Eu corria desesperadamente, minhas pernas queimavam com o esforço, mas eu não podia parar. Meu peito doía com cada respiração, como se o ar estivesse sendo arrancado de mim à força. Minhas mãos apertavam o cabo da faca com tanta força que os nós dos meus dedos estavam brancos. O metal frio era a única coisa que parecia real naquele momento, como se fosse a última linha entre mim e a morte.
Meu coração esmurrava minha caixa torácica, batendo tão rápido que era quase impossível ouvir qualquer outra coisa. Mas, então, lá estavam os passos dele. Cada pisada era um lembrete de que ele estava perto, que o tempo estava se esgotando. Eu sabia que, se ele me alcançasse, não haveria mais escapatória.
As árvores passavam como borrões ao meu redor, a escuridão da floresta me envolvia, tornando tudo mais sufocante. Cada som, cada farfalhar de folhas, fazia meu sangue gelar. O medo me consumia, e o desespero apertava meu peito como um punho de ferro. Eu queria gritar, mas sabia que isso só me entregaria mais rápido.
Eu tropecei em algo, quase caindo, mas me forcei a continuar. Não podia parar. Não podia olhar para trás. A faca em minha mão tremia, mas eu a segurava como se minha vida dependesse dela—porque dependia.
Os passos ficavam mais próximos, o som ecoando como trovões em meus ouvidos. Eu estava perdendo a força, mas não havia escolha. Ou eu lutava, ou eu morria.
Ao alcançar a casa, minhas mãos tremiam enquanto abria a porta com força. O desespero nublava meu raciocínio, e tudo o que eu conseguia pensar era que precisava de um lugar para me esconder. O local parecia vazio, silencioso demais. Mas não tive tempo de pensar nisso. Em questão de segundos, ele passou pela porta, seus passos pesados ecoando no chão de madeira velha.
-- Sua cadela... Eu vou te matar -- ele grunhiu, avançando em minha direção.
Eu recuei, cada passo me levando mais fundo na casa, meu coração batendo freneticamente.
-- Por favor... me deixa ir embora, eu prometo que não falo nada para ninguém -- implorei, a voz trêmula, quase inaudível.
Meus olhos varreram o ambiente, tentando encontrar uma saída, qualquer coisa que me tirasse dali. Mas ao invés de uma rota de fuga, tudo o que vi foram quadros pendurados nas paredes... fotos... e o reconhecimento atingiu como um soco no estômago. Eu estava na casa dele.
O pavor tomou conta de mim. Eu não estava correndo em direção a minha salvação, eu tinha acabado de me aprisionar no covil dele. Meu corpo tremia, meu coração disparado. Estava presa.
Ele se aproxima mais e eu não penso duas vezes antes de acerta-lo com a faca. Ele reclama pela dor, mas não desiste.
Ele se aproxima, o olhar frio, como se estivesse se alimentando do meu medo. Sinto meu corpo inteiro estremecer, mas antes que ele possa me tocar, minha mão se move por puro instinto. A faca que eu segurava com tanto desespero penetra sua pele.
Ele solta um grunhido de dor, levando a mão ao ferimento, o sangue começando a escorrer. Mas isso não o impede. Ele não desiste. Com um sorriso sádico nos lábios, ele avança novamente, como se a dor fosse um mero detalhe.
-- Você vai pagar por isso -- ele rosna, o sangue escorrendo pela mão que ainda segura a faca cravada. Eu recuo mais uma vez, meu peito arfando, sabendo que, se eu não fizer algo agora, não terei outra chance.
Minha mente grita para correr, mas minhas pernas parecem paralisadas pelo medo.
Meu corpo se move antes que eu possa pensar. Acerto um soco com toda a força que me resta, sentindo o impacto contra o rosto dele. Ele cambaleia para trás, momentaneamente surpreso, e é nessa fração de segundo que puxo a faca de volta, o som da lâmina saindo de sua carne é grotesco, mas não tenho tempo de hesitar.
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Silent Obsession (Billie/You G!p)
FanfictionRecém-chegada a um bairro perigoso de New York, a detetive Billie enfrenta seu primeiro grande caso: o brutal assassinato de um homem que deixa a cidade em alerta. Enquanto mergulha na investigação, Billie encontra refúgio inesperado em sua nova viz...