•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚂𝚎𝚟𝚎𝚗𝚝𝚢-𝚂𝚎𝚟𝚎𝚗|•

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📍 Brasil - Goiânia - Go.

DEZESSEIS DE MARÇO.
SEGUNDA - FEIRA.

>>> Marília Mendonça.

17:58

A conversa com os amigos fluía fácil no quintal, o sol de fim de tarde batendo suave nos balões vermelhos e amarelos do circo montado. O resto da galera já tinha chegado: Iago com a Analu, o Bahia sozinho, o Silveira com a Nayara e a Laurinha correndo pra todo lado, gritando “Léo!” pros enfeites. O Léo, no meu colo, começa a choramingar dengoso, com a mãozinha na boca, olhos pesados — fome, sono, ou os dois. Levantei da cadeira de vime, balançando ele devagar, tentando acalmar enquanto escutava os amigos falarem sobre o show de ontem.

— Marília, você arrasou em “Todo Mundo Vai Sofrer” ontem! — Maiara disse, com o Gustavo ao lado assentindo. — A plateia foi à loucura!

— Valeu, Mai! — respondi, beijando a cabecinha do Léo, que resmungava mais alto. — Foi incrível, mas a saudade desse aqui me matou. Shh, meu amor, mamãe tá aqui.

— Ele tá com fome, né? — Maraísa perguntou, estendendo os braços. — Deixa a tia segurar enquanto você come algo.

— Pode ser, mas ele tá um grude hoje — ri, balançando ele. — Léo, vai com a tia Maraísa? Olha ela, filhote, sua tia, meu amor.

O Léo resmungou mais, mãozinha apertando meu vestido. Eu ri.

— Chiclete! — disse, beijando a testa dele. — Tá bom, mamãe não te solta.

O Murilo se aproximou com a mão na minha cintura.

— Tá tudo bem, loira? — perguntou baixinho, beijando meu ombro.

Perguntei discretamente pra ele:

— Amor, que horas são? — sussurrei, com o Léo choramingando mais.

Ele olhou o relógio no pulso — o Rolex novo.

— Já vai dar seis, loira. Hora do parabéns? — respondeu, sorrindo.

— Sim! — disse, virando pros amigos. — Gente, vamos cantar parabéns pro Léo? Ele tá ficando dengoso, melhor agora antes do sono dele bater forte. — Todos aplaudiram, se levantando.

— Bora! — Fernando gritou, erguendo uma taça de suco. — Parabéns pro rei do circo!

Fomos pra frente da mesa do bolo: um bolo branco com listras vermelhas, palhaço sorridente no topo, “3 meses Léo” em letras coloridas. Murilo acendeu a vela de número 3, eu ajeito o Léo no colo, balançando ele que parou de chorar olhando o fogo fascinado.

— Parabéns pra você… — todos cantaram em coro, vozes altas e alegres, palmas ritmadas.

O Léo gorgolejou no refrão, como se cantasse junto, ao terminar, a Marília e o Murilo assopram a vela juntos, eu seguro a mãozinha do Léo pra “ajudar”.

— Parabéns, meu leãozinho! — gritei, beijando a testa dele.

Todos aplaudiram, gritando “viva o Léo!”, beijos voando, flashes de celular.

— Mazé, corta o bolo comigo? — pedi, como sempre faço nas datas especiais. — Você é da família, vem!

Mazé veio sorrindo, cortamos juntas, o bolo de chocolate com recheio de brigadeiro.

— Primeiro pedaço pro aniversariante! — Mazé disse, dando um pedacinho simbólico pro Léo lamber. Mas quem começou a comer o bolo foi o pai, isso sim.

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora