📍 Brasil - Goiânia - Go
QUINZE DE DEZEMBRO.
SEGUNDA - FEIRA.
>>> Marília Mendonça.
17:07
A festinha do Léo tava sendo incrível, um sonho que eu nem acreditava que tava vivendo. O quintal tava todo enfeitado com balões azuis e brancos, o painel com o nome “Léo” em letras douradas brilhando, e a mesa cheia de doces e salgadinhos que a galera caprichou. As meninas — Maiara, Maraísa, Analu e Iollanda — trouxeram brincadeiras que deixaram todo mundo rindo sem parar.
Teve a competição de adivinhar o tamanho da minha barriga, com palpites tão absurdos que eu quase esquecia as dores que tavam me incomodando. Depois, veio a brincadeira de trocar fralda em bonecas, e ver os meninos — Murilo, Gustavo, Fernando e Iago — atrapalhados tentando colocar a fralda direito foi de morrer de rir.
— Mano, isso é impossível! Como troca fralda tão rápido assim? — Gustavo reclamou, enquanto a boneca escorregava da mesa, e a galera caiu na gargalhada.
— Gustavo, se tu já tá assim com uma boneca, imagina com o Léo! — brinquei, rindo, mas sentindo uma contração que me fez segurar a respiração por um segundo.
Eu tava sentada na mesa com a minha mãe, o Dagmar e a minha tia Jéssica, a irmã mais nova da minha mãe e mãe da Mariana. Elas são incríveis, as únicas da família da minha mãe que eu amo de verdade. O resto? Só interesseiros, e eu nem perco tempo pensando neles.
A gente tava se divertindo, conversando e rindo, mas as dores não paravam de aumentar. Eu tentava disfarçar, sorrindo e entrando na onda, mas tava difícil. O Murilo, que tava se jogando nas brincadeiras com os meninos, não parava de me olhar com aquele olhar preocupado que ele acha que esconde.
Hoje mais cedo, a gente brigou feio porque ele vivia insistindo pra me levar pro hospital, e eu, teimosa, me estressei e mandei ele parar de me encher. A mala maternidade, minha e do Léo, já tava pronta, o quartinho dele tava um sonho com tema de safari, e eu tava realizada com tudo que aconteceu desde o começo do ano. Agora, com o fim de ano chegando, só queria curtir esse momento com o Léo ainda na barriga.
Saí do transe quando a Laurinha veio correndo e me abraçou, dando um beijo na minha barriga que me fez sorrir na hora.
— Dinda, cando o Léo vai nascer? Eu quelo bincar cum ele — ela disse, com aquela vozinha fofa que derrete qualquer um.
— Não sei, princesa, mas acho que de amanhã não passa. Ele já tá quase chegando — respondi, sorrindo, enquanto ela beijava a minha barriga de novo, toda empolgada.
— E aí, barriguda, como tá essas dores, hein? — meu tio Silveira perguntou, beijando meus cabelos com carinho.
— Tão cada vez mais doloridas, mas eu ainda aguento — respondi, com um sorriso melancólico, tentando não deixar a dor transparecer.
— O Murilo não para de dizer que tá super preocupado com você. Eu entendo ele, ma, você precisa descansar, precisa de repouso. Essa sua teimosia tá deixando ele aflito com a chegada do Léo — ele disse, com aquele tom de tio que quer proteger.
— Tá tudo bem, gente. O Léo tá se mexendo bastante. Se fosse acontecer alguma coisa, ele não estaria tão agitado. Eu venho assistindo um monte de coisa sobre parto, lendo também. Tá tudo sob controle. As contrações são normais, meu corpo tá se preparando pro Léo nascer. Fiquem tranquilos — falei, me esforçando pra não soar irritada, mesmo com outra contração apertando.
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𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶
FanficDesde cedo, a vida os marcou com a dor da perda. O pai de Marília e a mãe de Murilo faleceram quando eles ainda eram crianças, deixando em cada um um vazio que parecia impossível de preencher. O destino, porém, traçou outro caminho: a mãe de Marília...
