𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶

•|𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚂𝚒𝚡𝚝𝚢-𝙵𝚘𝚞𝚛|•

📍 Brasil - Goiânia - Go

VINTE E QUATRO DE DEZEMBRO.
QUARTA - FEIRA.

>>> Murilo Huff.

10:26

Uma semana e um dia desde que o Léo chegou ao mundo, e, cara, cada momento com ele é como se o tempo parasse e, ao mesmo tempo, voasse. Parece que foi ontem que eu estava segurando a mão da Marília no hospital, com o coração na garganta, ouvindo o primeiro choro do nosso menino, e agora é véspera de Natal, com a chácara cheia de vida, amor e aquele caos gostoso de família e amigos.

A mãe da Marília, meu pai, o João Gustavo, e a Mazé — que é como uma segunda mãe pra nós dois, sempre com um carinho que aquece a nossa alma — estão todos aqui. Os nossos amigos também veio: Maiara, Maraísa, Fernando, Gustavo, Analu, Iollanda, Iago, Henrique Bahia, o Silveira com a Nayara e a Laurinha, que tá toda empolgada com o "priminho" novo.

A Marília e eu estamos sendo o coração dessa festa, por nós sermos pais de primeira viagem, todos querem estar com a gente e cuidando da gente, mas o Léo, com apenas uma semana de vida, é o verdadeiro astro. Ele tá cada dia mais dengoso, daqueles que faz biquinhos e resmungos que derretem qualquer um, mas quando chora, meu Deus, é brabo, com um leão que puxa a braveza todinha da Marília.

Ao mesmo tempo, tem momentos que ele fica tão calminho, olhando tudo com aqueles olhinhos curiosos, que é a minha cara — ou melhor, o meu jeito tranquilo.

O rostinho dele ainda lembra o meu, como o formato da cabecinha dele, mas já dá pra ver a Marília surgindo nas feições, naquele sorrisinho delicado quando ele mama e no jeito como franze a testa. Ele é a mistura perfeita de nós dois, e cada detalhe dele me enche de um orgulho que eu não consigo explicar.

Eu estou acordado desde cedo, porque o Léo começou a resmungar no berço, como de costume, lá pelas cinco da manhã. A Marília passou a noite em claro, acordando toda vez que ele pedia pra mamar ou só queria colo, então decidi deixar ela descansar um pouco mais.

As olheiras dela estão cada vez mais evidente por ela ser branquinha, mas ela tenta esconder com um sorriso, mostrando o quanto ela tá se doando pro nosso menino. Desci com o Léo no colo, sentindo aquele peso leve e quente contra o meu peito, e me juntei à galera na sala de jantar, onde o cheiro de café fresco e pão de queijo tava tomando conta.

A Ruth tava na cozinha, o meu pai também, cortando frutas, o João Gustavo zoando com o Henrique Bahia, e a Mazé tá contando histórias dos Natais passados. O Léo tá quietinho no meu colo, mas, de repente, começou a fazer aqueles resmungos com um biquinho, como se estivesse prestes a chorar.

— Gente, acho que o Léo tá começando a sentir falta da mamãe e, com certeza, tá com fome — falei, rindo, enquanto me levantava da mesa. — Vou subir com ele, já volto.

— Leva mesmo, Murilo! Esse menino é exigente, igual à Marília! — o João Gustavo zoou, e a galera riu.

— Exigente, mas charmoso como o pai, né? — retruquei, piscando, enquanto subia as escadas com o Léo.

No caminho, comecei a conversar com ele, balançando ele de leve no colo.

— Tá com saudade da mamãe, né, leãozinho? — falei, beijando a cabecinha dele. — Você é danado, hein? Já quer mandar em tudo, igual ela. Mas relaxa, a gente vai te deixar cheirosinho pra ela te encher de carinho.

Ele fez um barulhinho, meio resmungo, meio suspiro, e eu ri, sentindo o meu coração apertar. Entrei no quarto, fechei a porta atrás de mim, e a Marília saiu do banheiro, enrolada numa toalha, com o cabelo molhado pingando nas pontas.