•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚃𝚑𝚒𝚛𝚝𝚢-𝙽𝚒𝚗𝚎|•

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📍 Brasil - Goiânia - Go

DEZESSEIS DE JUNHO
SEGUNDA - FEIRA.

>>> Murilo Huff.

21:59

O restaurante era daqueles que pareciam saídos de um filme, com luzes baixas, velas tremeluzindo nas mesas e um piano ao fundo tocando uma melodia suave que combinava perfeitamente com o clima entre nós. Marília estava sentada à minha frente, linda no vestido preto que abraçava cada curva dela, o batom vermelho destacando o sorriso que não saía do rosto. Meu coração ainda bate forte pela notícia da gravidez, mas ali, com ela, tudo parece se encaixar.

Pedimos o prato principal — um risoto pra ela e um filé pra mim — e eu não conseguia parar de olhar pra ela, pra aliança no dedo dela, pra barriga que ainda não mostrava nada, mas que carregava nosso futuro.

— Amor, você tá me olhando como se eu fosse sumir — ela disse, rindo baixo, pegando a taça de suco — nada de álcool pra ela agora, óbvio. — O que tá passando nessa cabeça aí?

Eu sorri, estendendo a mão pra pegar a dela sobre a mesa, entrelaçando os dedos.

— Tô só pensando em nós, loira. Três meses juntos, e olha onde a gente tá. Grávidos. — Ri, ainda processando. — Você acha que vai ser menino ou menina?

Ela inclinou a cabeça, o brilho nos olhos mostrando que tava pensando a mesma coisa.

— Hmm... eu sinto que é menina — disse, traçando círculos na minha mão com o polegar. — Uma mini-Marília, toda loirinha, com seus olhos castanhos. Ia ser fofa pra caralho.

— Menina? — repeti, fingindo um ar sério, mas o ciúme já subindo, mesmo sendo hipotético. — Ah, não, Marília. Se for menina, ela não namora nunca. Pode esquecer. Vou ser daqueles pais que espantam qualquer moleque que chegue perto. Imagina a fase dos namoros? Nem pensar. Ela vai ser só minha e sua, ponto final.

Ela explodiu em risadas, os olhos brilhando com diversão enquanto se inclinava pra frente.

— Olha o ciúme, amor! — provocou, apertando minha mão. — Tô vendo você agora, todo bravão, interrogando os namoradinhos dela. Mas, sério, você ia derreter se ela te olhasse com carinha de pidona. Admita, você ia ser o pai molenga.

— Molenga? Eu? — retruquei, rindo, mas sentindo um aperto real no peito só de imaginar. — Nada disso. Se for menina, ela vai pra convento. Ou melhor, vou ensinar ela a dar porrada em quem merecer. Mas, vai, inverte aí. E se for menino? Um mini-Murilo, todo sertanejo, conquistando as garotas?

Ela franziu a testa, o ciúme dela aparecendo na hora, mesmo sendo brincadeira.

— Ah, não! Se for menino, ele não namora também. Vai ser só meu, ponto. Imagina ele crescendo, todo charmoso como você, arrasando corações? Nem pensar. Eu vou ser a mãe superprotetora, vetando qualquer menina que não for perfeita pra ele. Ele vai ser meu filhinho pra sempre.

Eu ri alto, puxando a mão dela pra beijar os nós dos dedos.

— Olha só, quem tá com ciúme agora? — provoquei, vendo ela corar um pouco. — Mas, sério, amor, menino ou menina, vai ser perfeito. Porque é nosso. Vamos criar com tanto amor que não vai faltar nada.

— Verdade — ela disse, o tom mais suave, os olhos marejando de novo. — Tô animada, amor. Medo também, mas animada. Como a gente vai contar pros nossos pais? Pro João? Minha mãe já sabe.

— Devagar, amor. Primeiro os exames, pra ter certeza de tudo. Depois a gente conta juntos — respondi, apertando a mão dela. — Mas olha, tô aqui com você em tudo, tá? Pai presente, daqueles que vão pras consultas, compram fralda... tudo.

Ela sorriu, inclinando-se pra me beijar por cima da mesa.

— Você é o melhor, vida. Tô louca pra ver você como pai.

Terminamos o jantar entre mais risadas e conversas leves, mas o cansaço dela já tava aparecendo, os olhos pesados apesar do sorriso.

— Amor, tô ficando cansada — ela admitiu, bocejando discretamente enquanto saíamos do restaurante, de mãos dadas.

— Então vamos pra casa, loira. A comemoração continua lá — falei, abrindo a porta do carro pra ela, beijando a testa antes de entrar no volante.

Chegamos em casa quietos, o silêncio confortável. Ela subiu pro quarto dela pra tomar banho, e eu fiz o mesmo no meu, vestindo uma boxer e uma camiseta velha. Mal terminei de secar o cabelo, e ela me chamou pelo corredor:

— Amor, vem dormir comigo aqui no meu quarto? — A voz dela era dengosa, e eu não resisti, indo pra lá na hora.

Ela tava na cama, de pijama de cetim, e se aninhou no meu peito assim que deitei, as pernas entrelaçando nas minhas.

— Tô com dengo hoje — murmurou, rindo baixinho, a mão na minha barriga.

— Pode dengar à vontade, amor — respondi, puxando-a mais perto, a mão descendo pra barriga dela. Inclinei-me, falando baixo contra a pele: — Ei, você aí dentro... aqui é o papai. Tô louco pra te conhecer, viu? Seja menino ou menina, você já é o maior presente da nossa vida. Se comporta aí, cuida da mamãe, tá? Porque ela é o meu mundo, e agora você também é. Te amo, filhote.

Marília riu, os olhos brilhando enquanto me olhava, toda boba.

— Murilo, você conversando com o bebê... meu Deus, tô derretendo aqui — disse, beijando meu queixo. — Você vai ser o melhor pai do mundo.

— E você a melhor mãe — sussurrei, beijando os lábios dela antes de nos ajeitarmos pra dormir, os braços ao redor dela, protegendo nós três.

A noite acabou assim, perfeita, com o futuro nos esperando.

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Continua....

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora