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DEZESSETE DE DEZEMBRO.
QUARTA - FEIRA.
>>> Murilo Huff.
11:46
O caminho de volta pra casa foi como um sonho que eu não queria acordar. O carro deslizava pelas ruas, com uma música sertaneja tocando bem baixinho no rádio, e eu não conseguia parar de olhar pelo retrovisor pro Léo, dormindo tranquilo na cadeirinha.
A chupeta azul de silicone subia e descia na boquinha dele, e aquele rostinho sereno, com os cílios longos e as bochechas redondas, faz o meu peito apertar de um jeito que eu nunca tinha sentido antes. Do meu lado, a Marília que está segurando a minha mão, com um sorriso cansado, mas tão cheio de amor que parece iluminar o carro inteiro.
A gente tá trazendo o nosso leãozinho pra casa, e cada metro que avançávamos parecia um passo pra uma vida nova.
Chegamos no condomínio, e o portão abriu devagar, como se já soubesse que aquele era um momento especial.
Estaciono o carro na garagem, sentindo o meu coração acelerar com a ideia de entrar em casa com nosso menino. Desligo o carro, respiro fundo e olhei pra Marília, que já tava tirando o seu cinto, com aquele brilho nos olhos que mistura cansaço e felicidade.
— Chegamos, loira. Nosso lar, agora com o Léo — falei, com a voz meio embargada, enquanto abria minha porta.
Saí do carro e corri pra abrir a porta dela, estendendo a mão pra ajudá-la a descer. Ela ainda tá com o corpo sensível do parto, então segurei ela com muito cuidado, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo — e era.
Fechei a porta do carro e abri a de trás, onde o Léo dormia, com a chupeta ainda na boca, alheio a tudo. A Marília se aproximou, com aquele instinto de mãe que parecia guiar cada movimento dela.
— Me dá ele, amor — ela pediu, com a voz suave, estendendo os braços.
Com todo cuidado, soltei o cinto da cadeirinha e peguei o Léo, passando ele pros braços dela. Ela o aninhou contra o peito, deitando a cabecinha dele bem pertinho do coração, segurando o bumbumzinho com uma mão e a cabeça com a outra, como se quisesse protegê-lo do mundo inteiro. O Léo suspirou, ainda dormindo, e eu senti o meu coração derreter.
— Olha ele, Murilo. Parece que sabe que tá em casa — ela sussurrou, com os olhos marejados, enquanto acariciava as costas dele.
— Ele sabe, loira. Ele já tá no ninho dele — respondi, sorrindo, enquanto pegava as bolsas maternidade do porta-malas e travava o carro.
Abri a porta de casa, segurando ela pra Marília entrar primeiro, e, quando a gente passou pela entrada, fomos recebidos por uma explosão de alegria.
Todos os nossos amigos e família tavam ali — Maiara, Maraísa, Fernando, Gustavo, Analu, Iollanda, Iago, João Gustavo, Mariana, Silveira, a mãe da Marília, o meu pai e até a Laurinha e a Nayara, que segurava uma ponta de uma faixa enorme esticada na sala.
Na faixa, em letras douradas brilhantes, tava escrito: “Bem-vindo, Léo Mendonça Huff!”. Confetes azuis voaram pelo ar, caindo como uma chuva de felicidade, e eu vi a Marília cobrir a boca com a mão livre, os olhos enchendo de lágrimas.
— Meu Deus, gente, vocês são incríveis! — ela disse, com a voz tremendo, enquanto tentava segurar o choro. — Olha isso, amor, olha o nome do nosso menino!
Eu ri, sentindo meus próprios olhos ardendo, e fechei a porta atrás de mim.
— Vocês capricharam, hein? — falei, olhando pra galera, que tava toda animada, com sorrisos de orelha a orelha. — Tô até com ciúmes do Léo, já tá roubando a atenção de todo mundo!
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𝐎 𝐍𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐨! - 𝑀𝓊𝓇𝒾𝓁𝒾𝒶
FanficDesde cedo, a vida os marcou com a dor da perda. O pai de Marília e a mãe de Murilo faleceram quando eles ainda eram crianças, deixando em cada um um vazio que parecia impossível de preencher. O destino, porém, traçou outro caminho: a mãe de Marília...
