Eu estava deitada, com o queixo apoiado no peito de S/n, e sentia a respiração calma dela enquanto o silêncio confortável nos envolvia. Ela riu baixinho, o som leve enchendo o quarto, e logo colocou as mãos sobre meus olhos, como se quisesse me impedir de continuar olhando.
-- Para de me encarar... Você me deixa nervosa -- disse ela, com um tom divertido. Eu sorri, tirando suas mãos de cima dos meus olhos.
-- Você é linda...-- disse, vendo o rubor subir às suas bochechas. Não consegui segurar o riso, porque a maneira como ela ficava envergonhada era a coisa mais adorável.
Ela pareceu refletir por um segundo antes de soltar, do nada:
-- Se eu não for presa depois dessa audiência... Eu juro que te peço em namoro.
Não pude evitar rir com a declaração repentina.
--:Essa é a condição?-- perguntei, ainda sorrindo.
S/n riu de volta, um som suave que aquecia meu coração.
-- Não quero que tenha uma namorada presidiária!-- ela respondeu, com aquele humor característico.
-- Vai me pedir em namoro sem nem me levar em um encontro antes?-- questionei, provocando-a, e ela rapidamente negou com a cabeça.
-- Teremos um encontro... O melhor de todos.
Eu só conseguia sorrir. O mundo ao nosso redor podia estar cheio de incertezas, mas ali, naquele momento, tudo parecia tão simples e tão certo. O que quer que o futuro trouxesse, eu sabia que enfrentaríamos juntas.
-- Só por ser com você, eu já sei que será o melhor encontro do mundo -- digo, olhando nos olhos de S/n antes de inclinar-me para selar nossos lábios.
O beijo foi suave, mas cheio de promessas. Cada toque, cada gesto, era uma afirmação silenciosa de que estaríamos juntas, não importava o que acontecesse. Mesmo com toda a tensão em torno da audiência e do que estava por vir, naquele momento, era só nós duas. O mundo lá fora parecia distante, e o futuro, por mais incerto que fosse, parecia menos assustador quando estava com ela.
Quando o beijo terminou, nossos olhares ainda estavam conectados, e eu senti que, não importa o resultado do julgamento, nós já tínhamos algo mais forte do que qualquer sentença.
-- Tá cedo para eu falar as três palavrinhas?-- ela pergunta, com aquele olhar profundo que parecia me enxergar de um jeito que ninguém mais conseguia. Era como se ela estivesse diante de algo precioso, algo que ela nunca quis perder.
Eu sorri, sentindo meu coração acelerar um pouco. Aquelas três palavras, por mais simples que fossem, tinham um peso imenso. E, naquele instante, percebi que, apesar de tudo que estávamos enfrentando, havia algo ali, algo genuíno.
-- Talvez não seja cedo -- respondo suavemente, acariciando seu rosto. -- Talvez seja o momento exato.
De repente, S/n me vira na cama com um único impulso, me pegando de surpresa. Antes que eu pudesse reagir, ela começa a encher meu rosto de beijos, um atrás do outro, me fazendo rir involuntariamente.
-- Eu amo você, minha princesa -- ela diz entre um beijo e outro, sua voz suave e carregada de afeto, enquanto continua a me beijar, espalhando carinho por cada pedacinho do meu rosto.
Eu fecho os olhos, aproveitando o momento, sentindo meu coração se aquecer.
-- Eu te amo também, S/n -- respondo com um sorriso, completamente rendida ao seu toque.
(...)
Eu estava chegando do trabalho. Dou uma breve olhada na caixa de correio antes de subir, acabo pegando uma carta para S/n.
-- S/a?-- Chamo assim que chego em meu apartamento, ela esta ficando mais aqui do que no próprio apartamento. E eu estou amando isso.
-- Na cozinha -- ela diz alto -- to fazendo o jantar
-- Hmm o cheiro esta maravilhoso... Chegou uma carta para você. Parece ser jurídico -- Digo e ela me olha um pouco nervosa, mas tentando não transparecer isso
-- Pode ver para mim?-- Pergunta voltando sua atenção para cortar as cenouras na tabua de corte
Abro a carta com cuidado, observando S/n cortar as cenouras com precisão enquanto tenta manter a calma. Ela parece nervosa, mas se concentra em suas ações como uma forma de distrair a mente.
-- Claro, deixa eu ver...-- Digo enquanto tiro o papel de dentro do envelope. Meus olhos percorrem as primeiras linhas, e eu paro por um momento, sentindo o peso das palavras na carta. -- É sobre a audiência -- continuo, tentando manter a voz tranquila. -- A data foi marcada.
S/n para de cortar as cenouras por um segundo, suas mãos tremendo levemente.
-- Quando vai ser?-- pergunta sem me olhar, como se o medo de enfrentar o julgamento ainda estivesse ali, mas a esperança também.
-- Semana que vem -- digo suavemente, observando-a. -- Temos uma semana pra nos preparar.
Ela solta uma respiração profunda, assentindo lentamente, antes de voltar a cortar as cenouras, agora mais devagar, como se estivesse processando tudo.
-- Vai dar tudo certo, né?-- Sua voz quase um sussurro.
-- Vai sim, eu prometo -- digo me aproximando dela
-- Nós iremos congelar nosso cérebro de tanto sorvete, como prometido... Tomar banho juntinhas, usar pijamas combinando, assistir filmes, dormir de conchinha com você sendo a conchinha menor... E eu vou te fazer uma surpresa pela manhã -- Digo e ela franziu as sobrancelhas.
-- Surpresa pela manhã?-- Questiona e eu concordo -- Você não mencionou isso da última vez
-- É que a ideia me veio em mente agora...-- Digo e ela concorda minimamente umidecendo seus lábios antes de perguntar:
-- Do que se trata essa surpresa?-- Eu dou risada e ela parece entender o duplo sentido.
-- Um 'chá' é sempre bom para iniciar o dia... Ainda mais depois de tanto estresse -- Respondo sorrindo maliciosa.
S/n me lança um olhar desconfiado, mas não consegue evitar o sorriso que surge nos lábios. Ela balança a cabeça levemente, claramente tentando conter uma risada.
-- Você é terrível, sabia?-; diz, finalmente deixando as cenouras de lado e se virando para mim, com um brilho divertido nos olhos. -- Mas... não vou reclamar de um 'chá' bem servido pela manhã.
Dou um passo em sua direção, envolvendo seus quadris com meus braços.
-- Só o melhor pra você -- respondo com um sorriso travesso, selando nossos lábios brevemente.
Ela ri contra minha boca, suas mãos encontrando meu pescoço, trazendo-me ainda mais perto.
-- Sabe, com todas as coisas complicadas acontecendo... você consegue me fazer esquecer de tudo por alguns segundos.
-- É o mínimo que eu posso fazer, minha princesa -- sussurro, beijando sua testa suavemente. -- Vou estar com você em cada segundo, antes e depois da audiência. E, no final, vamos comemorar como prometido.
-- Com sorvete e 'chá' -- ela murmura, encostando a cabeça no meu peito, e eu apenas sorrio, sabendo que, apesar de todas as incertezas, sempre encontraremos nosso jeito de estarmos bem juntas.
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Silent Obsession (Billie/You G!p)
FanfictionRecém-chegada a um bairro perigoso de New York, a detetive Billie enfrenta seu primeiro grande caso: o brutal assassinato de um homem que deixa a cidade em alerta. Enquanto mergulha na investigação, Billie encontra refúgio inesperado em sua nova viz...