•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚂𝚒𝚡𝚝𝚢-𝙾𝚗𝚎|•

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📍 Brasil - Goiânia - Go

DEZESSETE DE DEZEMBRO.
QUARTA - FEIRA.

>>> Marília Mendonça.

10:07

Estou aqui, sentada na cama do hospital, amamentando o Léo, com ele agarradinho no meu seio, aquela mãozinha minúscula fechada, segurando como se o mundo dependesse disso.

Cada movimento da boquinha dele, tão concentrado, tão delicado, fazia meu coração apertar de amor. A dorzinha no peito ainda vinha, mas era como se ela se dissolvesse no calor daquele momento.

O Léo tá fazendo aqueles barulhinhos fofos, meio suspiros, meio resmungos, e eu não conseguia parar de olhar pra ele, praquele rostinho perfeito que parece um pedaço de mim e do Murilo misturados. Era surreal pensar que ele tava aqui, nos meus braços, depois de tantos meses sonhando com ele.

— Meu leãozinho, você tá com fome, né? — sussurrei, acariciando a cabecinha dele, sentindo os pelinhos macios sob meus dedos. — Come direitinho, mamãe te ama mais que tudo.

A porta do quarto abriu, e a minha médica entrou, com aquele sorriso gentil que me acalmava desde o primeiro dia. Ela segurava uma prancheta e veio até a beirada da cama, olhando pro Léo com carinho.

— Bom dia, Marília! Como tá nosso pequeno Léo? — ela perguntou, com a voz suave.

— Bom dia, doutora! Ele tá ótimo, mamando como um campeão — respondi, rindo baixo, enquanto o Léo fazia outro barulhinho, como se concordasse comigo.

— Que lindo! E você, como tá se sentindo? — ela perguntou, enquanto checava algumas anotações na prancheta.

— Cansada, mas feliz. É como se eu tivesse corrido uma maratona, mas com o melhor prêmio do mundo — falei, olhando pro Léo, que continuava mamando, alheio a tudo.

— Você foi incrível, Marília. E o Léo passou nos últimos exames de hoje, tá tudo perfeito com ele. Acho que vocês estão prontos pra ir pra casa — ela disse, com um sorriso que parecia uma conquista compartilhada.

Meu coração deu um pulo. Ir pra casa? Com o Léo? Era real, mas ao mesmo tempo parecia um sonho. Olhei pra ele, ainda agarrado no meu peito, e senti uma mistura de alegria e um pouquinho de medo. Era o começo de tudo.

— Sério, doutora? Já? — perguntei, com a voz tremendo de emoção.

— Sério! Você e o Léo estão ótimos. Vou chamar o Murilo pra assinar a alta, tá? — ela respondeu, já se virando pra porta.

O Murilo, que tava sentado na poltrona mexendo no celular, provavelmente mandando mensagem pro grupo da galera, levantou na hora, com aquele sorriso que ilumina tudo.

Ele veio até mim, se abaixou e me deu um selinho demorado, cheio de carinho. Depois, se inclinou pro Léo e deu um cheirinho na cabecinha dele, mas o Léo resmungou, claramente incomodado por terem atrapalhado o momento dele.

— Calma aí, mini Marília! — o Murilo brincou, rindo, enquanto se afastava. — Tô vendo que você já tá mandando em tudo, hein? — Eu caí na gargalhada, mesmo com o cansaço.

— Mini Marília? Murilo, esse menino é a tua cara, inclusive a cabecinha, amor! — retruquei, apontando pro rostinho do Léo, que continuava mamando, alheio à nossa zoação.

— Tá, tá, mas o charme é todo seu, loira — ele disse, piscando pra mim antes de seguir a médica pra fora do quarto, com aquele jeito meio bobo que me fazia derreter.

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora