•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚃𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢-𝚃𝚠𝚘|•

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📍 Brasil - São Paulo - Vila Olímpia.

DOIS DE MARÇO.
DOMINGO.

>>> Marília Mendonça.

05:26

Chegamos em casa depois de uma noite que parecia ter passado num piscar de olhos. As risadas ainda ecoavam pelo ônibus enquanto descíamos, e cada um dos nossos amigos foram direto para seus quartos, cansados, mas felizes.

Eu e Murilo ficamos um pouco para trás, como se precisássemos de alguns segundos só pra nós.

— Murilo… — comecei, um pouco tímida, segurando a mão dele. — Você quer… quer dormir comigo hoje?

Ele sorriu, com aquele brilho nos olhos que sempre me desarma.

— Claro que sim. — respondeu, apertando minha mão antes de seguirmos juntos para o meu quarto.

Assim que entramos, Murilo se dirigiu ao banheiro para tomar banho primeiro. Eu fiquei no quarto, sentindo ainda o calor do nosso toque e do beijo que havíamos trocado, enquanto lentamente me despia, relaxando depois de toda a agitação do show e da viagem.

O cheiro do shampoo no ar, o vapor do banheiro, e a sensação de que finalmente estávamos sozinhos… tudo parecia mágico. Eu podia ouvir o som da água caindo, misturado com o meu próprio coração acelerado.

Sentei na cama, abraçando os travesseiros, ainda sentindo o toque das mãos dele na minha pele, a proximidade do corpo dele mesmo à distância. Por um instante, fechei os olhos e respirei fundo, tentando absorver cada sensação, cada emoção da noite que havíamos compartilhado.

E mesmo sozinha naquele quarto, eu sabia que em poucos minutos ele estaria ali comigo, e que a sensação de finalmente estarmos juntos — sem medo, sem esconder nada — era mais forte do que qualquer coisa que eu já sentir.

....

05:37

Eu não conseguia tirar os olhos dele. Murilo saiu do banho com uma toalha branca enrolada na sua cintura, o seu cabelo úmido jogado para trás, e aquelas gotículas de água escorrendo lentamente pelo o seu abdômen definido. Cada músculo dele parecia brilhar sob a luz suave do quarto, e o meu coração acelerou, traidor, enquanto eu tentava fingir que estava apenas arrumando algo. Era impossível disfarçar. Ele é... magnético.

Ele percebeu. Claro que percebeu. O canto da boca dele se curvou naquele sorriso torto que sempre me desmonta, e seus olhos encontraram os meus, intensos, como se soubessem exatamente o que eu estava pensando. Sem dizer uma palavra, ele caminhou até mim, cada passo lento, mas decidido, a toalha balançando perigosamente baixa. Meu estômago deu um salto, e antes que eu pudesse processar, ele estava na minha frente, tão perto que eu podia sentir o calor do corpo dele e o cheiro fresco do sabonete.

— Tá olhando o quê, senhorita Mendonça? — a voz dele era baixa, quase um ronronar, e eu senti um arrepio subir pela espinha.

Não deu tempo de responder. Ele segurou meu rosto com as duas mãos, os polegares traçando o meu queixo, e me puxou para um beijo. Não foi delicado, não foi hesitante. Foi urgente, faminto, como se ele precisasse disso tanto quanto eu. Nossas línguas se encontraram, e o mundo ao nosso redor simplesmente sumiu. Minha mãos instintivamente subiram pelos braços dele, sentindo a pele dele ainda úmida, os seus músculos tensos. O beijo era uma mistura de calor, desejo e algo mais profundo, algo que fazia o meu peito apertar.

Quando ele se afastou, só um pouco, os lábios ainda roçando os meus, eu vi o brilho travesso nos olhos dele.

— Você não presta — murmurei, sem fôlego, tentando recuperar o controle.

Ele apenas riu, aquele som grave que me fazia derreter, e sussurrou:

— E eu tenho quase certeza que você adora isso. — meu coração ainda batia descompassado, e o ar parecia pesado, carregado com a eletricidade que pulsava entre nós dois.

Murilo não recuou, não como eu esperava. Em vez disso, ele manteve uma das mãos dele no meu rosto, o seu polegar traçando pequenos círculos na minha bochecha, enquanto a outra deslizou lentamente até a minha cintura, puxando-me mais para perto.

A toalha, precariamente enrolada, parecia um lembrete constante do quão perigoso — e tentador — aquele momento era e é.

— Você tá me matando, sabia? — ele murmurou, a voz rouca, os olhos fixos nos meus com uma intensidade que me fazia querer desviar o olhar, mas eu não conseguia. É como se ele me prendesse ali, sem chance de fuga.

— Eu? — retruquei, tentando soar desafiadora, mas minha voz saiu mais trêmula do que eu gostaria. — Você é quem aparece assim... todo... — Gesticulei vagamente para o corpo dele, as gotículas de água ainda brilhando contra a pele dele bronzeada, o seu abdômen que parecia esculpido.

Ele riu baixo, claramente se divertindo com o meu desconcerto.

— Todo o quê, Mendonça? — Ele se inclinou, os seus lábios roçando no nobulo da minha orelha, e eu juro que senti o meu corpo inteiro reagir. — Termina a frase.

Eu engoli em seco, tentando reunir alguma compostura, mas era inútil. Ele parecia saber o efeito que tinha sobre mim, e estava adorando cada segundo disso. Antes que eu pudesse responder, ele me beijou novamente, com mais urgência ainda, como se quisesse apagar qualquer tentativa de resistência.

Minhas mãos subiram pelo peito dele, sentindo a sua pele quente sob os meus dedos, e eu me perdi no calor daquele beijo, na forma como as nossas línguas dançavam dentro das nossas bocas, num ritmo que era ao mesmo tempo desesperado e um tanto perfeito.

Ele me guiou suavemente para trás, até que minhas costas encontram a parede fria do quarto. O contraste com o calor do corpo dele me fez arfar, e Murilo aproveitou o momento para aprofundar o beijo, uma das mãos agora emaranhada no meu cabelo, a outra firme na minha cintura, como se ele não tivesse nenhuma intenção de me deixar ir. Não que eu quisesse. Cada toque, cada roçar dos lábios dele, era como uma faísca que incendiava algo dentro de mim.

Quando finalmente nos separamos, ofegantes, ele encostou a sua testa na minha, e o seu sorriso agora era mais suave, quase carinhoso.

— Você sempre faz isso comigo — ele disse, quase como uma confissão, a voz ainda carregada de desejo.

— Faço o quê? — perguntei, minha voz saindo como um sussurro, meus dedos ainda traçando as linhas do ombro dele.

— Me deixa louco — ele respondeu, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me puxou para mais um beijo.

Um beijo mais lento dessa vez, mas igualmente devastador.

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Meta: 40 ✨

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Palavras: 1.063

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Continua....

𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶Onde histórias criam vida. Descubra agora