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(...)

-- Eu vou estar com você a todo instante...-- Digo, segurando a mão de S/n com firmeza.

O sargento entra na sala de interrogatório, ele mantinha sua postura seria. Como o caso ganhou uma proporção muito maior do que o esperado, ele assumiu, mas ainda conta como pontos para a minha carreira, ja que eu fiz a maior parte de tudo.

-- Bom dia, S/n, certo?-- O sargento Ross pergunta e S/n concorda timidamente. -- Nós vamos com calma, ok? Não quero que se sinta pressionada, mas preciso que conte exatamente tudo. Desde o princípio

-- D-Desde o princípio -- S/n repete concordando -- Eu estava na academia e quando terminei meu treino fui para o vestiário... Ele... Ele entrou lá e começou a falar coisas sem sentido algum... Ele dizia que eu tinha que pagar, mas ele me chamava por um nome... Acho que... Era Liliam, ele me chamava de Liliam -- ela começa a dizer -- Eu disse que ele não deveria estar ali... Então... Então ele se aproximou e colocou um pano com um cheiro muito forte em meu nariz. Então eu apaguei

-- Você faz ideia de quem é Liliam?-- O sargento pergunta apos anotar em sua prancheta.

-- Não... Eu não conheço nenhuma Liliam...-- Responde mantendo seu tom de voz baixo

-- Certo... Pode continuar -- Ross pede

-- Eu acordei no meio de uma mata fechada, ele me arrastou por um longo caminho... Até... Ate um alçapão, ele me jogou la para dentro e continuou me arrastando -- Diz tentando se lembrar de tudo. Seu corpo começa a se agitar em nervosismo -- Eramos três... Madalene, Clarie e eu...

-- O que aconteceu com Clarie?-- Ross pergunta. Nós não encontramos nenhum outro corpo além de Madalene e Martin

-- Ele torrurou tanto ela e depois matou ela... Mas não sei o que fez com o corpo... Eu estava presa junto a Madalene... Quando Clarie chegou ao seu limite, chegou a vez de Madalene... Ele batia nela todos os dias... Todos os dias... Eu passei quatro dias ouvindo e vendo aquilo

S/n fez uma pausa, sua respiração se tornando instável enquanto as memórias sombrias a invadiam. Eu apertei sua mão, tentando transmitir toda a força que eu podia, mas sabia que nenhuma palavra minha poderia aliviar o peso do que ela estava carregando.

-- Ele... Ele tinha uma obsessão doentia. Chamava a gente de 'Liliam' e dizia que estava nos punindo por algo que Liliam tinha feito -- S/n continuou, a voz fraca e trêmula. -- Eu não sei quem ela é, mas... ele acreditava que a gente merecia pagar.

O sargento Ross estava tomando nota, mas seu rosto estava fechado em uma expressão de seriedade absoluta. Ele não interrompia, apenas deixava que S/n falasse no próprio ritmo.

-- E então...-- ela prosseguiu, seus olhos se enchendo de lágrimas -- chegou a minha vez. Ele disse que eu seria a última. Mas... eu não podia deixar isso acontecer. Eu... Eu consegui escapar quando ele se distraiu. Peguei a faca dele e o ataquei. Foi a única chance que eu tive.

O sargento fez uma pausa, olhando para S/n com um misto de curiosidade e cautela.

-- E o que aconteceu depois que você o atacou?

-- Eu... eu não parei. Eu continuei... até que ele não se movesse mais. Eu tinha que garantir que ele não me machucaria, que não faria com mais ninguém o que fez com a gente.

S/n tremia, e eu sabia que relembrar tudo isso estava destruindo-a por dentro. Mesmo sabendo o quanto era importante para a investigação, odiava vê-la assim. Quando ela mencionou o nome de Madalene, sua voz quase se quebrou de vez.

-- Eu tentei salvar Madalene, mas... já era tarde demais. Eu... eu corri o mais rápido que pude, deixei o corpo dele lá... e vim embora.-- As últimas palavras foram sussurradas, como se ela mal conseguisse pronunciá-las.

Silent Obsession (Billie/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora