𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶

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QUINZE DE DEZEMBRO.
SEGUNDA - FEIRA.

>>> Murilo Huff.

10:21

Treze dias se passaram desde aquela conversa sobre fazer uma festinha pra se despedir da barriga da Marília, e agora, aqui estamos, no dia do evento. Esses dias foram uma loucura total — a gente correndo atrás de tudo, desde a decoração até os docinhos, misturando a despedida da barriga com um chá de bebê pro nosso Léo.

A Marília tava toda animada no começo, mas as contrações dela vêm só aumentando, o que me deixa louco de preocupação. Eu insisto pra levar ela pra maternidade, mas ela teima que ainda aguenta, que são só contrações de treinamento.

A gente teve uma briga feia por causa disso uns dias atrás, e ainda tá meio estranho entre nós. Eu sei que ela tá cansada, com nove meses de gravidez, mas não quero arriscar nada com o nosso menino. Ela diz que eu tô exagerando, mas eu só quero proteger eles dois. Hoje, o clima tá tenso, mas a gente vai tentar curtir o dia.

A casa tá uma bagunça organizada, com balões azuis espalhados por todo lado — desde que soubemos que era o Léo, tudo virou tema de leãozinho. Eu estou na cozinha, ajustando os últimos detalhes dos salgadinhos com a Mazé, quando ouvi o barulho de carros chegando.

Os nossos amigos tavam vindo ajudar, como prometido. Gustavo, Fernando, Iago, João Gustavo, Maiara, Maraísa, Analu, Iollanda e até a prima da Marília, Mariana, apareceram todos juntos, com bolsas cheias de coisas e sorrisos no rosto.

— E aí, pai do ano! — Gustavo gritou assim que desceu do carro, correndo pra me dar um abraço apertado. — Cadê a barriguda? Vamos ajudar nessa bagunça pro Léo!

— Valeu, mano! — respondi, rindo, enquanto apertava a mão dele. — A Marília tá lá em cima, descansando um pouco. As contrações tavam fortes hoje de manhã, mas ela teima que tá bem.

— Teima? — Maiara disse, chegando com uma caixa de docinhos personalizados. — Murilo, se ela tá com dor, leva ela pro hospital, homem! Mas, ó, trouxemos tudo: balões extras, os jogos pro chá, e esses docinhos com leõezinhos. O Léo vai amar quando crescer e ver as fotos.

— Ela não quer ir, Maiara — falei, suspirando, enquanto ajudava a descarregar as coisas do carro. — A gente brigou feio por causa disso. Ela diz que eu tô sendo paranoico, mas eu sinto que tá na hora.

— Paranoico nada — Maraísa interveio, carregando uma faixa com “Bem-vindo, Léo!”. — Mas deixa ela, Murilo. Mulher grávida sabe do corpo dela. Agora, onde a gente põe isso? E cadê a Mariana? Ela trouxe os prêmios pros jogos — Mariana desceu do carro de Iago, com uma bolsa cheia.

— Aqui! Trouxe os brinquedinhos pros vencedores das brincadeiras. Murilo, parabéns pelo Léo de novo! Como a Marília tá? Ela me mandou mensagem dizendo que as contrações tavam vindo mais fortes.

— Tá teimando que aguenta — respondi, balançando a cabeça. — Vamos entrar, ela deve descer já.

A gente entrou na casa, e a Mazé já tava na cozinha, organizando os salgados.

— Oi, gente! — ela disse, sorrindo. — A Marília tá lá em cima, descansando. Mas venham, ajudem a arrumar a mesa do chá.

As meninas foram pra cozinha, conversando alto sobre os detalhes do chá de bebê, enquanto eu e os meninos arrumávamos o quintal, estendendo mais balões e ajustando as mesas.

— Mano, tu tá pronto pro Léo? — Iago perguntou, enquanto amarrava uma faixa. — Tô imaginando você trocando fralda no meio da noite.

— Pronto nada, mas vou aprender na marra — ri, dando um tapa no ombro dele. — E tu, tio Iago, vai ajudar, né? O Léo vai precisar de tios pra ensinar as bagunças.