•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚃𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢-𝙾𝚗𝚎|•

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📍 Brasil - São Paulo - Vila Olímpia.

DOIS DE MARÇO.
DOMINGO.

>>> Murilo Huff.

00:09

Saímos do banheiro de mãos dadas, quase como se estivéssemos combinando silenciosamente: “agora ninguém mais precisa adivinhar”. Tentei disfarçar a aceleração do meu coração, mas o brilho nos olhos dela denunciava tudo o que tínhamos acabado de viver.

— Tudo bem? — perguntei, sorrindo de leve, tentando soar natural.

— Sim… sim, tudo ótimo. — respondeu, com aquele sorriso que misturava travessura e felicidade.

Caminhamos de volta para perto dos nossos amigos, que estavam rindo e cantando, completamente alheios ao turbilhão de emoções que carregávamos naquele momento. Sentar ao lado dela foi um desafio; queria estar o mais perto possível sem parecer óbvio demais.

Ela se ajeitou na cadeira, e nossas mãos continuaram entrelaçadas por baixo da mesa, discretas, mas firmes. Cada toque enviava pequenas faíscas pelo meu corpo, e eu podia sentir, no sorriso dela, no jeito que ela mexia no seu cabelo, que sentia a mesma coisa.

— Então, como tá a área premium? — perguntou Maraísa, ainda animada com a bebida e o show.

— Ótima — respondi, sorrindo, enquanto desviava o olhar dela pra olhar o palco. — Melhor impossível.

Mas por dentro, eu não conseguia prestar atenção no show. Tudo que eu queria era manter aquele contato, sentir que aquilo era real, que finalmente nós dois havíamos deixado o medo de lado e admitido tudo.

E enquanto o Luan cantava, ela ria e cantava junto com as meninas, eu só conseguia observá-la, guardando cada detalhe, cada gesto, cada brilho nos olhos. Porque naquele instante, no meio da música, da multidão e da festa, eu sabia que a nossa história tinha finalmente começado de verdade.

Enquanto o show continuava, eu não conseguia tirar os meus olhos dela. Cada sorriso, cada risada, cada movimento que ela fazia parecia sincronizado com o meu próprio coração.

— Murilo… — ela sussurrou baixinho, inclinando-se um pouco pra falar comigo sem que os amigos percebessem.

— Hum? — respondi, quase sem querer me afastar.

Ela apertou minha mão de leve sob a mesa, e eu senti um arrepio subir pelo meu braço.

— Só… só quero ficar um pouquinho assim, contigo. — disse, olhando pro meu rosto com aqueles olhos que sempre me desarmavam.

Não precisei de mais nada. Inclinei-me e toquei a testa na dela, respirando seu perfume, sentindo o calor do corpo dela junto ao meu. Era só nós dois, mesmo no meio do barulho da música e das pessoas ao redor.

Ficamos assim por alguns instantes, mãos entrelaçadas, sorrisos tímidos e olhares que diziam tudo. Cada toque leve que ela fazia, me enviava pequenas faíscas pelo o meu corpo, e eu podia sentir, no jeito que ela se aconchegava um pouco mais perto, que ela sentia o mesmo.

— Você tá rindo por quê? — perguntei, sentindo o calor subir ao notar seu sorriso.

— Por nada… só por estar aqui contigo. — respondeu, rindo baixo, mas com aquele brilho nos olhos que me derretia.

A cada música, a cada momento, nossas mãos se apertavam discretamente, os toques se tornavam mais longos, mais intencionais, como se cada gesto fosse uma pequena declaração silenciosa. Eu podia sentir o coração dela acelerado, os arrepios que passavam por nós, mesmo sem precisar falar nada.

Quando me inclinei para perto dela, ela encostou a cabeça no meu ombro, e eu passei o braço por trás dela, envolvendo-a de leve. Não era apenas um gesto de proximidade; era a sensação de finalmente estarmos juntos, de verdade, sem precisar esconder nada.

— Eu nunca pensei que fosse tão bom assim… — ela sussurrou, quase inaudível, mas quebrou qualquer controle que eu ainda tentasse manter.

— Nem eu… — respondi, segurando a mão dela com mais força, com os olhos presos nos dela. — Mas eu prometo que vai ser cada vez melhor.

E ali, no meio da festa, entre amigos, música e risadas, nós encontramos o nosso próprio mundo — só nosso. Cada toque, cada olhar, cada sorriso prolongava aquele momento, e ninguém além de nós dois parecia existir naquele instante.

....

05:17

O show finalmente terminou, e o cansaço misturado à adrenalina nos deixou mais leves do que nunca. As luzes da Vila Mix iam ficando para trás enquanto embarcávamos de volta no ônibus.

Marília se sentou ao meu lado, e mesmo com o espaço cheio de amigos e risadas, a gente parecia ter o nosso próprio mundo ali. As mãos continuaram entrelaçadas discretamente, e cada toque dela enviava arrepios silenciosos pelo o meu corpo.

— Eu ainda não acredito que a gente conseguiu ver tudo de tão perto… — ela disse, encostando a cabeça no meu ombro.

— Eu também não… — respondi, sorrindo e sentindo o calor do corpo dela junto ao meu. — Mas eu sabia que seria perfeito.

O ônibus estava silencioso em alguns momentos, e em outros, cheio de conversas animadas. Mas nós dois nos mantínhamos conectados de um jeito quase silencioso, apenas nos olhando, sorrindo, sentindo a presença um do outro.

Ela suspirou, ainda encostada no meu ombro, e eu passei o meu braço por trás dela, puxando-a um pouco mais perto. Era como se aquele toque pudesse dizer tudo o que ainda não tínhamos palavras para expressar.

— Sabe, lindo… — ela começou, com a voz baixa e calma — eu nunca me senti assim com ninguém. Nunca… até você.

O meu coração disparou no meu peito. Respirei fundo, inclinando a cabeça levemente para tocar a dela.

— Eu sei… eu também nunca senti nada igual. — disse, quase sussurrando, e senti o sorriso dela se espalhar pelo rosto.

Ficamos assim, em silêncio, curtindo o momento, cada gesto e toque carregados de emoção. O ônibus balançava suavemente na estrada, mas a sensação era de estabilidade — finalmente sabíamos onde pertencíamos: um ao lado do outro.

— Promete que a gente vai lembrar dessa noite pra sempre? — ela perguntou, ainda com a cabeça no meu ombro.

— Prometo. — respondi, segurando sua mão com firmeza. — E que essa é só a primeira de muitas. Ela sorriu.

O restante da viagem passou rápido, entre risadas das meninas, conversas baixas dos nossos amigos e os nossos olhares trocados que falavam mais do que qualquer palavra. Cada toque dela, cada sorriso tímido seu, cada respiração compartilhada nossa, tornava a noite ainda mais especial.

E enquanto a cidade passava pelas janelas, eu sabia: aquela noite tinha mudado tudo. E que, finalmente, nada nem ninguém poderia separar o que a gente sentia.
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Continua....

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora