•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚃𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢|•

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📍Brasil - São Paulo - Vila Olímpia.

UM DE MARÇO.
SÁBADO.

>>> Marília Mendonça.

23:52

O show está impecável. As luzes, o som, o Luan cantando com aquela entrega… eu tô radiantemente feliz de estar aqui. Sou muito fã dele, mas muito mesmo, e poder viver isso de tão perto é mágico.

O vinho já tá fazendo efeito, eu sei, mas nada fora do controle. Dou risada sozinha e confesso, meio alto:

— Eu tô um pouquinho… — rio — um pouquinho bêbada. Quer dizer, babada, mas ainda tô sóbria!

As meninas riem junto, e o clima é puro alto astral.

— Meninas, eu preciso ir no banheiro rapidinho. Vocês podem vir comigo? — peço, sorrindo do meu jeito pidão.

— Eu vou, Lila. Irmã, fica olhando aqui as nossas coisas, por favor? — Maiara pede pra Maraísa.

— Claro, vão lá. Eu fico aqui olhando tudo. — Maraísa concorda, já rindo.

Damos tchau pros meninos e seguimos juntas em direção ao banheiro, ainda comentando sobre o show. Quando chegamos, entrego meu celular pra Maiara e entro em uma das cabines. Desabotoo a calça, abaixo junto com a calcinha e me sento no vaso sanitário, respirando fundo, tentando dar uma pausa no turbilhão que o vinho e o show estavam causando dentro de mim.

Termino, me seco, dou descarga e escuto a voz da Maiara conversando com alguém lá fora — uma voz masculina. Ajeito minha roupa e saio da cabine, lavando as mãos na pia. É quando escuto, atrás de mim:

— Marília. — A voz dele.Meu coração dá um salto no peito.

Levanto o olhar e vejo o reflexo do Murilo no espelho, parado na porta do banheiro, me olhando de um jeito que eu nunca tinha visto antes.

— Murilo? — falo baixinho, um pouco surpresa. — O que você tá fazendo aqui?

Ele dá um passo à frente, visivelmente nervoso, mas decidido.

— Eu precisava falar com você. Agora. — Viro de frente pra ele, tentando entender o que tá acontecendo.

A Maiara parece perceber o clima e, com aquele olhar de quem entende tudo, sai discretamente do banheiro, deixando a gente ali, sozinhos. Murilo respira fundo.

— Eu não aguento mais guardar isso, Marília. — diz, a voz trêmula. — Eu te amo. E não é de hoje. Não é coisa de amizade, nem de costume. É amor mesmo. Daquele tipo que a gente tenta esconder, mas que insiste em aparecer em cada olhar, em cada toque.

Eu fico sem saber o que dizer. O coração batendo forte, o vinho me deixando ainda mais vulnerável.

— Murilo… — começo, mas ele continua, os olhos marejados.

— Eu tentei esconder, juro. Achei que fosse errado, que você nunca sentiria o mesmo. Mas toda vez que você sorri pra mim, ou quando me chama de um jeito que só você chama… tudo dentro de mim grita que é você. Sempre foi você.

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora