•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝙵𝚘𝚛𝚝𝚢-𝚃𝚠𝚘|•

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📍 Brasil - Goiânia - Go.

DEZESSETE DE JUNHO.
TERÇA - FEIRA.

>>> Marília Mendonça.

19:24

A sala ainda estava cheia de vozes, com a conversa fluindo entre meus pais, João Gustavo, Mazé e nós dois. A emoção de contar sobre a gravidez ainda pairava no ar, misturada com as risadas do João zoando o Murilo e as histórias da Mazé sobre quando éramos bebês. Mas, apesar do clima leve, o cansaço tava me pegando com força. O dia tinha sido intenso - a consulta, a ultrassom, o enjoo, a briga com o estômago pra comer algo.

Meu corpo pedia cama, e eu só queria me jogar nos braços do Murilo e apagar. Olhei pra ele, que tava rindo de algo que meu pai disse, e toquei o braço dele, a voz saindo mais suave do que eu esperava.

— Amor, tô exausta — murmurei, inclinando-me contra ele. — Vamos deitar? Quero você comigo.

Ele virou pra mim na hora, o olhar preocupado, mas com aquele carinho que me fazia derreter.

— Claro, loira. Vamos lá — disse, apertando minha mão antes de se levantar. — Galera, a gente vai subir, tá? Marília tá cansada, e o bebê precisa de descanso — brincou, piscando pro João, que fez uma careta.

— Bebê mandão já, hein? — João retrucou, rindo. — Boa noite, maninha. Cuida do meu sobrinho ou sobrinha aí.

— Boa noite, filha — minha mãe, disse, ainda com aquele tom meio preocupado, mas suavizando. — Descansa, tá? Qualquer coisa, me chama.

— Tô bem, mãe. Boa noite — respondi, abraçando Mazé e meu padrasto antes de subir as escadas com Murilo, a mão dele firme na minha, me guiando como se eu pudesse desabar a qualquer momento.

No quarto, me joguei na cama com um suspiro, o pijama de cetim ainda grudando na minha pele, o corpo agradecendo o colchão macio. Murilo veio atrás, deitando ao meu lado, me puxando pra encaixar no peito dele.

— Tá tudo bem, amor? — perguntou, a voz baixa, os dedos brincando com meu cabelo.

— Tô só cansada — murmurei, aninhando-me mais. — Mas feliz. O que achou da reação deles? Minha mãe ainda tá com um pé atrás, né? — Ele riu baixo, beijando o topo da minha cabeça.

— Tua mãe é assim, Marília. Preocupada com você, com a sua carreira. Mas ela vai amolecer, você vai ver. Meu pai tava todo orgulhoso, e o João... cara, ele tá empolgado pra ser tio. E a Mazé? Já tá pronta pra mimar o nosso bebê.

Eu ri, imaginando Mazé enchendo o nosso filho de carinho.

— Verdade. Mazé vai ser tipo uma avó postiça. E o João... ele vai ensinar videogame pro bebê antes mesmo de nascer, aposto.

— Com certeza — Murilo disse, rindo, mas logo mudou o tom, a voz ficando mais animada. — Sabe, amor, tava pensando... e se a gente já começasse a escolher nomes pro bebê? Tipo, pra estar preparado.

Eu levantei a cabeça, olhando pra ele com uma mistura de surpresa e diversão.

— Nomes? Amor, a gente nem sabe o sexo ainda! — Ri, dando um tapinha leve no peito dele. — Você viu a ultrassom hoje, né? A doutora disse que talvez só na próxima dê pra ver.

— Eu sei, eu sei — ele respondeu, o sorriso travesso nos lábios. — Mas, tipo, na próxima ultrassom, pode ser que dê pra ver. Quero estar pronto, sabe? Vai, me diz, que nomes você gosta?

Eu suspirei, me ajeitando melhor contra ele, a mão na barriga, sentindo um calor gostoso com a ideia.

— Tá bom, vamos brincar disso — disse, pensando. — Se for menina... acho que Marcela seria lindo. Marcela Mendonça Huff. Soa forte, né?

— Marcela? — Ele repetiu, como se testasse o som. — Gostei. Marcela Mendonça Huff... tem cara de quem vai mandar no mundo, igual a mãe. — Ele riu, beijando minha testa. — E se for menino?

— Tô pensando em algo curto, tipo Léo. Só Léo. Simples e forte. Léo Mendonça Huff. — Falo e eu sorri, imaginando um menininho correndo pela casa.

— Léo? — Ele repetiu o nome sorrindo — Léo Mendonça Huff. Combinou. Tá, decidido: Marcela se for menina, Léo se for menino.

— Mas, amor, você tá mesmo empolgado com isso, né? Tô adorando te ver assim.
— Claro que tô empolgado, minha vida — ele disse, a mão cobrindo a minha na barriga. — É nosso bebê. Quero tudo perfeito pra ele. Ou ela. — Ele fez uma pausa, o tom ficando mais leve.

— Mas e aí, o que acha de um chá revelação? Seria legal, né? A gente chama só os amigos, a nossa família e fazemos uma festa, descobrindo o sexo juntos. — Eu sorri, o coração aquecendo com a ideia.

— Sério? Um chá revelação? - Ele pareceu pensar por um segundo. - Mas você quer mesmo fazer um chá revelação?

Eu sorri imaginando balões, amigos, a emoção de descobrir.

— Quero, sim. Ia ser incrível. Mas tem que ser algo simples, viu? Nada de exageros, que eu não aguento muito agora.

— Combinado - ele disse, piscando. Ele deixa um selinho rápido nos meus lábios

— Amor, a gente precisa pensar em como contar pra internet também. Não quero que saia em site de fofoca antes da gente falar. Tipo, a gente controla a narrativa, sabe? — ele assente concordando.

— Verdade - ele concorda, franzindo a testa. — Talvez um post no Instagram, algo nosso, com uma foto fofa. Tipo, a gente de mãos dadas, com a ultrassom na mão, sei lá. Algo que seja a nossa cara. Mas simples, pra não virar um circo.

— Perfeito - concordo, os olhos brilhando. — E pros nossos amigos? Como a gente conta pras gêmeas, pro Gustavo, pro Fernando, pro Bahia e pro Boiola?

— Acho que a gente pode fazer um jantar aqui em casa — ele sugeri, me animando com a ideia. — Chama todo mundo, conta pessoalmente. Eles vão surtar, amor. A Aline e a Clara vão querer planejar o chá revelação na hora. — Ele riu, apertando-me mais contra ele.

— Com certeza. Maiara vai querer contratar um organizador de eventos antes mesmo da gente terminar de contar. — Falo sorrindo, a mão voltando pra minha barriga.

— Sabe, amor, não importa como a gente conte, o importante é que é nosso. Nosso bebê, a nossa família. — Ele fala pondo a mão dele em cima da minha e eu sorri, sentindo as lágrimas voltarem, mas dessa vez de pura emoção.

— Você tá me fazendo chorar de novo, seu bobo - murmurei, beijando o queixo dele. — Mas é isso. É nosso. E eu te amo por estar tão dentro disso comigo.

— Te amo mais, loira — ele respondeu, beijando meus lábios suavemente antes de nos ajeitarmos melhor na cama. — Agora dorme, que você e o bebê precisam descansar.

Fechei os meus olhos, aninhada contra ele, o calor dele me envolvendo, e adormeci pensando em Marcela ou Léo, no chá revelação, e em como, com Murilo ao meu lado, tudo parecia possível.

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Continua....

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora