•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝙴𝚒𝚐𝚑𝚝𝚢|•

19 7 2
                                        

📍 Brasil - Goiânia - Go

VINTE E DOIS DE JULHO.
QUARTA - FEIRA.

>>> Murilo Huff.

11:23


O dia já estava bonito demais pra ser real. O sol batia de leve sobre a chácara, o cheiro de pão de queijo ainda no ar, e a risada da Marília ecoando de canto — aquela risada que sempre me faz achar que o mundo é um lugar bom.

Eu já sabia que a manhã ia ser movimentada. Tinha mandado mensagem pra todo mundo aparecer de surpresa — e, claro, ninguém recusou o convite. Afinal, quem é que ia perder o aniversário da Marília Mendonça?

Estamos sentados à beira da piscina, o Léo dormindo no carrinho e a Marília com os pés na água, rindo de alguma piada minha, quando o portão da chácara começou a abrir. Primeiro, ouvi o som do carro da Ruth, mãe dela.

— Ih, olha quem tá chegando pra te paparicar! — falei, sorrindo. Marília virou, os olhos brilhando.

— Não acredito que ela veio! — Ruth desceu do carro já com um sorriso que cabia o mundo.

— Minha meninaaaa! — gritou, abrindo os braços.

Marília correu até ela, descalça mesmo, e se abraçaram por um tempo que parecia eterno.

Fiquei olhando de longe. O abraço das duas tinha uma coisa que eu não sei explicar — parecia cura. Meu pai, veio logo atrás, com João Gustavo, o cunhado mais parceiro que alguém podia ter.

— Ô, pai! — falei, indo até ele e o abraçando. — Trouxe a cerveja?

— Eu, sem cerveja? Jamais, rapaz! — ele riu. — Hoje é aniversário da nora mais linda do Brasil!

— E do Léo mais dengoso também! — completou Ruth, já pegando o neto no colo assim que ele acordou, ainda todo sonolento.

— Ma-ma… — o Léo resmungou, esticando o bracinho pra Marília, e todo mundo suspirou junto.

— Gente, alguém grava isso, pelo amor de Deus! — gritou Maiara, que chegou com Maraísa, Fernando e Gustavo, todos sorrindo e cheios de energia.

— Ô, casalzão! — cumprimentei eles, e Maiara já veio me abraçar com aquele jeito elétrico de sempre.

— Eu sou madrinha, eu tô sempre on! — ela disse, já pegando o Léo pra brincar. — Cadê o bolo, Murilo? Eu vim pela comida!

— E eu vim pelo churrasco. — completou Henrique, da dupla Henrique & Juliano, rindo. — O Juliano tá ali estacionando o carro, mas ele já mandou avisar que vai cuidar da carne.

Marília ria sem parar, encantada com cada chegada. Logo vieram Iollanda, cunhada dela, e o João juntos, de mãos dadas.

— Olha eles! — gritei. — O casal mais legal da festa!

— Cala a boca, Murilo! — João respondeu, rindo. — Hoje é dia da minha irmã, tá ouvindo?

— Tá, mas vocês são lindos demais pra passar batido! — Marília brincou, abraçando os dois.

Aos poucos, a chácara foi se enchendo.
Henrique Bahia, chegou com o Silveira e Nayara, tios da Marília, e a Laurinha correndo na frente, com o cabelo bagunçado e um sorriso de ponta a ponta.

— Dindooo! — ela gritou, pulando no meu colo. — Eu vim comer bolo!

— E eu vim roubar brigadeiro! — completou Marília, rindo alto. — Gente, olha essa menina!

— Eu sou linda igual à minha dinda! — Laurinha respondeu, estufando o peito, e todo mundo caiu na gargalhada.

Logo depois, chegaram Mariana, Luiza, Marcela — namorada da Luiza —, Iago e Analu.

A Marcela veio abraçada na Luiza, e a Marília já foi zoando:

— Ai meu Deus, olha as duas! Quando é que vão casar logo, hein?

— Quando você cantar no casamento! — respondeu Luiza, piscando. — Fechado! — Marília disse, batendo palma. — Mas eu quero ser madrinha, tá?

A mesa do café virou uma bagunça boa: todo mundo falando ao mesmo tempo, o Léo passando de colo em colo, a Ruth chorando vendo o neto rir, o João fazendo piada, o Henrique Bahia tentando organizar as cadeiras e a Maiara já dançando com a Laurinha ao som de “Supera”.

Eu observava tudo, meio quieto, meio tomado pela cena. A Marília era o centro daquilo tudo — a risada mais alta, o abraço mais demorado, a alma mais viva.

É bonito demais ver como todo mundo girava em torno dela, não por fama, mas por amor.

— Amor… — ela disse, se aproximando de mim com um copo de suco na mão. — Isso tudo foi você que fez, né? — Assenti, sorrindo.

— Eu só chamei quem te ama de verdade. — Ela me olhou, e por um instante, a bagunça sumiu.

Era só nós dois.

— Eu te amo, Murilo. — falou baixinho. — Isso aqui… tudo isso… é o melhor presente do mundo.

— É o nosso mundo, loira. — respondi. — Nosso mundinho particular, só que um pouquinho mais cheio hoje.

Ela riu e me puxou pra dançar, ali mesmo, com todo mundo em volta.
O Léo batia palminhas no colo da Ruth, enquanto a Maiara gritava:

— Toca Ciumeira, pelo amor de Deus! Quero sofrer feliz!

E foi assim o resto da tarde: Churrasco rolando, música boa, cerveja gelada, histórias sendo contadas, abraços, lágrimas e gargalhadas.

Henrique & Juliano pegaram o violão dela e começaram a cantar Flor e o Beija-Flor. A Marília, claro, não resistiu — pegou o microfone e se juntou.

A voz dela encheu o ar, suave, limpa, arrepiando até o vento. Ninguém falava nada. Todo mundo só ouvia.

Quando terminou, ela olhou pra mim e sorriu, os olhos marejados.

— Eu amo cantar, mas nada se compara a cantar pra quem me ama.

Fui até ela, beijei os seus lábios, e o Léo, acordado no colo da avó, bateu as mãozinhas no ar.

— Ma-maaaaaaaaaa! — gritou. Todo mundo derreteu. Marília riu. Eu também.

O Henrique Bahia, do outro lado, gritou:

— É isso, gente! Essa é a família Mendonça Huff!

E ali, com o sol se pondo, as luzes da chácara acendendo devagar e o som de risadas ecoando pelo quintal, eu percebi que felicidade é isso mesmo: Um café simples, amigos verdadeiros, um filho sorrindo e a mulher da sua vida do seu lado. O resto… é só barulho do mundo.

Naquele instante, com a loira encostada no meu peito e o Léo rindo entre nós, eu juro: Se o tempo parasse ali, eu não pediria mais nada.

.

.

.

Meta: 40 ✨

.

.

.

Palavras: 1000

.

.

.

Continua....

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora