Silent Obsession (Billie/You G!p)

10

Nós passamos tanto tempo no parque, conversando e rindo que mal percebemos o clima mudando. So fomos perceber quando as primeiras gotas de chuva começaram a cair.

S/n age de forma rápida, retirando seu casaco e me envolvendo nele.

-- Ei!-- Protesto, mas ela ja estava fechando o ziper do casaco envolta de meu corpo. Em seguida ela coloca o capuz em minha cabeça, o que me faz rir.

O casaco dela fica simplesmente gigantesco em mim. Ela ri fraco me olhando, talvez por esse motivo.

-- Mas e você?-- Questiono, colocando meus braços da forma correta no casaco, e então puxando um pouco o capuz, para poder tirar ele dos meus olhos.

-- Eu? Eu estou bem -- ela responde, ainda rindo ao me ver praticamente engolida pelo casaco gigante. -- Eu sou resistente à chuva. -- S/n dá de ombros como se fosse algo óbvio.

-- Isso é injusto -- protesto com um sorriso. -- Eu posso dividir o casaco com você, sabia?

Ela balança a cabeça, ainda sorrindo.

-- Não se preocupe, de verdade. Eu prefiro te ver assim, confortável. -- A forma como ela diz isso, com tanta simplicidade, mexe comigo.

Mesmo assim, me aproximo e puxo a manga do casaco, tentando cobrir ao menos um pouco dela.

-- Agora sim, justo -- digo, rindo.

Ela apenas sorri, meio sem jeito, enquanto continuamos andando sob a chuva suave.

-- Acho que pedir um taxi soa melhor... Ou pegar um ônibus -- S/n diz ao perceber que estamos bem distantes de nosso condomínio.

-- Que tal um carro de aplicativo?-- Questiono e ela da de ombros -- Taxi é caro e ônibus demora

-- Pode ser então -- ela diz ja pegando seu celular.

Eu me aproximo um pouco mais dela, quando um vento gelado nos atingiu. Eu percebi que seu corpo se arrepiou pelo frio, mas ela parece ser cabeça dura.

Um pouco hesitante, eu abraço ela de lado, tentando aquecer ela. Ela parece um pouco surpresa e talvez ate desconfortável no início, mas logo corresponde ao abraço, enquanto ainda procura um motorista de aplicativo.

O momento entre nós parece inesperado, mas ao mesmo tempo, natural. S/n relaxa um pouco em meu abraço, e o frio que sentimos começa a se dissipar, mesmo que a chuva continue a cair suavemente ao nosso redor.

-- Consegui -- ela diz, erguendo o celular. -- O motorista chega em cinco minutos.

-- Perfeito -- murmuro, mantendo-a perto por mais um momento antes de nos separarmos, ainda debaixo do casaco que eu continuo usando. -- Você é teimosa, sabia? Esta congelando.

Ela ri suavemente, dando de ombros.

-- Eu já passei por coisa pior. Mas... obrigada por se preocupar -- diz, olhando para mim de um jeito que me faz sentir uma leve conexão se formando, mais forte a cada instante.

Nós ficamos ali, em silêncio confortável, esperando o carro, enquanto o som da chuva continua a preencher o ar.

-- Você ficou adoravel em meu casaco... Parece até menor do que ja é -- comenta risonha.

Eu rio junto com ela, balançando a cabeça.

-- Adorável não era exatamente o que eu estava buscando, mas tudo bem... Pelo menos estou aquecida.

S/n me olha com um sorriso divertido, inclinando a cabeça levemente.

-- É um visual que combina com você. Talvez devesse usar roupas maiores com mais frequência.

-- Eu já sou pequena o suficiente -- respondo, revirando os olhos de brincadeira. -- Não preciso de casacos que me façam parecer uma criança.

Ela dá uma risadinha e, antes que eu possa responder, o carro de aplicativo finalmente chega.

-- Parece que é o nosso transporte -- comento enquanto ela acena para o motorista, ainda sorrindo.

Nós entramos no carro e seguimos caminho ate nosso condomínio. De carro não parecia tão distante, mas se fossemos andar tudo isso, com certeza, amanha acordariamos con febre e gripadas pela chuva.

Quando chegamos, houve uma pequena discussão sobre quem pagaria o motorista, mas S/n simplesmente entregou o dinheiro para o homem e me tirou do carro em seus braços, sem dificuldade alguma.

-- Isso não é justo... Você sabe né?-- Digo, vendo o mundo todinho de ponta cabeça, ja que S/n simplesmente me jogou sobre seu ombro e estava entrando em nosso prédio. Eu apoio minhas mãos em sua cintura para poder me erguer um pouco.

-- É totalmente justo -- S/n responde com um sorriso travesso enquanto continua a me carregar com facilidade. -- Você estava reclamando do frio, então estou cuidando de você.

Eu reviro os olhos, mas não consigo evitar sorrir diante da situação absurda.

-- Eu estava apenas tentando pagar o motorista, não virar uma sacola de compras!

Ela dá uma risadinha e para no elevador, apertando o botão para o nosso andar.

-- Relaxa, Billie. Estou me divertindo.

-- Que bom que alguém está -- respondo, tentando soar indignada, mas é impossível quando estou rindo junto com ela.

Quando finalmente chegamos ao nosso andar, S/n me coloca gentilmente no chão, ainda sorrindo.

-- Pronto. Agora está quentinha e em segurança.

Eu ajeito o casaco enorme dela em mim e a olho, meio divertida e meio agradecida.

-- Obrigada... Mesmo que tenha sido uma abordagem um pouco exagerada.

-- Foram medidas necessárias. Você não queria me obedecer e deixar eu pagar o motorista!-- Diz indignada e eu dou risada.

-- Te obedecer? Ta pensando que manda dm mim S/n?!-- Pergunto brincalhona.

-- Eu estava sendo gentil, e você sendo teimosa

-- Ah, então agora eu sou a teimosa -- digo, cruzando os braços com um sorriso desafiador. -- E você, a gentil?

-- Exatamente -- S/n responde com uma falsa seriedade, mas seus olhos brilham com diversão. -- Você me obriga a tomar medidas drásticas.

Dou uma risada alta e balanço a cabeça.

-- Medidas drásticas como me jogar no ombro e me carregar como um saco de batatas?

-- Exatamente!-- ela concorda, rindo junto comigo. -- Funciona, não funciona?

Eu a encaro, ainda sorrindo.

-- Tá, eu vou deixar essa passar, só porque me esquentou na chuva.

-- Então estamos quites.-- Ela pisca para mim, enquanto abre a porta do apartamento dela.

-- Estamos, por enquanto... -- murmuro, já pensando em como revidar essa brincadeira. -- Vai la tirar essas roupas molhadas. Depois vem para cá, vou deixar a porta destrancada. Vou fazer pipoca para a gente assistir filme -- Digo enquanto destranco a porta.

S/n concorda com um sorriso e começa a se afastar em direção ao seu apartamento.

-- Tudo bem, volto já!

Entro no meu apartamento e começo a me livrar das roupas molhadas, o som da chuva ainda batendo contra a janela. Uma sensação de conforto começa a tomar conta de mim ao pensar na noite tranquila que vamos ter. Eu coloco roupas secas e aconchegantes, e já começo a preparar a pipoca na cozinha.

Deixo a porta entreaberta, como prometido, e vou escolher um filme para a gente assistir. Enquanto espero S/n voltar, me pego pensando em como os últimos dias com ela foram inesperadamente agradáveis. Ela é diferente, e de alguma forma, parece que estamos nos aproximando cada vez mais.

Ouço um leve toque na porta e sei que é ela.

-- Pode entrar!-- grito da sala, enquanto me ajeito no sofá com a tigela de pipoca já pronta.