Desde cedo, a vida os marcou com a dor da perda. O pai de Marília e a mãe de Murilo faleceram quando eles ainda eram crianças, deixando em cada um um vazio que parecia impossível de preencher. O destino, porém, traçou outro caminho: a mãe de Marília...
Estamos aqui, no sofá da sala, envoltos num silêncio que parecia só nosso, mesmo com o mundo girando lá fora. Meu corpo está aninhado contra o peito do Murilo, a mão dele repousando na minha barriga, como se já estivesse protegendo o nosso bebê. A aliança no meu dedo brilhava na luz suave, e eu não conseguia parar de me emocionar com tudo — a gravidez, o pedido de namoro, o jeito que ele me olha como se eu fosse tudo pra ele. Mas, mesmo com as lágrimas ainda secando, o calor entre nós nunca apagava, e eu sentia aquele formigamento familiar só de estar tão perto.
— Amor — comecei, levantando o rosto pra olhar pra ele, a voz leve, mas com um toque provocador. — A gente ainda vai sair hoje? Comemorar nossos três meses?
Ele ergueu uma sobrancelha, o sorriso torto aparecendo enquanto traçava círculos na minha barriga.
— Você ainda quer sair, loira? — perguntou, a voz grave, os olhos brilhando com aquele misto de carinho e malícia. — Mesmo depois de tudo isso? Porque, ó, se você quiser, eu te levo pra qualquer lugar do mundo.
Eu ri, inclinando-me pra roçar os meus lábios nos dele, um beijo rápido, mas cheio de promessa.
— Quero, sim. Três meses com você é motivo pra comemorar, né? — provoquei, mordendo o lábio inferior enquanto me ajeitava no colo dele, sentindo o calor do corpo dele contra o meu. — Mas só se você prometer se comportar... ou não.
— Comportar? Com você assim? — Ele riu, a mão subindo pela minha coxa, apertando de leve. — Você tá pedindo o impossível, meu amor. Mas tá bom, vamos sair. Quero te ver toda arrumada, brilhando mais que essa aliança.
— Então se prepara, porque eu vou te deixar louco — retruquei, piscando antes de me levantar, puxando-o pela mão. — Vamos nos arrumar, vida. A noite é nossa.
Subimos cada um pro seu quarto, o coração leve, mas ainda acelerado pela emoção do momento. No meu quarto, caprichando na produção, escolhi um vestido preto justo, com um decote que sabia que ia fazer Murilo perder o fôlego.
Fiz uma maquiagem leve, mas com um batom vermelho que destaca nos meus lábios, e coloquei brincos de pérola, um colar delicado e peguei uma bolsa clutch dourada. Nos pés, uma bota de salto que alonga as pernas. Antes de descer, chequei o espelho, sorrindo pro reflexo. Tava pronta pra fazer ele babar.
Marílinha.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
