•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚃𝚑𝚒𝚛𝚝𝚢-𝚃𝚠𝚘|•

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📍 Brasil - Goiânia - Go.

DEZESSEIS DE MARÇO.
DOMINGO.

>>> Marília Mendonça.

20:49

A festa no quintal das gêmeas estava animada, com a música sertaneja tocando ao fundo, o cheiro de churrasco ainda no ar e nossos amigos nos rodeando como se fôssemos os astros da noite. Eu não conseguia parar de olhar para a aliança no meu dedo, girando-a de vez em quando, sentindo o peso dela como uma promessa real, palpável.

Murilo está ao meu lado, o braço ao redor da minha cintura, rindo das piadas dos nossos amigos, mas seus olhos sempre voltando para mim, como se ele também não acreditasse no que tinha acabado de acontecer. O buquê de rosas estava em cima da mesa, e eu me sentia como em um sonho, com as lágrimas ainda secando no rosto.

— Olha só pra vocês dois, todo melosos! — Maraísa provocou, se aproximando com uma caipirinha na mão e dando um empurrão leve no ombro do Murilo. — Murilo, você ensaiou esse discurso ou foi no improviso? Porque, gente, quase chorei aqui. — Murilo riu, apertando a minha cintura de leve.

— Improviso puro, Maraísa. Mas com ela do meu lado, as palavras vêm fácil — disse, virando-se para mim com aquele sorriso torto que me derretia. — Né, amor? Ou você acha que eu podia ter feito melhor? — Eu sorri, inclinando-me para roçar os lábios nos dele em um beijo rápido.

— Foi perfeito, meu amor. Mas se você quiser ensaiar de novo mais tarde, eu não reclamo — provoquei, piscando enquanto levantava a mão para admirar a aliança mais uma vez, a luz das lanternas refletindo no metal. — Olha isso... ainda não caiu a ficha.

— Nem a minha — ele murmurou, pegando minha mão e beijando o dedo com o anel. — Mas tô louco pra ver você usando só isso mais tarde.

Antes que eu pudesse responder, Maiara se meteu, rindo alto.

— Ei, ei, nada de detalhes aqui na frente da gente! — exclamou, puxando-me para um abraço. — Parabéns, Lila! Você merece um cara como ele. Mas, sério, como vocês esconderam isso da gente por tanto tempo?

— Não foi tanto tempo assim — respondi, rindo enquanto me soltava do abraço e voltava para o lado do Murilo, entrelaçando os dedos nos dele. — Mas agora é oficial. E vocês foram cúmplices perfeitos nessa surpresa.

Gustavo se aproximou, com uma cerveja na mão, batendo no ombro do Murilo.

— Cara, você tem coragem. Pedir em namoro na frente de todo mundo? E se ela dissesse não? — brincou, erguendo a sobrancelha.

— Ela não ia dizer não — Murilo retrucou, confiante, mas com um tom brincalhão enquanto me puxava mais para perto. — Né, amor? Ou você tava pensando em me dispensar?

— Quem sabe... — provoquei, mordendo o lábio para conter o riso. — Mas aí vi esse anel e pensei: bom, vai valer a pena. — Levantei a mão de novo, girando a aliança, sentindo um arrepio de emoção. — Brincadeira, seu bobo. Eu diria sim mil vezes.

A conversa fluiu por mais um tempo, com mais brindes, piadas sobre nosso "melosidade" e histórias dos shows em São Paulo. Maiara e Maraísa contaram como Murilo as bombardeou de mensagens pra organizar tudo,  o Gustavo e o Fernando zoou ele por estar "nervoso como um adolescente".

Mas, apesar da diversão, eu sentia o cansaço da viagem misturado à euforia, e Murilo deve ter notado, porque depois de mais um brinde, ele se inclinou para mim.

— Amor, que tal a gente dar uma escapada? — sussurrou no meu ouvido, os lábios roçando a orelha de um jeito que me fez arrepiar. — Quero você só pra mim agora. — Eu assenti, o coração acelerando.

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora