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O som do meu despertador me tira do sono, e, com um movimento rápido, o desligo antes que incomode demais. O quarto ainda está meio escuro, mas consigo distinguir a forma de S/n ao meu lado. Ela está completamente nua, o corpo relaxado no sono profundo, e a visão me faz lembrar da noite passada. Um sorriso involuntário se forma nos meus lábios enquanto passo os olhos por cada curva dela.

A lembrança do que aconteceu ainda está fresca na minha mente - a intensidade, a conexão entre nós. Foi tão exaustivo, mas ao mesmo tempo, não trocaria por nada. Depois de tudo, mal tivemos forças para tomar um banho rápido e apagar na cama. Olho para ela agora, o rosto sereno, os lábios ligeiramente entreabertos. É engraçado como alguém pode parecer tão forte e vulnerável ao mesmo tempo.

Eu me inclino um pouco para perto dela, sentindo o calor do seu corpo. Queria poder ficar aqui o dia todo, apenas apreciando essa visão, mas a realidade chama. Tenho um dia cheio pela frente, mas não posso evitar o desejo de ficar mais um pouco.

-- S/n...-- chamo com um beijo suave em seu rosto, minha voz baixa e carinhosa. -- Tá na hora de acordar...

Ela apenas resmunga algo inaudível, se aconchegando mais nos lençóis, como se estivesse tentando escapar da realidade por mais alguns minutos. Um sorriso surge nos meus lábios ao vê-la assim, tão relutante em deixar o sono.

-- Hey, babe...-- insisto, minha mão deslizando suavemente por seus cabelos. -- Acorda...

Dessa vez, ela abre os olhos lentamente, me olhando com um olhar sonolento e levemente confuso, o que me faz rir baixinho.

-- Vamos... Infelizmente temos que trabalhar -- Digo e ela bufa.

-- Trabalhar é tao chato -- Diz afundando seu rosto no travesseiro

-- Eu sei... Mas alguém tem que pagar as contas -- digo brincando, rindo ao vê-la afundar o rosto no travesseiro como se quisesse se esconder do mundo.

Ela bufa novamente, a voz abafada pelo travesseiro.

-- Trabalhar é tão chato... Podíamos só ficar aqui, dormindo o dia todo.

Eu rio e passo a mão pelas suas costas.

-- Se a vida fosse assim fácil... Mas, quem sabe no fim de semana? A gente tira o dia só pra isso.

Ela vira o rosto um pouco, me encarando com um leve sorriso preguiçoso.

-- Tá, você venceu... Vamos.

(...)

Quando chego ao trabalho, vou diretamente falar com Chris.

-- Bom dia! Alguma novidade?-- Pergunto e ele me olha um pouco confuso

-- Esta animada hoje -- Ele comenta e então olha para algo em meu pescoço -- Ah sua sem vergonha! Você deu?!

-- O que? Não!-- Digo e então olho no espelho, vendo que esqueci de esconder uma das marcas da noite anterior

-- Sua danadinha! Por isso esta animada!-- Ele constata.

-- Cala a boca!-- Digo rindo

Chris ri, cruzando os braços e balançando a cabeça, claramente se divertindo com a situação.

-- Ah, então é por isso que você tá de tão bom humor hoje. Bem que eu desconfiei!

Eu reviro os olhos, ainda rindo.

-- Não começa, Chris. Você sabe que isso não tem nada a ver com o trabalho.

-- Claro, claro -- ele brinca, fazendo um gesto com a mão, como se estivesse me dispensando. -- Só que você esqueceu de esconder a prova do crime.

-- Tsc, vou ter que ser mais cuidadosa -- comento, ajeitando meu cabelo para cobrir o chupão. -- Mas, e aí? Alguma novidade mesmo ou você só vai ficar me zoando?

Chris sorri.

-- Na verdade, temos algo sim. Recebemos uma nova pista sobre o caso. Parece que alguém viu algo na noite do crime...

-- O que essa pessoa viu?-- Questiono e ele pega o relatório.

-- Disse que viu uma garota tentando fugir, ele iria ajudar, porém Martin apareceu dizendo que era apenas a filha dele, que tinha problemas mentais... De acordo com falas da testemunha -- Ele diz e então me estende o relatório -- Mas depois do assassinato de Martin, que foi divulgado na impressa, essa pessoa achou essa movimentação muito estranha. Disse que não parecia se tratar de uma garota com problemas mentais, na verdade ela parecia desesperada por algo a mais

-- Desesperada?-- Repito, sentindo meu estômago revirar. -- Algo sobre isso não faz sentido.

Chris assente, cruzando os braços.

-- Exato. Se essa garota realmente estivesse em apuros e não apenas com 'problemas mentais', isso levanta muitas questões. Por que Martin tentaria encobrir isso? E quem era ela, afinal?

Fico em silêncio por um momento, processando tudo. A informação de que essa garota parecia desesperada e estava fugindo abre uma nova linha de investigação. Se Martin estava mentindo sobre quem ela era, o que mais ele poderia estar escondendo?

-- Precisamos descobrir a identidade dela -- digo finalmente, meus olhos voltando ao relatório. -- Essa pode ser a pista que faltava.

Chris concorda.

-- Já estou verificando câmeras de segurança da área e falando com outras testemunhas. Talvez alguém tenha visto mais.

-- Ótimo -- respondo, já me sentindo inquieta. -- Vou dar uma olhada em tudo isso de novo. Precisamos rastrear essa garota antes que ela desapareça por completo... Mais uma pergunta... Essa testemunha disse em que dia foi isso?-- Pergunto e ele concorda.

-- Foi no dia dez de fevereiro -- Responde simplista -- Isso tudo é muito estranho... A linha do tempo parece ser muito maior do que imaginávamos

-- Dez de fevereiro?-- Repito, refletindo sobre a data. Isso foi semanas antes de encontrarmos o corpo de Martin.

-- Exato -- Chris continua. -- Se essa garota estava tentando fugir naquela época, isso indica que algo estava acontecendo muito antes do assassinato. É como se houvesse uma história maior, algo que a gente ainda não viu.

Faço uma anotação mental para verificar se houve algum outro relato estranho antes dessa data.

-- Precisamos reexaminar todos os arquivos e eventos próximos a esse período -- digo, meu tom sério. -- Essa linha do tempo maior pode nos dar pistas sobre o que Martin estava realmente envolvido.

Chris assente.

-- Vou dar uma olhada nos arquivos antigos e ver se conseguimos conectar mais pontos. Isso pode mudar tudo.

Enquanto ele volta ao trabalho, meu instinto me diz que estamos apenas arranhando a superfície.

Silent Obsession (Billie/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora