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-- S/n -- Ela chama, sua voz ainda carregava o mesmo tom defensivo de antes.

-- Por favor, me deixa aqui... Eu não quero conversar agora -- Digo, minha voz evidenciando o quão abalada estou.

-- Mas nós precisamos conversar -- Billie insiste, seu tom suavizando um pouco, mas ainda carregado de urgência. Ela dá um passo à frente, e eu sinto o desejo de recuar, de me afastar daquela situação que me deixa tão vulnerável.

-- Precisamos conversar sobre o que, Billie? Sobre como você prefere ficar em silêncio enquanto um idiota diz que sou uma assassina? Ou sobre como você não se importa com o que os outros pensam e falam de mim?-- A frustração transborda, e minha voz sai mais alta do que eu pretendia, mas eu não consigo evitar.

Ela suspira, parecendo um pouco perdida.

-- Não é isso que eu quero dizer. Eu não estou aqui para te atacar ou desmerecer seus sentimentos. Eu só... Eu só queria que você entendesse que eu não concordo com o que ele disse. Eu não sabia que você tinha ouvido.

-- Se você não concorda, então deveria ter me defendido ou pelo menos saído de perto dele -- respondo, minha voz agora em um sussurro. -- Isso é tudo que eu espero de você.

Billie fica em silêncio por um momento, como se estivesse processando minhas palavras. Ela suspira e se afasta, indo em direção ao nosso quarto. A A porta se fecha com um leve estalo, e a súbita solidão no apartamento pesa sobre mim como uma manta pesada. Théo, em meus braços, parece alheio à tensão entre nós. Olho para seu rostinho tranquilo e sinto um nó se formar na minha garganta.

Minhas pernas se movem quase automaticamente em direção ao quarto, e me pego hesitando diante da porta fechada. O que eu deveria fazer agora? Bater e pedir desculpas? Ou dar espaço e esperar que ela se acalmasse?

Mas porque eu pediria desculpas? Por ficar chateada com ela por não ter feito nada?

Eu suspiro frustrada e então me afasto da porta, indo para o sofá na sala. Sento-me no sofá, olho pela janela enquanto a luz do dia começa a desaparecer, dando lugar à escuridão da noite. As sombras parecem refletir meu estado emocional — confusa e distante. O silêncio do apartamento é ensurdecedor, e o peso da conversa que tivemos mais cedo paira no ar, como uma névoa pesada que não quer se dissipar.

Horas se passam, Billie sai do quarto apenas para pegar Théo, e levar para o nosso quarto. Ela passa por mim diversas vezes, seja para ir usar o banheiro, para ir até a cozinha pegar algo para comer, ou para pegar algo de Theo no quarto dele.

-- Ótimo, agora estou num tratamento de silencio porque fiquei chateada!-- Ironizo, me levantando e indo ate o quarto.

Billie me observa enquanto pego uma muda de roupas, meu travesseiro e um cobertor.

-- Para onde você está indo?-- Billie pergunta, a preocupação se misturando com a confusão em seu olhar.

-- Eu só preciso de um tempo sozinha -- respondo, tentando manter a calma, mas a raiva e a frustração estão à flor da pele. -- Parece que só estou causando problemas para você. Então, vou dormir no sofá.

-- Você não precisa fazer isso -- ela diz, aproximando-se, mas eu me afasto um pouco, não querendo que ela se aproxime demais.

-- Claro que preciso. Você não quer falar comigo, e eu não consigo lidar com isso agora. -- Sinto minha voz tremer, mas continuo. -- Sinto que você me abandonou ali, na frente do Jesse. Como se você não se importasse com o que ele disse.

-- Eu me importo, S/n -- Billie responde, sua voz agora um sussurro. -- Eu me importo muito. Eu só… não sabia como lidar com a situação na hora.

-- Isso não é uma desculpa suficiente. Você poderia ter dito algo. Apenas... algo!-- Minha frustração explode, e eu sinto as lágrimas começarem a escorregar pelas minhas bochechas.

Silent Obsession (Billie/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora