-- Marian Anderson, certo?-- Pergunto para a garota sentada na sala de interrogatório.

-- Sim... Por que estou aqui?-- Pergunta curiosa e nervosa.

-- Seu pai -- Digo e ela franziu as sobrancelhas.

-- O que ele fez?-- Pergunta confusa

-- Não foi ele quem fez algo -- digo, observando a reação dela com atenção. -- Seu pai foi assassinado.

Marian Anderson arregalou os olhos, a confusão dando lugar a um misto de choque e descrença. Ela inclinou-se um pouco para frente, como se tentasse processar a informação.

-- Como assim, assassinado? Quando?-- A voz dela tremia ligeiramente, e suas mãos começaram a apertar os braços da cadeira.

-- Ontem à noite. Encontramos o corpo dele em casa. Sofreu uma série de ferimentos brutais -- explico, mantendo minha voz firme, mas tentando suavizar o impacto. -- Estamos investigando o caso e precisávamos falar com você, já que... sabemos que vocês tinham um relacionamento complicado.

Marian desviou o olhar, respirando fundo.

-- Eu... eu não sabia. Faz anos que não falo com ele.

-- Entendemos. Mas precisamos que nos conte um pouco mais sobre sua relação com ele. Sei que pode ser difícil, mas qualquer detalhe pode nos ajudar a encontrar quem fez isso.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, e eu podia ver as emoções conflitantes no rosto dela. Por fim, suspirou, ainda sem olhar diretamente para mim.

-- A verdade é... eu odiava meu pai. Ele não era o homem que todo mundo pensa que era.

Marian fez uma pausa, a tensão evidente em seus ombros.

-- Ele me machucou muito no passado... e eu tentei seguir em frente, mas nunca consegui perdoá-lo.-- Ela finalmente me encarou, os olhos cheios de algo que ia além da dor, algo mais profundo. -- Mas eu nunca faria isso com ele. Nunca.

-- Pode me dizer onde estava na tarde de 13 de fevereiro?-- Questiono e ela concorda tentando se recordar

-- Na casa do meu namorado... Eu fiquei lá ate as 14 horas... Depois eu fui para a faculdade -- Diz tentando recordar-se de tudo com clareza

-- Seu namorado pode confirmar isso?-- pergunto, mantendo um tom profissional.

Marian assentiu, ainda visivelmente nervosa.

-- Sim, claro. O nome dele é Lucas. Ele estava comigo o tempo todo naquela manhã, e depois ele me deixou na faculdade. Tenho certeza de que ele vai confirmar.

-- Ótimo, vamos precisar entrar em contato com ele.-- Anotei o nome e os detalhes que ela havia fornecido, mas ainda precisava de mais.

-- Você mencionou que não falava com seu pai há anos. Alguma vez, recentemente, ele tentou se reaproximar de você?-- pergunto, tentando ver se havia algum tipo de reconciliação ou conflito recente.

Ela balançou a cabeça, os lábios se apertando em uma linha fina.

-- Não. Ele nunca tentou. Acho que, no fundo, ele sabia que não havia mais volta.-- Ela parecia amargurada, mas não dava sinais de esconder algo relevante.

-- Entendo -- digo, observando sua linguagem corporal. -- Mais uma coisa, Marian... você sabe de alguém que poderia querer machucá-lo? Alguém que tenha tido problemas com ele nos últimos tempos?

Marian hesitou por um momento, mas logo balançou a cabeça.

-- Não... ele vivia sozinho, sem muitos amigos, pelo menos que eu soubesse. Mas, sinceramente, depois de tudo que passei com ele, não sei muito sobre a vida dele ultimamente.

Silent Obsession (Billie/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora