(...)
Eu andava de um lado para o outro na sala de arquivos. Eu não posso compartilhar essas descobertas com absolutamente ninguem, pois eles iriam atrás de S/n e pressiona-la de uma forma que seria até desumano. Mas também sei que ela não me contaria por livre e espontânea vontade.
E se Madalene e S/n se encaixavam no padrão de Martin. Que ele fazia algo errado ja sabemos, provavelmente ele era sádico... S/n e Madalene têm muito em comum... As duas estão na faixa entre dezoito e vinte anos, ja temos uma idade padrão... Ambas não são nativas dos estados unidos, S/n é latina, Madalene era europeia... Ambas têm extremo cuidado com o físico...
A tensão na sala de arquivos cresce à medida que esses pensamentos se acumulam. Eu preciso de uma linha de raciocínio que me ajude a entender a situação de S/n e Madalene, mas também a realidade de Martin. A ideia de que ambos poderiam ter sido alvos de suas manipulações é alarmante.
-- Ele tinha um tipo -- murmuro, mais para mim mesma do que para qualquer outra pessoa. -- Um padrão.-- A percepção de que Martin poderia ter algo a ver com o desaparecimento de Madalene e com a ausência de S/n faz meu estômago revirar. E se ele estivesse usando a academia como uma forma de caçar suas vítimas?
Meus pensamentos giram freneticamente.
"O que exatamente Martin fazia?"
Eu preciso de uma forma de fazer S/n me contar a verdade, mas sem pressiona-la ao ponto dela fazer besteira.
É então que me recordo do terceiro DNA... Se eu conseguir uma amostra de DNA de S/n, e comparar com o terceiro DNA, talvez seja a última coisa que falta, para que eu conecte todas as peças e me confirmar se ela esta ou não envolvida diretamente com a morte de Martin.
A ideia de obter uma amostra de DNA de S/n, enquanto moralmente questionável, se torna uma opção tentadora. A pressão para descobrir a verdade sobre Martin e como isso se relaciona com S/n cresce a cada instante. Se ela estiver de alguma forma conectada a esses eventos, preciso de provas concretas.
Mas como posso fazer isso sem levantar suspeitas? Não quero que S/n se sinta ameaçada ou encurralada. Se ela perceber que estou investigando mais profundamente, pode se fechar e se recusar a me contar o que realmente aconteceu.
"Talvez eu possa fazer isso de uma maneira sutil," penso, me concentrando. "Um momento casual onde poderia pegar algo que tenha o DNA dela sem que ela perceba."
Decido que a melhor maneira de conseguir isso seria em um momento em que estivermos juntas, talvez enquanto assistimos a um filme ou cozinhando. É importante que isso não pareça uma armadilha; preciso que seja natural. O simples ato de usar utensílios de cozinha ou mesmo tocar em algumas roupas dela pode gerar uma amostra.
"Vou ficar de olho nas oportunidades," resolvo, sentindo um misto de ansiedade e determinação. Enquanto isso, preciso criar um espaço seguro para que S/n se sinta confortável para compartilhar qualquer informação. Talvez, se eu conseguir fazer com que ela confie em mim mais uma vez, eu possa abordar o assunto de uma forma mais leve.
Decido que será melhor me concentrar na vida cotidiana, talvez sugerindo um passeio ou algo divertido que possa ajudá-la a relaxar. Enquanto isso, a ideia de obter a amostra de DNA estará sempre em meu subconsciente, um pequeno plano que se desenrola lentamente.
De volta ao meu apartamento, começo a pensar em um bom filme ou um programa que poderíamos assistir juntas. Algo leve e divertido, para ajudar a criar uma atmosfera descontraída. Isso me permitirá monitorar S/n sem que ela desconfie de nada.
Enquanto planejo, não posso deixar de sentir uma pontada de culpa. Mas a verdade é que, se Martin realmente era o que eu suspeitava que era, eu precisava proteger S/n de qualquer forma que pudesse. E, se isso significar fazer o que for necessário para descobrir a verdade, então que assim seja.
(...)
-- Oi babe...-- Cumprimento quando S/n entra em meu apartamento.
-- Oi pequena -- Ela responde sorrindo de lado para mim.
-- Eu não ganho nenhum beijinho?- Questiono
-- Desculpa minha princesa, eu estou com a cabeça meio longe -- Responde se aproximando.
-- Pois acho bom essa cabeça retornar para o lugar, pois você tem bem aqui uma mulher linda, cheirosa e gostosa, querendo a sua atenção -- Brinco e ela ri, selando nossos lábios.
O beijo é suave, mas eu consigo sentir que algo ainda a está distraindo. Quando S/n se afasta, seus olhos se encontram com os meus, e o sorriso que ela me dá é um pouco forçado, como se estivesse tentando esconder algo.
-- Você parece preocupada, babe. Está tudo bem?-- pergunto, querendo que ela se abra comigo, mas sem pressioná-la demais.
Ela suspira e balança a cabeça.
-- Só alguns pensamentos, nada demais. Coisas do trabalho, talvez eu esteja cansada também.-- Ela dá de ombros, tentando afastar a tensão.
Eu a observo por um momento, estudando suas reações.
-- Que tal um filme para relaxarmos? Podemos fazer pipoca, eu te faço uma massagem depois -- sugiro, tentando aliviar o clima.
S/n sorri de forma mais genuína dessa vez.
-- Acho uma boa ideia.
Enquanto ela se acomoda no sofá, eu aproveito o momento. Ainda com meu plano em mente, procuro maneiras sutis de conseguir o que preciso. Se conseguirmos relaxar o suficiente, pode ser a oportunidade perfeita. A noite vai precisar de leveza, e ao mesmo tempo, eu precisarei manter a calma para que nada soe estranho.
-- Escolha o filme que quiser, hoje você manda -- digo, sorrindo para ela, esperando que aos poucos ela sinta que pode confiar mais em mim. -- Vou fazer pipoca enquanto você escolhe ai -- Digo, e beijo seus lábios brevemente.
S/n sorri e me dá um aceno de cabeça enquanto se acomoda no sofá, pegando o controle remoto para procurar algo interessante. Eu vou até a cozinha e começo a preparar a pipoca, meus pensamentos ainda focados em como conseguir o que preciso sem causar suspeitas.
Enquanto a pipoca estoura, eu ouço o som da TV mudando enquanto ela navega pelos filmes. Tento relaxar e agir naturalmente, mas o peso da investigação ainda está na minha mente. Preciso de uma amostra de DNA dela para comparar com o terceiro DNA encontrado na cena do crime. Mas como conseguir isso sem despertar suspeitas?
Talvez um copo, uma escova de cabelo... algo simples, algo que ela não notaria.
Quando a pipoca termina, despejo-a em uma tigela e volto para a sala, tentando manter um ar descontraído.
-- Então, o que escolheu?-- pergunto, sentando-me ao lado dela no sofá.
Ela ri suavemente.
-- Nada muito pesado... que tal algo leve, só para esvaziar a mente?
-- Perfeito -- respondo, entregando a tigela de pipoca e me acomodando ao seu lado, esperando o momento certo para dar o próximo passo no meu plano.
Nós passamos um bom tempo assistindo filmes. Eu acabei errando a mão sem querer e salguei a pipoca. Mas isso foi exatamente o que eu precisava, S/n bebeu bastante agua, e eu guardei o copo que ela usou em um saquinho de prova, sem que ela percebesse obviamente.
Enquanto assistíamos aos filmes, percebi que S/n estava relaxada, rindo em alguns momentos e concentrada em outros. O erro com a pipoca foi uma distração perfeita, e a sede que provocou a fez beber água o suficiente para que eu conseguisse o que precisava.
Quando ela finalmente se levantou para ir embora, desejando-me boa noite com um beijo suave, eu me certifiquei de agir de forma natural. Assim que a porta se fechou, olhei para o copo em minhas mãos, já dentro do saquinho de prova. Meu coração bateu mais forte, sabendo que esse pequeno objeto poderia conter as respostas que tanto busco.
Agora só preciso levar isso ao laboratório e comparar com o terceiro DNA da cena. S/n não pode saber que eu estou tão perto de descobrir a verdade.
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Silent Obsession (Billie/You G!p)
FanfictionRecém-chegada a um bairro perigoso de New York, a detetive Billie enfrenta seu primeiro grande caso: o brutal assassinato de um homem que deixa a cidade em alerta. Enquanto mergulha na investigação, Billie encontra refúgio inesperado em sua nova viz...