.

Billie assentiu, claramente tentando se manter tranquila, mas eu sabia que ela estava assustada. Peguei rapidamente a mala que havíamos preparado semanas antes, e voltei para ela, que ainda estava parada no meio da sala, respirando fundo e tentando não entrar em pânico.

-- Vai ficar tudo bem -- eu disse, olhando em seus olhos enquanto a ajudava a caminhar em direção à porta. -- Nós estamos prontas para isso, você é forte e vamos encontrar o nosso pequeno Théo em breve.

-- Eu... Vou tirar essa calça molhada... Você limpa o chão?-- Ela pergunta e faz uma pequena careta de dor -- ainda não esta dando muitas contrações...

-- Claro, amor, pode deixar -- respondi rapidamente, tentando manter o tom de voz calmo, mesmo que minha mente estivesse a mil.

Billie caminhou devagar até o quarto para trocar de roupa, enquanto eu fui até a cozinha buscar um pano para limpar o chão. A poça ainda estava lá, me lembrando que, em poucas horas, tudo mudaria. Eu limpava o chão enquanto ouvia Billie se movimentando, e cada pequeno ruído me deixava alerta.

Quando terminei, joguei o pano na pia e voltei para a sala, só para encontrar Billie voltando, agora vestida com roupas secas e mais confortáveis.

-- Você está bem?-- perguntei, observando-a cuidadosamente, atento a qualquer sinal de dor.

-- Sim, ainda estou aguentando -- ela respondeu com um pequeno sorriso, mas logo franziu o cenho com outra careta de dor leve.

Eu respirei fundo e peguei a mala.

-- Pronta para ir conhecer nosso menino?

Billie assentiu, e eu me aproximei para dar um beijo em sua testa, tentando passar toda a segurança que ela precisava naquele momento.

-- Vamos nessa.

O trânsito estava um caos, e as contrações de Billie estavam aumentando cada vez mais.

-- Aguenta mais um pouquinho amor... O hospital fica na próxima esquina -- Digo e buzino para que um homem abra passagem. Ele me xinga, então eu coloco minha cabeça para fora -- Tem uma mulher em trabalho de parto aqui dentro!-- Grito irritada

O homem me olhou assustado e rapidamente deu passagem. Eu voltei para dentro do carro, ofegante e com o coração acelerado. Billie respirava fundo, apertando o braço do banco com força, e eu podia ver o desconforto em seu rosto.

-- Eu estou tentando, mas está ficando cada vez mais forte -- ela disse entre respirações curtas.

-- Estamos quase lá, amor, só mais um pouquinho -- tentei confortá-la, mantendo o foco em chegar ao hospital o mais rápido possível.

Silent Obsession (Billie/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora