•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚂𝚒𝚡𝚝𝚢-𝚂𝚒𝚡|•

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📍 Brasil - Goiânia - Go

VINTE E QUATRO DE DEZEMBRO.
QUARTA - FEIRA.

>>> Murilo Huff.

23:55

A festa tá no auge, o relógio marcando onze e cinquenta e cinco, e a energia no quintal está elétrica. As luzinhas de Natal piscam em ritmo com as risadas, a mesa ainda cheia de sobras da ceia — rabanadas douradas, Chester fatiado, tender com molho de abacaxi —, e todo mundo reunido em volta da árvore gigante, com taças na mão, prontos pra contagem regressiva. O Léo está no carrinho, quietinho, mas eu via a Marília olhando pra ele de canto de olho, sempre atenta..

A Mariana tava contando uma história engraçada sobre um Natal em que ela e a Marília tentaram fazer biscoitos e quase incendiaram a cozinha da Ruth.

— E a Marília, teimosa, insistindo que sabia a receita de cor! — a Mariana disse, rindo, com a taça de espumante balançando na mão. — Resultado: biscoitos duros que nem pedra!

— Ei, não foram tão ruins assim! — a Marília retrucou, rindo, enquanto ajeitava o vestido branco que caía perfeito nela. — Pelo menos a gente tentou, né?

— Tentou e quase chamou os bombeiros! — o João Gustavo zoou, e a galera caiu na gargalhada.

O Bahia subiu numa cadeira, com um apito na mão, fazendo todo mundo rir.

— Atenção, galera! Faltam cinco minutos pra meia-noite! — ele gritou, e começou a organizar a contagem. — Todo mundo com taça na mão, menos a Marília, que tá de suco por causa do nosso campeão aqui! — ele apontou pro Léo, e a Marília levantou o copo de suco, sorrindo.

— Valeu, Babá! Alguém tem que manter a classe aqui! — ela respondeu, piscando.

A Ruth e a Mazé tavam abraçadas, com os olhos marejados, olhando pra árvore. O meu pai ergueu a taça e fez um brinde improvisado.

— À família, aos amigos, e ao nosso netinho Léo, que chegou pra fazer esse Natal o mais especial de todos! — ele disse, com a voz embargada.

— Ao Léo! — todo mundo gritou, brindando.

Quando o relógio marcou onze e cinquenta e nove, o Henrique começou a contagem regressiva, e a galera entrou no coro:

— Dez! Nove! Oito!... — Eu tava ao lado da Marília, com o braço na cintura dela, sentindo o calor do corpo dela contra o meu.

O Léo resmungou no carrinho, e ela se abaixou rapidinho pra fazer carinho nele.

— Calma, meu amor, já já a mamãe te pega — ela murmurou, e eu sorri, beijando a testa dela.

— Três! Dois! Um! Feliz Natal! — a galera gritou, e o céu explodiu em fogos de artifício, com cores vermelhas, douradas e verdes iluminando a chácara.

Todo mundo se abraçava, gritava “Feliz Natal!”, e a Laurinha correu pro colo da Nayara, assustada com o barulho, mas logo rindo com os fogos.

— Feliz Natal, loira — falei, puxando a Marília pra um beijo demorado, com o Léo entre nós no carrinho.

— Feliz Natal, amor — ela respondeu, com os olhos brilhando, e beijou a cabecinha do Léo. — E pra você, meu menininho, o primeiro de muitos.

A ceia continuou, com todo mundo pegando mais um pedaço de rabanada ou uma fatia de pavê. A Maiara e a Maraísa tavam cantando um trecho de “Noite Feliz” com tanto carinho que todo mundo aplaudiu. O Fernando e o Gustavo tentaram imitar, mas acabaram zoando e cantando uma paródia sertaneja, fazendo a galera morrer de rir.

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora